Olá pessoal, tudo bem? A resenha de hoje é sobre "A mulher entre nós", livro escrito pelas autoras Greer Hendricks e Sarah Pekkanen, publicado no Brasil em 2018 pela Editora Paralela.
"Levanto, ando silenciosamente na escuridão, pego meu celular pré-pago e meu laptop na última gaveta da cômoda.
Richard não pode casar de novo.
Começo a fazer os preparativos. Da próxima vez que a encontrar, vou estar pronta." (página 105)
Pela narração em primeira pessoa, conhecemos Vanessa, uma mulher de 37 anos que está no fundo do poço após se divorciar. Foi morar na casa da tia, passou a trabalhar numa loja de roupas, e quando fica sabendo que seu ex-marido Richard já está em um novo relacionamento e pretende se casar, ela não se conforma e está decidida a impedir esse casamento de qualquer maneira.
Pela narração em terceira pessoa, somos apresentados à Nellie, uma jovem professora de vinte e poucos anos que divide apartamento com a amiga Samantha em Nova York. Nellie está empolgada com a proximidade do seu casamento com Richard, mas segredos do seu passado não lhe deixam ter paz. Algo aconteceu há anos na Flórida, algo que fez Nellie se mudar, sempre verificar se todas as portas e janelas estão bem fechadas, sempre estar com o celular por perto, e, depois do noivado, ela passou a receber estranhas ligações, será que alguém está lhe perseguindo?
“'Olha só vocês dois', dissera Samantha ao ver a foto dos bonequinhos de porcelana que Richard mandara a Nellie por e‑mail. A peça havia sido dos pais dele, e Richard tinha ido procurá‑la no depósito que mantinha no porão de seu prédio depois de pedi‑la em casamento. Sam franziu o nariz. 'Já parou para pensar que parece bom demais para ser verdade?'
Richard tinha trinta e seis anos, nove a mais que Nellie, e era um bem‑sucedido administrador de fundos de investimentos. Tinha o corpo magro e esguio como o de um corredor, e seu sorriso fácil amenizava a intensidade dos olhos azul‑escuros.
No primeiro encontro, ele a levara a um restaurante francês e conversara com a maior familiaridade com o sommelier sobre vinhos brancos da Borgonha. No segundo, em um sábado de neve, recomendara que Nellie usasse roupas quentes e aparecera com dois trenós verdes de plástico. 'Conheço a melhor rampa do Central Park', ele dissera.
Usava uma jaqueta jeans desbotada que caía tão bem quanto seus ternos feitos sob medida.
Nellie não estava brincando quando respondera a Sam: 'Penso nisso todos os dias'." (página 13)
O livro é dividido em três partes. Na primeira, vemos as tentativas de Vanessa de se aproximar de Richard e da nova namorada dele, além dos preparativos de Nellie para o casamento. É muito visível o quanto Vanessa está abalada após o término do casamento, como ela tem dificuldades para se concentrar no trabalho, como exagera na bebida. A mãe de Vanessa tinha problemas psicológicos, e ficamos na dúvida se a filha também tem. Também ficamos na dúvida sobre o que ameaça Nellie, se é Vanessa ou algo do seu passado.
"Comecei a prestar muita atenção aos arredores quando estava sozinha. Criei o costume de detectar olhares para não me tornar uma presa. A sensação de arrepio na pele, o movimento instintivo da cabeça em busca de um par de olhos - eram as ferramentas de que me valia para me proteger.
Nunca passou pela minha cabeça que poderia haver outro motivo para meus instintos se tornarem tão apurados imediatamente após meu noivado com Richard. Para eu verificar obsessivamente as trancas e fechaduras, para começar a receber ligações de números bloqueados, para empurrar meu noivo amoroso com tanta força quando ele me imobilizou para fazer cócegas no dia em que assistimos a Cidadão Kane.
Os sintomas da excitação e do medo podem se misturar.
E eu estava de olhos vendados, no fim das contas." (página 249)
Até mais ou menos metade do livro, eu não estava muito presa à leitura, por achar que as autoras estavam exagerando nas descrições, relatando eventos que não tinham importância. Mas aí veio a primeira virada da história, quando Vanessa e Nellie se encontram, e eu passei a perceber que tudo o que foi dito até então era sim necessário. Eu já desconfiava de como seria esse encontro das duas há alguns capítulos, pelas evidências que fui encontrando no decorrer das páginas, e por já ter visto esse recurso sendo usado em outros livros, o que eu não imaginava era o que viria depois disso.
"A mulher entre nós" foi a minha melhor leitura de setembro e recebeu cinco estrelas na minha avaliação no Skoob pelo fato de ser uma história cheia de surpresas e reviravoltas, que terminou sem nenhuma ponta solta. Até no epílogo houve uma revelação. E não se enganem, essa não é uma história sobre uma "ex-mulher louca e perseguidora revoltado porque o marido lhe trocou por uma mulher mais jovem", felizmente. Não vou revelar a verdade sobre a trama, só digo que é um tema bem comentado atualmente e que acho muito importante a obra poder trazer uma reflexão sobre o assunto e que talvez ajude pessoas a identificar os sinais de que também estão passando por essa situação.
