Resenha: livro "A Perversa", Tarryn Fisher

 Olá pessoal, tudo bem? Na semana passada eu trouxe a resenha de "A Oportunista", o primeiro livro da trilogia "Amor e Mentiras", escrita pela Tarryn Fisher e publicada no Brasil pela Faro Editorial. Hoje venho falar sobre "A Perversa", o segundo livro, lançado em 2016.

Resenha, livro, A-Perversa, Tarryn-Fisher, Faro, Amor-e-mentiras, romance, capa, fotos, trecho, opiniao, blog-literario

 "Era este o caminho certo para seu coração. Eu jogava com sua compaixão e com sua necessidade de proteger coisas que estavam quebradas e perdidas." (página 166)

 É a vez de Leah Smith nos contar sua história. Depois de tudo o que fez para impedir que Caleb lhe deixasse para ficar com Olivia, um amor do passado, em "A Oportunista", ela finalmente acha que conseguiu segurar seu casamento, ainda mais por ter tido um bebê com Caleb. É aí que novos desafios vão surgir e Leah perceberá que o futuro não será tão fácil assim. Começando pelo bebê, por quem Caleb está encantado, encanto que Leah não consegue sentir. A maternidade parece ser muito mais difícil do que ela imaginou. E, a cada vez que Leah erra com a criança, Caleb se afasta mais e mais dela.

 "A maternidade não é tão difícil quanto eu pensava. Exceto quando é." (página 140)

 Assim como o primeiro livro, esse segundo tem capítulos que se passam no presente, a partir do parto de Leah, e capítulos que se passam no passado, mostrando como Leah conheceu Caleb, como o romance deles nasceu, como foi para ela descobrir que Olivia estava se encontrando com Caleb quando ele estava desmemoriado sem revelar para ele que namoraram na época da faculdade. Temos sua visão sobre boa parte dos acontecimentos de "A Oportunista", o que não fica repetitivo, já que cada livro mostra a motivação de um personagem que nem sempre ficava clara na narração de outro personagem no livro anterior.

 "Quero matar a mulher que meu marido ama. Isso tudo é culpa dela. Eu engravidei para segurar o homem com quem já havia casado. Uma mulher não deve fazer isso. Ela deve se sentir segura em seu casamento. É por isso que você se casa - para se sentir segura contra todos os homens que estavam tentando sugar sua alma. Eu entreguei minha alma a Caleb de boa vontade. Ofereci-a como um cordeiro em sacrifício. (...)
 Tenho feito um bom número de coisas para manter esse homem. Mentido e trapaceado. Tenho sido sexy e dócil, feroz e vulnerável. Tenho sido tudo, exceto eu mesma.
 Caleb é meu nesse momento, mas eu nunca sou o suficiente para ele. Posso sentir isso - ver no modo como ele me olha. Seus olhos, sempre inquiridores, vivem procurando alguma coisa. Não sei o que ele procura." (páginas 10 e 11)

 A ruiva Leah tinha uma família pouco amorosa, e isso moldou seu caráter.  Leah via Caleb como um troféu conquistado com muito esforço, mas um ser humano não é um troféu. Leah fazia tudo para que Caleb, ficasse com ela, para agradá-lo, mesmo que isso lhe levasse para longe de quem ela realmente era. Eu imagino o inferno que deve ser estar casado com alguém que não lhe ama, viver sentindo que seu marido gosta de outra pessoa, uma pessoa que mesmo longe parece estar entre vocês dois.

 Não julgo Leah por sua dificuldade com o bebê, pois a maternidade é muito romantizada, outras mães podem passar por situações semelhantes. É normal que laços demorem a ser formados, ainda mais pelo fato de Leah não ter tido um filho por vontade de ser mãe, mas para tentar segurar um casamento. Caleb também não facilitava as coisas para ela; se houve algum amor por parte dele, esse amor estava mesmo ruindo.

 "Eu não sinto nada - nada - das devoradoras coisas maternais das quais minhas amigas me falaram sobre seus próprios filhos. Elas usaram palavras como: incondicional, totalmente dominador, amor da minha vida. Eu sorrira e concordara, armazenando as palavras para referência quando tivesse meu próprio filho. E aqui estou eu agora, desprovida de emoções. Essas palavras não significam nada para mim." (página 10)

 Eu estava bem em dúvida se a autora conseguiria me fazer gostar de Leah, gostar de ler a história pelo ponto de vista da vilã. E a Tarryn Fisher novamente conseguiu me fazer ficar super envolvida com a leitura. Parece haver um feitiço, um bruxaria nas palavras que nos prendem no livro não dando vontade de parar de ler! Devorei "A Perversa" em dois dias, e quando terminei, fui correndo ler o terceiro. Eu não conseguia odiar Leah, no máximo ter pena dela por ter valores e uma visão de mundo tão errada além de continuar insistindo num jogo perdido (ainda que suas armações sejam bem irritantes). Os personagens secundários também são interessantes e dão uma movimentada na trama, como Sam, que vai trabalhar na casa de Leah, a própria família dela e a de Caleb. Destaco que não há cenas sexuais no romance.

 "- Não é divertido ser a segunda opção, não é? - Ela pega um pedaço de tabaco de sua língua e dá um piparote nele com a ponta do dedo. - Há uma possibilidade de que você sinta que vale mais do que ser um casamento de compaixão de Caleb e, se isso for verdade, então, acho que você tem que cair fora desse barco agora. É apenas uma questão de tempo até que a saga de Caleb e Olivia recomece." (página 92)

Sinopse, livro, A-Perversa, Tarryn-Fisher, Faro, amor-e-mentiras, romance-intenso
A-Perversa, Tarryn-Fisher, A-oportunista

 A edição da Faro traz uma capa condizente com a figura da personagem, o interior da capa é vermelho. As páginas são amareladas e grossas, fazendo o livro de cerca de 250 páginas parecer grande. A diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho, relativamente grandes. Se há erros de revisão, estava tão imersa na trama que não reparei.

