Resenha: livro “O enigma da fazenda”, Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é “O enigma da fazenda”, romance ditado pelo Espírito Antônio Carlos e psicografado pela médium Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, publicado pela Petit Editora.

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 No livro, narrado em terceira pessoa, conheceremos Paula, aos dezessete anos, ela morava num colégio interno, para onde foi ainda criança. Ela sabia que era órfã, mas não se lembrava de muita coisa de sua infância. Paula já havia terminado os estudos, mas tinha que ficar no colégio até completar dezoito anos e se tornar maior de idade. O que faria depois ela ainda não sabia, seu passado era cercado de mistérios. Todo início de ano, a quantia referente ao pagamento da escola era enviada por um tutor que ela não conhecia e que nunca ia visitá-la.

 Como se a preocupação com seu futuro já não fosse o suficiente, a garota ainda tinha um outro “problema”: ela via e ouvia espíritos, mortos, fantasmas, desencarnados... como preferir chamar. Ela já havia sido chamada de mentirosa e até mesmo de louca por causa desse seu dom que ninguém, nem os professores nem as colegas, compreendiam. Com o passar do tempo, ela decidiu escondê-lo e fingir que era como todas as outras.

 “’Ai, meu Deus!”, pensou ela. ‘Não tenho sossego! Estava tão contente e vi fantasma! Não tem desculpa! Se estou triste, é porque a inquietação me faz ver coisas inexistentes. Mas agora que estou alegre vejo e escuto! Bem, é melhor dar o recado, senão essa alma não me dará sossego’.” (página 21)

 Até que uma nova diretora chegou na escola, Nelisa, e ela era bem diferente da anterior. Tentava ajudar todas as alunas, inclusive Paula, entrando em contato com o misterioso tutor da garota e lhe exigindo explicações; ele prometeu esclarecer tudo depois das férias. Algumas garotas que não tinham para onde ir nas férias, ficavam no colégio, mas naquele ano a nova diretora convidou-as para ir passar as férias numa fazenda de seu futuro cunhado, o senhor José Antônio, e elas foram. Era tudo novidade para Paula, que nunca saia da escola. Mas mesmo lá, os fantasmas não lhe deixariam em paz.

 Há pouco tempo, uma situação triste havia acontecido na fazenda: Shelton, o filho do dono, havia morrido em um acidente. Só que o pai suspeitava das circunstâncias em que o fato ocorreu. Além disso, Tiago, o filho mais novo dele, estava com uma doença misteriosa que nenhum médico conseguia tratar adequadamente. O espírito do filho de José Antônio vagava pela fazenda, sem conseguir descansar vendo seu irmão doente e sem contar ao pai o que realmente havia acontecido no dia de seu acidente. Shelton tanto tentou, que conseguiu fazer com que seu pai chamasse Valter, seu melhor amigo e investigador, para desvendar os segredos da fazenda. E Shelton não descansaria até que toda a verdade fosse revelada. Para isso, ele faria com que Paula fosse sua intermediária na comunicação com Valter, mesmo que ela não gostasse nem um pouco disso. Aconselhada por Cássia, uma das poucas amigas que sabiam sobre seu dom, Paula decidiu que ajudaria sim Shelton e Valter, mas que o investigador também teria que ajudá-la em troca, descobrindo a verdade sobre seu passado. Alguns dos mistérios seriam fáceis para resolver, mas outros seriam bem perigosos!

“-Paula, por Deus, corre! Cássia está sentada em um banco no jardim. Corre para lá! Grita por ela. Corre!” (página 167)

 “O enigma da fazenda” foi um livro que eu gostei bastante, foi uma leitura rápida (li em dois dias), fluida, e com uma trama que me deixava curiosa para saber o que aconteceria em seguida. Nesse livro não temos reencarnação e as coisas não se explicam com base em vidas passadas; é um romance policial pela visão espírita, onde os personagens tem uma ajudinha do além para desvendar os mistérios. Tem todos os elementos que o gênero pede: um crime, um investigador e muitos suspeitos. E a obra trouxe dois casos ao mesmo tempo: quem estava fazendo mal aos filhos do senhor José Antônio, e qual era o passado de Paula. O segundo caso é mais tranquilo, já o primeiro foi mais complicado por apontar vários suspeitos e motivações para o crime, mas trouxe uma resolução satisfatória.

 Como pontos negativos, destaco que,  inicialmente, tive uma pequena dificuldade para identificar todas as personagens, colegas de Paula; elas, com exceção de Cássia, não foram tão bem trabalhas na trama. A revisão também poderia ser um pouco melhorada, há travessões onde não deveriam estar.

 Algo que eu gostei bastante, além do Valter e do Shelton, foi ver a Paula descobrindo que ela não estava sozinha no mundo, que não era louca, ela só tinha um dom, e que poderia viver em paz com ele se o entendesse.

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 Sobre a parte visual: eu gostei da capa, achei bonita e condizente com a trama. A diagramação está boa, com margens, fonte e espaçamento de bom tamanho. As páginas são brancas.