Segundo o folheto enviado pela editora, recebi uma prova antecipada do livro, mas com ótima revisão, páginas amareladas, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho. A capa traz a imagem presente nas maioria das edições internacionais e eu gostei da combinação de azul com amarelo. A editora também me enviou um envelope com tachinhas, um barbante e algumas palavras que são dicas importantes para desvendar a história, até tentei fazer uma foto interessante com eles, mas só consegui não espetar o dedo e já está muito bom, rsrs.
Enfim, "A mulher entre nós" foi um thriller psicológico que comecei a ler sem grandes expectativas, demorou para me cativar, mas, depois que as primeiras peças do quebra-cabeça se juntaram, eu não queria mais largar o livro até chegar ao final. Fiquei muito curiosa para descobrir como tudo terminaria, tive medo pelo que poderia acontecer com determinados personagens e torci muito por certa personagem. E essa foi a minha boa experiência de leitura com o livro, já vi avaliações negativas dele que me fizeram começar a leitura com baixas expectativas, mas me surpreendi positivamente e acho que vale muito a pena dar uma chance a "A mulher entre nós". E vocês, já leram? Querem ler?
“'Ele por acaso perguntou se você queria passar a véspera do seu casamento fazendo limpeza de pele?'Preciso mencionar que gostei muito da Charlotte, tia da Vanessa, ela foi o porto seguro da protagonista em muitos momentos. A saúde mental da mãe da Vanessa, o medo da Nellie ligado ao que aconteceu no passado e a relação do Richard com a irmã são outros pontos que podem trazer reflexões interessantes. Além disso, destaco a ambientação bem feita, tornando fácil imaginar as cenas e a amizade bacana entre a Sam e a Nellie.
'E como eu não ia gostar disso?' Só mesmo a mãe de Nellie para deixá-la irritada por causa de uma bobagem como uma ida ao spa. Mas não era bobagem. Era um presente de Richard.
'Uma vez você me disse que odiava limpezas de pele. Por que não falou para ele? Richard comprou uma casa sem seu consentimento. Você por acaso quer morar em um condomínio residencial?' Nellie respirou fundo por entre os dentes, e sua mãe continuou: 'Ele parece ser muito impositivo'.
'Vocês só se viram uma vez!, protestou Nellie.
'Mas você ainda é tão jovem. Estou com medo de que acabe se anulando… Sei que está apaixonada por ele, mas, por favor, não deixe de ser quem você é.' (página 141)
"Começo a pensar em como minha percepção moldou minha vida; como eu só via o que queria - e precisava - durante os anos que passei com Richard. Talvez a paixão crie um filtro na nossa visão; talvez seja assim para todo mundo.
No meu casamento, havia três verdades, três realidades diferentes e às vezes conflitantes. A verdade de Richard, a minha verdade e a verdade pura e simples, que é a mais difícil de reconhecer. Pode ser assim em qualquer relacionamento. Pensamos que estamos em uma linha reta em nossa união com alguém, quando na verdade formamos um triângulo, com uma das pontas sendo um juiz silencioso mas onisciente, o árbitro da realidade." (página 250)
Segundo o folheto enviado pela editora, recebi uma prova antecipada do livro, mas com ótima revisão, páginas amareladas, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho. A capa traz a imagem presente nas maioria das edições internacionais e eu gostei da combinação de azul com amarelo. A editora também me enviou um envelope com tachinhas, um barbante e algumas palavras que são dicas importantes para desvendar a história, até tentei fazer uma foto interessante com eles, mas só consegui não espetar o dedo
Enfim, "A mulher entre nós" foi um thriller psicológico que comecei a ler sem grandes expectativas, demorou para me cativar, mas, depois que as primeiras peças do quebra-cabeça se juntaram, eu não queria mais largar o livro até chegar ao final. Fiquei muito curiosa para descobrir como tudo terminaria, tive medo pelo que poderia acontecer com determinados personagens e torci muito por certa personagem. E essa foi a minha boa experiência de leitura com o livro, já vi avaliações negativas dele que me fizeram começar a leitura com baixas expectativas, mas me surpreendi positivamente e acho que vale muito a pena dar uma chance a "A mulher entre nós". E vocês, já leram? Querem ler?
"Ajoelhada naquele depósito, eu me perguntei se não tinha sido tudo um erro. Entendi que o casamento não significava o fim de uma história, o 'felizes para sempre' na última página, palavras que ecoavam até o infinito. Mas a mais íntima das relações não deveria ser um porto seguro, em que a pessoa conhecia todos os segredos e os defeitos da outra e a amava mesmo assim?" (página 208)Detalhes: 352 páginas, ISBN-13: 9788584391066, Skoob, leia o primeiro capítulo. Clique para comprar na Amazon:
♥ Participe dos sorteios que estão rolando: Até 10/10 tem sorteio de dois livros da Carol Dias, até 14/10 tem sorteio valendo o livro Beco da Ilusãoe sorteio valendo os dois volumes de III : A Hora Morta.