 "Nós dois contamos tantas mentiras, pecamos um contra o outro - contra todos que se interpuseram em nosso caminho." (página 238, assim como no primeiro livro, nesse há um trechinho narrado pelo Caleb, demorei um pouquinho pra perceber que era ele quem estava narrando por não ter indicação disso no começo do capítulo)

 Enfim, "A Perversa" é um daqueles livros onde, por mais que eu fale, só lendo para vocês captarem a intensidade dele. Fica a minha recomendação de leitura, mas aconselho que leiam a trilogia na ordem certa. Semana que vem devo trazer a resenha de "O Impostor", que é narrado pelo Cabeb. Espero que tenham gostado do post de hoje. Me contem: já leram algum livro narrado pela vilã? E alguma obra da Tarryn?

 Detalhes: 256 páginas, ISBN-13: 9788562409653, infelizmente ao invés de termos a edição física e a em e-book no Skoob, temos o livro cadastrado duas vezes: aqui e aquiConfira a resenha de O Impostor Clique e compre online na Amazon:

Até o próximo post!

Me acompanhe nas redes sociais:

9 comentários

  1. Oi Maria! Também não consegui sentir raiva dessa personagem como achei que sentiria. Fiquei é achando ela uma bobona que pensou que engravidar salvaria seu casamento. Confesso que nessa resenha eu comecei a sentir raiva da outra que se aproveitou da situação do cara estar desmemoriado. Quero saber o final da história já! Obrigada pela resenha!


    Bjoxx ~ www.stalker-literaria.com

    ResponderExcluir
  2. Oi Maria <3
    acompanhei sua resenha semana passada sobre A Oportunista e disse que a perda de memória do Caleb tinha me deixado desanimada com a leitura. Agora você trouxe um pouco sobre o segundo livro da trilogia, ainda bem, e confesso que fiquei mais empolgada.
    O fato da leah engravidar para segurar seu casamento me deixou MUITO intrigada e gostaria muito de saber o desfecho da história.
    Espero que você traga suas perspectivas do último livro.

    Beijos - Anne and Cia.

    ResponderExcluir
  3. Oi, Maria!
    Li resenhas desses livros já tem tempo, mas continuo, com sua resenha agora, achando curioso e legal mesmo isso da autora narrar um livro inteiro pela vilã, é uma visão diferente da história mas que parece valer a pena pelos seus comentários. Ainda mais que os personagens em geral, ao menos os principais, parecem ser muito bem construídos para, nos respectivos volumes em que cada um narra, contar o estrito necessário. Diferente e legal de abordar também isso da protagonista não se encantar logo de imediato pela maternidade, realmente muita história costuma romantizar, mas mesmo que seja algo lindo, não é um mar de rosas sempre, ainda mais para alguém como a Leah que entrou nessa apenas para segurar o próprio casamento. Enfim, não é o meu tipo de leitura, mas legal saber que foi uma boa leitura e você gostou!
    Beijos!

    ♥ Sâmmy ♥
    ♥ Sonhando aos Vinte ♥

    ResponderExcluir
  4. Olá!
    Eu já li uma obra da autora e acho que entendo o que você quer dizer sobre a intensidade da obra, é difícil descrever suas obras e o que ela passa ao leitor e, apesar de ter gostado, tive muita dificuldade em me envolver com os personagens e tenho medo de o mesmo acontecer com esse livro.
    Achei muito legal que você tenha gostado, mas vou passar a dica, por enquanto.
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Olá, tudo bom?
    Não conhecia essa trilogia e de cara a mesma não chamaria minha atenção, no entanto, após conhecer essa premissa e a abordagem diferente da maternidade, fiquei bem curiosa. As vezes os livros trazem apenas aquela visão de que tudo é lindo e que toda mulher tem o dom materno, no entanto, na realidade, não é bem assim que acontece né? Já quero conferir essa abordagem da autora sobre o assunto!
    Ótima resenha!
    Beijos!

    ResponderExcluir
  6. Ola
    Sou louca para ler esses livros. Fiquei meio perdida assim por ainda não saber muito sobre o enredo dos livros anteriores. É tão bom quando achamos que um autor não pode nos surpreender e ele vem e nos surpeeende ne? Parabéns pela resenha, me deixou foi mais curiosa ainda para conhecer a escrita da autora.
    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Olá, tudo bem?

    Confesso que não conhecia essa série, ao menos, lendo a resenha, não me recordo de ter visto algo sobre... Confesso também que a premissa não me é atrativa... Mas que só lendo pra saber se a pessoa vai gostar ou não, né? Pelo que você apresentou do enredo, ao ler eu estaria saindo da minha zona de conforto literária, mas gosto de fazer isso as vezes. Bem, quem sabe...

    Beijo!
    Ana Luz.

    ResponderExcluir
  8. Oi, Maria

    Achei bacana o fato de haver uma abordagem diferente da maternidade. Realmente não é uma fase fácil para todas as mulheres e essa abordagem menos romantizada pode fazer muita gente se identificar. Vou chegar nesse livro ainda.

    Beijos
    - Tami
    https://www.meuepilogo.com

    ResponderExcluir
  9. Ola lindona, li o primeiro livro e amei, preciso terminar essa trilogia, estou com todos os livros, é muito bom conhecer a visão de cada personagem nos dando a oportunidade de saber a fundo suas motivações. Beijos

    Joyce
    Livros Encantos

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar :)!!! Sua opinião é muito importante para mim. Tem um blog? Deixe seu link que visitarei sempre que possível.
*comentários ofensivos serão apagados

Topo