 Enfim, “O enigma da fazenda” foi uma leitura que me surpreendeu positivamente e que recomendo para quem quer um livro espírita que, além de falar sobre o espiritismo, possa entreter com uma história interessante. Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém aí arrisca um palpite sobre os enigmas da história?

 Detalhes: 272 páginas, ISBN: 9788572531832, Skoobcompre online na loja da editora.


Até o próximo post!

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Resenha: livro “Floresta Mágica”

Olá pessoal, tudo bem? Ainda se usa livro de colorir? Não sei. O fato é que eu ganhei um novo e estou usando. Mas voltando ao padrão do blog, o livro da resenha de hoje é “Floresta Mágica”, publicado pela Coquetel em 2015. Na verdade, ele foi traduzido pela Coquetel (Ediouro), já que foi inicialmente lançado na Inglaterra pelo selo Buster Books (e vocês aí pensando que livro de colorir era coisa do Brasil!).

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 Eu já havia resenhado um livro de colorir aqui no blog no ano passado, mas depois da resenha, minha sobrinha (ela tem 5 anos) tanto insistiu que acabei deixando o livro com ela (ele ainda era oficialmente meu, mas desisti de tentar colorir sozinha). Resultado: ela destroçou o pobre do livro! Como ele era costurado (como os livros comuns) e ela dobrava muito ele, acabou soltando as folhas e aí era uma vez um livro que não existe mais. Minha irmã, vendo o que minha sobrinha fez, resolveu me dar outro livro de presente, comprou “Floresta Mágica” para mim, e é claro que eu fiquei super feliz.

 O exemplar que ganhei é em um formato econômico, comprado no folheto da Avon. Ele mede 25 x 25 cm (maior que um livro normal). A capa é de um material bem molinho. As folhas são brancas e finas, quase como papel sulfite, e há desenhos dos dois lados. No próprio livro está o alerta de que não é recomendado usar caneta hidrográfica, pois pode passar para o verso da página (eu testei e realmente passa).

 Achei as imagens do livro muito bonitas! Tem algumas que são tão lindas que nem dá coragem de colorir. Há algumas com motivos abstratos, outras com plantas e outras com animais. Há também algumas em que somo convidados a fazer nossos próprios desenhos. E o grande diferencial de “Floresta Mágica” é que há algumas figuras escondidas no decorrer das páginas, e somos desafiados a encontrá-los. E não foi nada fácil conseguir achar todos, viu?!

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Na imagem, os itens que devemos procurar.

Tem uma rosa nesse felino, vocês conseguem encontrar? Esse é um dos desenhos que já acho lindo sem colorir, e que acho que não terei coragem de pintar.

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Acho esse o desenho mais lindo e delicado do livro, não sei se teria cores que fizessem justiça a essa beleza.
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 Nada mais justo do que eu usar os lápis de cor da minha sobrinha,já que os meus estão minúsculos,  vocês não acham? O problema é que só posso colorir quando ela não está por perto, então tenho pouco tempo (ela mora na mesma casa que eu, mas esse livro ela não pega! rsrs). Fiquei me sentindo um pouco culpada por usar o giz de cera novinho dela, mas a culpa desapareceu quando vi que na semana seguinte ela já tinha acabado com ele. Essas crianças!

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Tartarugas coloridas com giz de cera.

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Flores um pouco abstratas.


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Eu amo borboletas! Reparem no espaço para desenhá-las.


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Tem um mico aí, consegue achar?


floresta-magica
Gostaram?


 Enfim, o post de hoje era só para mostrar um pouquinho do livro para vocês, já que sei que o pessoal sempre tem curiosidade para saber como são essas edições em formato econômico da Avon. Pesquisando na internet, achei um vídeo onde aparece a edição normal, que tem as folhas amareladas e mais grossas ao que parece, do que essa em formato econômico. Ah, na hashtag livrodecolorir no Instagram tem cada foto bonita para servir de inspiração!

 Detalhes: 96 páginas, ISBN-13: 9788577486892, Skoob. Onde comprar online: Livraria CulturaAmericanas.

 Por hoje é só, espero que tenham gostado do post.


Até o próximo post!
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Resenha: livro "Holy Cow", David Duchovny

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Holy Cow - uma fábula animal", escrito pelo David Duchovny e publicado no Brasil pela Editora Record em 2016.

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 Quando eu abri um pacote que chegou na minha casa, e vi que dentro tinha um exemplar do livro "Holy Cow", um marcador, um ímã e uma carta escrita por uma vaca muito engraçadinha, tudo o que eu conseguia fazer era sorrir e mostrar para todo mundo o meu livro novo de vaquinha. Sou dessas. E quando li o livro, também ri bastante, mas, surpreendentemente, foi uma leitura que também trouxe reflexões.

 "Holy Cow" é narrado por uma vaca, a Elsie, que tinha uma vida tranquila numa fazenda dos Estados Unidos. Sua vida se resumia a acordar, ser ordenhada, comer e passar o resto do dia no pasto com seus amigos animais (mais especificamente com as outras vacas). Era uma vida feliz. Até que, um dia, Elsie espiou pela janela da casa dos fazendeiros e viu na televisão (ou o Deus Caixa, como ela chamava) uma reportagem sobre o que era feito com as vacas que não eram leiteiras: elas eram mortas e cortadas aos pedaços para serem vendidas. Para nós, isso não é nenhuma novidade, mas para a Elsie, foi algo extremamente chocante. E Elsie não queria esse destino para ela, nem para as filhas que um dia ela talvez tivesse. Então, Elsie decidiu fugir para a Índia, onde a vaca é considerado um animal sagrado. Mas tente manter algo em segredo dentro de uma fazenda! Logo outros animais ficaram sabendo do plano de Elsie.

 O porco Jerry queria fugir também, o destino dos bovinos era igual ao destino dos suínos. Ele queria ir para Israel, já que, entre os judeus, o porco é considerado um animal intocável. E tinha também Tom, o peru, que estava cansado de fazer regime para não parecer apetitoso o bastante para se tornar um prato no Dia de Ação de Graças. Tom queria ir para a Turquia, e como eles precisariam de um smartphone para viabilizar a fuga (pesquisar rotas, comprar passagens de avião pela internet...) e nem Elsie nem Jerry conseguiam usar um (touch screen e cascos não se dão muito bem) mas Tom conseguia, ele foi aceito no grupo.

 O trio teve que treinar para conseguir andar em duas patas (se bem que o Tom já andava) e se disfarçar de humanos, enquanto esperavam o dia da fuga. Partir não seria fácil, assim como também não seria fácil enfrentar os obstáculos que surgiriam no caminho. Será que os três conseguiriam viver em segurança em outro país? O fato é que Elsie decidiu contar a sua história no livro, embora o seu maior desejo era uma adaptação cinematográfica, um filme, sobre sua aventuras (tanto que escreveu alguns diálogos em forma de roteiro e usou várias dicas passadas por sua editora, vai que algum roteirista lê o livro, né?!).

 "Peraí, só um instante enquanto penso na minha mãe. Os sentimentos vão e vêm, a menos que você não se permita sentir. Porque aí eles ficam, e doem, e crescem até adquirir um formato de pera, uma coisa estranha. Por isso é que quando nós, vacas, somos invadidas por um sentimento, nós sentimos até que o sentimento passe. E aí muuuu-damos de assunto. Bum. Por essa você não esperava, né?" (página 13)

 Eu li "Holy Cow" em um final de semana. O livro tem capítulos curtinhos e uma leitura bem fluida. Acho que nunca li um livro onde o narrador fosse um animal (já li alguns onde um humano havia sido transformado em animal), ainda mais uma vaca. Durante toda a leitura eu senti que era realmente a vaca Elsie que estava contando a história, em nenhum momento me parecia ser uma pessoa, e parabenizo o autor por ter conseguido manter o tom da narração durante toda a obra. Como disse anteriormente, a Elsie queria ter um filme de sua história, e para isso ela contava com os concelhos de sua editora para tornar o texto melhor (conselhos que ela nem sempre seguia), e era muito engraçado ver uma vaca usando frases que eu já vi em livros narrados por humanos, a situação era divertidamente inusitada. Confesso que do meio para o final do livro, o trama deu uma esfriada, mas os capítulos finais voltaram a valer a pena.

 Como disse no começo, além de fazer rir, a obra também faz com que pensemos sobre a forma como tratamos os animais, como e o quanto os consumimos. Fica claro que não é errado comer carne, mas a questão é: como o animal (do qual aquela carne veio) foi tratado? E se ela veio de um ser vivo, é certo desperdiçar? É certo desperdiçar a vida?

 "Vocês, humanos, bebem o nosso leite e comem os ovos das galinhas e das patas. Isso já não é suficiente? Não é suficiente darmos a vocês as nossas crianças e o que seria destinado a nossas crianças? E se não é, quando será? Tudo o que vocês, humanos, fazem é pegar, pegar, pegar da Terra e de suas criaturas magníficas, e o que dão em troca? Nada. Sei que os humanos consideram um insulto grave ser chamados de animais. Bem, eu nunca daria a um humano a honra de ser chamado de animal porque os animais podem até matar para viver mas não vivem para matar. Os humanos vão precisar reconquistar o direito de ser chamados de animais." (página 58)

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Se você estava tentando se lembrar de onde conhecia o nome David Duchovny, ele é ator do seriado Arquivo X.
 Sobre a parte visual: a edição está uma gracinha! A capa é bem lindinha, tem tudo a ver com a obra, o título está em alto relevo e no interior da capa tem manchas pretas, como se fosse uma vaca malhada. As páginas são brancas, as margens são grandes, o espaçamento e a fonte são de bom tamanho. Tem algumas ilustrações e cada capítulo tem um título, alguns são letras de músicas.

 É um livro bem divertido (nem consigo calcular quantas risadas eu dei, queria ter colocado algumas citações engraçadas na resenha, tem muitas, mas acabei não marcando nenhuma), uma fábula que pode agradar tanto os leitores mais novinhos quanto os já adultos. Tem várias referências a livros, filmes... coisa culturais, talvez eu não tenha detectado todas por não ser muito ligada no que rola fora do Brasil (exceto quando o assunto é literário), e eu não ia ficar pedindo que me explicassem o que uma vaca estava falando. E se alguém se lembrr do clássico "A revolução dos bichos", a Elsie deixa bem claro que sua história é totalmente diferente da de George Orwell. Fica a dica para quem, independente da idade, procura um livro diferente e divertido.

 Detalhes: 208 páginas, ISBN-13: 9788501106889, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas.

 "A ignorância é uma benção, mas o mundo tem mais a oferecer que isso, e é errado não aproveitar o que ele oferece. Não se pode ser bezerra para sempre." (página 16)

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam o autor? Já leram algum livro narrado por um animal?


Até o próximo post!
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Resenha: livro “Filha da Profecia”, Juliet Marillier

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é “Filha da Profecia”, escrito pela Juliet Marillier e publicada no Brasil em 2014 pela Editora Butterfly. Ele é o terceiro da série/trilogia "Sevenwaters", fechando um arco da história: a trilogia composta também por "Filha da Floresta" (protagonizado pela avó de Fainne) e "Filho das Sombras" (protagonizado pela tia de Fainne), mas depois dele há outros livros e por isso a trilogia também é uma série.

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 Situando-os no tempo e no espaço da trama, ainda que não seja dito claramente no livro, é possível entender que estamos na época do feudalismo, onde hoje é o Reino Unido e a Irlanda. A história se passa mais ou menos 18 anos após a história de “Filho das Sombras”, o segundo livro, e é narrada por Fainne. Então, não é uma continuação direta, e pretendo não dar spoilers dos livros anteriores.

 Fainne era uma garota que vivia com seu pai em Kerry, uma região pouco povoada perto do mar. Eles não tinham uma casa comum, moravam em uma espécie de caverna. O pai de Fainne era um feiticeiro e vivia para estudar e aprender magia. Ele não usava seu conhecimento para fazer mal a ninguém e foi passando ensinamentos para a filha desde pequena.

 A única companhia que Fainne tinha era a de seu pai, exceto quando o verão chegava e um grupo de viajantes vinha para Kerry (embora a palavra não seja citada no livro, pelas descrições que li, creio que eles eram ciganos). Fainne contava os dias para o verão, quando os viajantes chegavam ela tinha um amigo: Darragh, um garoto quase da idade dela, seu único amigo e companheiro de aventuras de verão.

 De certa forma, ela era feliz, apesar do isolamento, ela tinha seu pai e um amigo no verão, até que veio a notícia: seu pai queria que ela fosse para Sevenwaters, um feudo onde a outra parte de sua família morava. A avó de Fainne, uma temida feiticeira, viria para Kerry para lhe ensinar coisas que seu pai não poderia ensinar. Mas o que Fainne não esperava, era que a avó tivesse um plano para ela, um plano que Fainne não tinha certeza se era do conhecimento de seu pai, assim como os métodos usados e o conteúdo que seria ensinado. Mas Fainne não tinha escolha, ela tinha que ir para Sevenwaters se quisesse proteger as pessoas de que gostava (seu pai e Darragh) das maldades da avó. Lá, ela deveria impedir que uma antiga profecia se cumprisse, dando a vitória para sua avó e destruindo Sevenwaters.

 “Você vai terminar o que eu comecei. Vai reconquistar tudo o que o nosso povo perdeu. Vai mostrar aos Seres da Floresta que os amaldiçoados têm força e que não vão mais se curvar aos desejos deles. Vai mudar nosso destino. Eles serão vencidos, o povo de Sevenwaters e o povo do Outro Mundo. Essa é sua tarefa.” (página 69)

 Sevenwaters era muito diferente de Kerry, Fainne estava acostumada com o silêncio quebrado apenas pelo barulho do mar, e com todo o vazio que o horizonte proporcionava. Já Sevenwaters lhe parecia sufocante com a densa floresta e a casa cheia de crianças onde seu tio morava. O que Fainne não esperava era começar a sentir algum carinho pelo povo de Sevenwaters, o que significa ter mais pessoas a quem a  avó poderia ameaça-la para controlá-la.

 Fainne precisava decidir se aceitaria o destino traçado por sua avó ou se se arriscaria e tentaria encontrar um jeito de mudar as coisas e salvar aqueles a quem amava e Sevenwaters. E se a missão já era difícil, ficaria ainda mais difícil pelo fato de que ela não poderia controlar outras pessoas que também tinham seus interesses na situação. Sorcha teve que ser determinada para cumprir seu destino, Liadan teve que ser corajosa para mudar seu destino, e será que Fainne teria forças o suficiente para conquistar um futuro para si?

 “Filha da profecia” traz novidades para a série. Nos livros anteriores, tínhamos a visão apenas de personagens de dentro de Sevenwaters, e foi interessante ver como o lugar tão amado por Sorcha poderia parecer sufocante para Fainne. As protagonistas anteriores também tinham uma descendência do bem, por assim dizer, já Fainne tinha sangue “do mal” correndo nas veias, e fazer o mal parecia ser o destino dela, poucas eram as pessoas que viam e diziam para a garota que seu destino podia ser diferente. E, de certa forma, foi emocionante vê-la em lugares que a Sorcha ou a Liadan estiveram, sem saber da importância deles, mas eu, que já havia lido os livros anteriores, sabia e entendia. Acho que foi uma sacada bem interessante da autora. Quem por acaso não leu os anteriores, vai chegar em Sevenwaters assim como  a Fainne, tendo que descobrir tudo, mas quem já leu, vai sentir aquela vontade de entrar na história e ajudar a protagonista.

 Senti que nesse livro a revisão melhorou bastante, e a tradução também, a leitura está ainda mais fluida. Parabéns, pessoal da Butterfly! Até comentei lá no Instagram que achei que a história traz menos sofrimento do que os livros anteriores, pelo menos no começo, talvez por Fainne oscilar entre o caminho do bem e o do mal, ora ela é a sofredora, ora ela faz os outros sofrerem. Foi uma leitura que eu gostei muito, quando eu terminei as pessoas ficavam me perguntando porque eu estava triste, mas não era tristeza, Juliet Marillier me fez viver aquela história, me fez sentir, e eu precisaria de um tempo para me desligar dela e voltar a ser eu mesma.

 Diferente de "Filho das Sombras", cujo título eu tive dificuldade de entender a quem se referia, em "Filha da Profecia" eu já suspeitava logo de cara sobre a relação título-personagem, mas quando a última parte do quebra-cabeças se encaixou eu pensei: “Meu Deus! Como eu não reparei nisso antes?”. Achei que foi mais uma ótima escolha da autora.

 “Não existe amor nessa história, Fainne. Não existe luz, muito menos aceitação incondicional. Seu caminho é o da perdição e das sombras. Então, faça o seu trabalho. (...) Seu pai, assim como eu, sabe que você jamais será uma pessoa de valor.” (página 210)

 Eu gostei muito da Fainne, uma garota que tinha muito conhecimento em certas áreas (magia), mas nenhum em relacionamentos. Me partia o coração vê-la sentindo como se sua vida fosse apenas ser um instrumento de maldade. Também gostei bastante do Darragh, de sua capacidade de abrir mão de tudo, menos de sua melhor amiga (a quem chamava de Cachinhos). Preciso falar de Eamonn, talvez um dos personagens mais bem construídos da série, pensei mesmo que o único desfecho satisfatório para ele seria aquele (que, obviamente, não vou contar para vocês que ainda não leram o livro qual foi), mas acho que depois de tudo o que vimos sobre ele em “Filho das Sombras” e “Filha da Profecia”, ele merecia ao menos mais uma cena, ao menos mais uma frase, eu sei que ele era daquele jeito, mas não consegui não me sentir sensibilizada por ele. Foi bom rever muitos personagens dos livros anteriores e saber mais sobre o que havia acontecido com eles depois de “Filho das Sombras”, mas mesmo fechando um arco da história, eu ainda fiquei querendo saber se a avó feiticeira tinha mesmo poder sobre o pai de Fainne ou não, mas como já vi que ele aparece nos próximos livros, espero realmente ainda descobrir isso. Ainda sobre o final, acho que nós leitores, depois de toda tensão pela qual passamos com a história, merecíamos ao menos mais algumas cenas fofas antes do epílogo.

 “- Há sempre motivo para sorrir, Cachinhos. Mesmo que seja por coisas pequenas, tolas. O som de uma gaita ao anoitecer; a luz se refletindo sobre os cabelos de uma garota. Uma piada entre dois amigos. Você apenas se esqueceu de como é.” (página 485)

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 Sobre a parte visual: a capa continua linda (mas difícil de fotografar e conseguir mostrar todos os detalhes, e as letras são prateadas) e tendo tudo a ver a trama, o título é em alto relevo. A diagramação é ótima: margens, letras e espaçamento entre as linhas de ótimo tamanho, e as páginas são amareladas, é um livro lindo por dentro e por fora. E como já disse, a revisão está bem melhor do que os anteriores.

 Detalhes: 640 páginas, ISBN-13: 9788583030058, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas, loja da editora, box com os 3 livros na loja da editora.

 Enfim, acho que deu para perceber que eu gostei muito do livro, né?! E que eu super recomendo que vocês leiam a trilogia, e que “Filha da Profecia” fecha esse arco da história de uma forma surpreendente. E que vocês não devem temer as 600 páginas da obra, pois eu garanto que vão devorá-las em menos de uma semana. Quem gosta de bons livros, histórias intensas, personagens marcantes e do gênero fantasia, precisa ler os livros da Juliet Marillier! Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: alguém aí já leu algum dos livros da série?

Até o próximo post!
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Vídeo: leituras de fevereiro

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 Olá pessoal, tudo bem? Antes de ontem mostrei para vocês os livros que recebi em fevereiro, hoje venho mostrar as minhas leituras do último mês. É a primeira vez que faço um vídeo do tipo e espero que vocês gostem. Para mim, foi bem legal poder falar um pouquinho sobre os livros.



 E vocês, o que leram de bom no último mês? Temos alguma leitura em comum?

 Se inscrevam no canal do blog clicando aqui. Quem tiver canal também, pode deixar o link nos comentários que vou retribuir. Na descrição do vídeo no YouTube, estão os links das resenhas, mas vocês também podem acessá-las pesquisando na caixa de pesquisa ou pelo arquivo do blog na barra lateral.


Até o próximo post!

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Entrevista com Rebeca S. Melo, autora de "Rainha dos Corações Congelados" e "As lendas de Saas"

 Olá pessoal, tudo bem? Hoje trago uma pequena entrevista com a escritora Rebeca S. Melo, que escreveu o livro "Rainha dos Corações Congelados" (que eu amei e já resenhei para vocês, para ler ou reler a resenha é só clicar aqui) e "As lendas de Saas".

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 Um pouco sobre ela: nasceu no ano de 1993, em Brasília, já morou em Guiné-Bissau (África [não acredito que não perguntei nada sobre isso na entrevista!!!]), atualmente mora em João Pessoa e cursa Administração no IFPB.






Rainha dos Corações Congelados
 Sinopse do livro Rainha dos Corações Congelados: Depois de tomar a decisão que muda sua vida para sempre, voltar atrás pode ser mais difícil do que seguir em frente...
Em uma típica noite da agitada Nova Iorque, uma garota corre pelas ruas com o rosto banhado em lágrimas. Seu nome é Melinda e tudo o que ela deseja é um canto solitário para chorar. Com o coração partido, ela finalmente encontra um cantinho na Biblioteca Pública, onde um livro particularmente especial chama sua atenção. Sem saber o poder do que tem em mãos, ela acaba atraída por uma mancha em formato de fechadura nas páginas do livro. Quando volta a si, descobre que está na Terra dos Sem-Coração, um mundo congelado onde não há sentimentos.
Para ficar ali, Melinda aceita ter seu coração arrancado pela Rainha. No entanto, a terra é envolta por mistérios e profecias, que podem estar diretamente relacionadas a ela e ao destino de todos que vivem ali. Ao lado de verdadeiras amizades e enfrentando seus piores medos, Melinda descobrirá que nem sempre fugir da dor é a melhor maneira de superá-la.


Maria - Quando e como surgiu a ideia para Rainha dos Corações Congelados, de onde veio a inspiração?

Rebeca: Foi em 2014, quando eu estava viajando de ônibus entre João Pessoa e Cajazeiras. Esta é uma viagem muito longa e geralmente eu tomo remédio para não enjoar, o que acaba me fazendo dormir durante todo o caminho. Só que, naquele dia, eu não tomei o remédio. Depois de muitas horas olhando pela janela totalmente entediada, me veio uma cena na cabeça: uma garota caminhando na neve, encontrando uma muralha, tocando um sino de ouro e sendo recebida por uma Rainha. Ao chegar ao meu destino, eu desci do ônibus com uma mala na mão e uma história no coração!
Minha principal inspiração foi a série Once Upon a Time.

M - Você postou o livro inicialmente no Wattpad, para depois publicá-lo em formato impresso. Como foi esse processo de publicação? Você encontrou dificuldade em encontrar uma editora? Como foi sua experiência com o financiamento coletivo?

R: Levou alguns meses até que eu decidisse qual proposta aceitaria, porque recebi aprovação de 8 editoras. Infelizmente, minha experiência com o financiamento coletivo não foi tão boa, mas também não foi das piores. Esse método de publicação é bem estressante por conta da meta de vendas que você precisa atingir em um curto período de tempo.

M - Em seu site, você disse que a ideia inicialmente era fazer um livro único, mas que as ideias foram surgindo e se tornou uma série com 4 livros. Além do primeiro já publicado, quantos já foram escritos? Já tem uma previsão para a publicação dos próximos?

R: Eu tenho “Primavera” escrito, que é o segundo livro. Mas não tenho uma previsão de lançamento... Acredito que não vai demorar muito!

M - O que os leitores podem esperar do livro 2? Será que saberemos mais sobre a origem da Terra dos Sem-Coração e do passado da rainha?

R: Sim, a Rainha aparecerá muito mais no segundo livro do que apareceu no primeiro. Os leitores conhecerão a mulher por trás da coroa *-*

M - Tem algum personagem que seja o seu favorito no livro um? E alguma cena que seja a sua preferida e que você tenha gostado muito de escrever?

R: Eu amo o Johnny, ele é uma criança muito doce! E também amo a Rainha, mas entendo totalmente os leitores que não gostam dela.
Várias cenas me marcaram muito, afinal Rainha dos Corações Congelados é um livro que fala principalmente sobre as coisas que nos machucam. Porém, se eu pudesse escolher só uma, diria que foi o beijo. Aquele beijo... Meu Deus! Sofri um bombardeio de emoções enquanto escrevia! Meus leitores do Wattpad costumavam comentar coisas do tipo: “Rebeca, a Melinda pode não ter coração, mas eu tenho, e estou morrendo por isso!” kkk :’)

M - Que conselho você daria a um escritor iniciante?

R: Bom, eu não sei vocês, mas escrevo desde os 13 anos e nunca acreditei que um dia poderia ser escritora, jurava que não levava jeito. Por isso, o meu conselho pra você é: não desista da escrita, porque a escrita nunca vai desistir de você. Encontre pessoas que te apoiem (como eu encontrei no Wattpad) e persiga seus sonhos. E não se esqueça da paciência: tanto para desenvolver a habilidade de escrever (estamos sempre aprendendo!), como para ver os sonhos se concretizando.

M - E que livro ou autor você gosta e indicaria para mim e para os leitores do blog?

R: Indico Sidney Sheldon por dois motivos: ele foi a razão de eu ter me tornado leitora e, posteriormente, escritora. Se nunca leram nada dele, sugiro que comecem por “Se houver amanhã”. Essa obra é FANTÁSTICA!

M - Sinta-se a vontade para deixar um recado para os leitores do blog, se quiser.

R: Hã... Olá! Eu li os comentários de vocês na Tag da página 100 e devo dizer que fiquei muito feliz em ver tanta gente interessada na história da Melinda. Ah, e pra quem disse que amou a capa, eu também amei assim que a vi!! *-* Enfim, se quiserem ler, serão bem vindos, a Terra dos Sem-Coração os espera! Beijos


 Queria agradecer muito a Rebeca, por ter sido tão atenciosa e simpática. Eu já mandei entrevistas para  muitos autores que prometiam responder mas depois não me davam retorno. A Rebeca, mesmo estando em fase de TCC, respondeu surpreendentemente rápido. Ganhou mais uma fã! Se eu já amava "Rainha dos Corações Congelados" antes, agora amo mais ainda! E já estou ansiosíssima pela continuação!

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado!


Até o próximo post!

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Resenha: livro "Vai sonhando!", Megan Maxwell

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Vai sonhando!", escrito pela Megan Maxwell e publicado no Brasil pela Editora Suma de Letras. Eu li ele no ano passado mas acabei não resenhando, mas como era uma história que eu tinha gostado muito, decidi relê-lo para resenhar aqui no blog.

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 "A vida, querida, nos leva, e você só tem que tentar aproveitar tudo do caminho."

 No livro, narrado em terceira pessoa, conheceremos Ruben Ramos, jogador do time de futebol italiano Inter de Milão. Aqui, abro um parênteses: eu já vi o acento do nome do personagem no "u" e também no "e", por isso, na resenha, vou deixar o nome dele sem acento, nas citações vocês verão que ele está na última vogal, mas na sinopse ele está na primeira. Voltando ao protagonista: ele era bonito, rico, famoso e apreciador da companhia feminina, saía com várias mulheres mas não mantinha nenhum relacionamento sério. Tudo ia bem até que, durante um jogo, ele quebrou a perna, tendo que ser operado e ficando afastado dos gramados por um bom tempo para se recuperar, justamente na época em que o time tinha um novo e, aparentemente, severo técnico.

 Ruben estava bem irritado com a situação, e quando conheceu sua fisioterapeuta, Daniela, tentou descontar também nela o seu mau humor. Porém, Daniela não reagiu da forma que ele esperava, ela mantinha sempre um sorriso no rosto e parecia ter uma dose inesgotável de paciência.

 "Olhando-a diretamente nos olhos, Rubén acrescentou:
 - Você é a única pessoa que eu conheço que sempre está de bom humor e sempre sorri.
 - Eu gosto de sorrir.
 - Mas você nunca fica irritada com nada?
 Com uma expressão das mais cômicas, ela respondeu que não.
 - Gosto de enxergar a vida pelo lado positivo e é melhor não me irritar, pois eu não recomendo. Quando fico brava sou a pior… da pior… da pior das criaturas. Como diz meu pai: não tenho meio termo, de um docinho de coco viro um verdadeiro espinho."

 E ela era assim mesmo, como está no trecho acima, podia ser doce, mas também podia partir pra briga. Dani não era como as mulheres que ele estava acostumado (mulheres que tinham corpos de modelo e que faziam de tudo para chamar a atenção dele e agradá-lo). Daniela tinha um corpo mais cheio de curvas e, além do sorriso constante, parecia não ser atingida pelo charme de Ruben.

 "- Aiii… mas como você é convencido, principezinho! E antes que solte alguma de suas pérolas, deixa eu te lembrar que estamos no século XXI. As donzelas de agora são mulheres que sabem o que querem e com quem querem. E eu, com toda a certeza, não sou seu tipo, nem você é o meu, para a sorte dos dois. Mas sou, sim, uma mulher absolutamente livre pra dormir com quem eu quiser, assim como você, entendeu, machão?
 Ele a encarou com a testa franzida. Nunca nenhuma mulher tinha falado com ele daquele jeito."

 A convivência entre os dois foi cheia de atritos no início, mas com o tempo foi surgindo uma atração entre eles. Ruben foi descobrindo que não era só a aparência de uma mulher que importava, e Dani foi descobrindo que ele tinha outras qualidades além da aparência.

 "Todas as manhãs, Rubén ia ao hospital para a fisioterapia. Daniela e ele continuaram com suas discussões, mas já não era só ela quem sorria: agora ele também fazia isso. Havia sido contagiado pela ironia e pelo bom humor de Daniela. Conversar com ela era o melhor momento de seu dia. Surpreso, ele percebeu que, mesmo em casa, sua cabeça continuava pensando nela. O que estava fazendo? Ficara louco?"

 O problema é que Dani tinha um segredo, ela escondia algo que fazia com que não quisesse ter um relacionamento amoroso com duração maior que dois meses. Ela já havia passado por muitos problemas na vida, que fizeram com que só pensasse em viver um dia de cada vez. Porém, quando ela conheceu Ruben, por mais que tentasse negar, se apaixonou por ele. Mas Dani não queria ser só mais uma das muitas mulheres com quem ele se relacionava, ela não se sentia capaz de suportar caso tivesse uma decepção com ele, mais se você acha que o Ruben ia desistir da Dani, vai sonhando!

 Esse foi o primeiro livro que li da Megan Maxwell. A autora é famosa pela trilogia "Peça-me o que quiser" (que muitas pessoas me indicaram quando comentava que tinha lido "Vai sonhando!", mas eu comecei a ler o primeiro e abandonei, não gostei, a protagonista dele é muito submissa e o mocinho faz o que quer com ela sem perguntar a opinião dela antes, garanto que em "Vai sonhando!" as coisas são diferentes). Eu gostei bastante da escrita da autora, foi uma leitura que devorei rapidamente.

 Em muitos romances acontece de o casal se apaixonar super rápido, mas nesse livro o casal vai se conhecendo e a relação deles vai sendo desenvolvida ao longo do tempo, nos meses em que a Dani e o Ruben estão na fisioterapia, e depois disso. A história não é parada, é cheia de novidades, reviravoltas e surpresas, a Dani enganou o Ruben por um bom tempo (quem mandou ele ser enxerido!), e enganou o leitor também, e foi super legal descobrir a verdade junto com o Ruben. Eu gostei de todos os personagens, mesmo que não concordasse com eles, eu conseguia entendê-los, eles pareciam reais, e os personagens secundários deram um brilho a mais para a história.

 Quando li "Vai sonhando!", eu tinha acabado de ler os livros da série Novas Espécies da escritora Laurann Dohner (que eu ainda vou resenhas para vocês), e eu achava que nenhum mocinho ia ser tão quente e tão apaixonado quanto os dos livros da Laurann, mas aí veio o Ruben e eu vi que estava errada. Me cortou o coração as tentativas da Dani de se afastar dele por medo de sofrer, mas o final foi tão fofo.

 "Pouco a pouco, foram se distanciando. Não diziam nada um ao outro, mas ambos tinham consciência do que estava acontecendo. Ele a chamava para sair, mas ela sempre recusava alegando outros planos ou fingia estar ocupada. Por outro lado, quando ela ligava, ele sempre aceitava. Tinha necessidade de vê-la."

 Enfim, "Vai sonhando!" é uma leitura que vale a pena, recomendado para quem gosta de romances intensos e divertidos ao mesmo tempo. Não é erótico como "Peça-me o que quiser", mas tem ótimas cenas quentes. Ah, sobre a capa: creio que ela tenha sido escolhida para seguir o padrão das outras capas dos livros da autora lançados pela editora, achei razoável, mas aí embaixo estão capas de outras edições estrangeiras, qual vocês gostam mais?
capa-estrangeira, livro, Vai sonhando, Megan Maxwell
capa-estrangeira, livro, Vai sonhando, Megan Maxwell

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém aí já leu esse livro ou outro da autora?

 Detalhes: 280 páginas, tradução: Monique D’Orazio, ISBN: 9788581052557, leia um trechoSkoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas.


Até o próximo post!

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