Resenha: livro "Babyji", Abha Dawesar (e sorteio)

   Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Babyji" da escritora Abha Dawesar publicado no Brasil pela Sá Editora em 2009.

 

   "Babyji" se passa na década de 90, em Nova Délhi, na Índia. Uma cidade quente, poluída, onde os ônibus andam superlotados, quedas de energia e falta de água acontecem com frequência e o sistema de castas vigora (se a pessoa nasce numa família de casta inferior, ela será sempre inferior aos que nasceram numa casta superior, é mais ou menos isso). É em Délhi que Anamika mora com seus pais, é ela quem nos conta sua história nesse livro: seus amores, suas amizades, seus medos, suas vontades.
   Anamika é uma garota de dezesseis anos, de classe média, estudiosa. É a chefe dos representantes de classe da sua escola, que tem mais ou menos 6000 alunos, um cargo bem importante.
   Depois de ler o Kama Sutra ela começa a despertar seu interesse sexual; ao longo da história ela se envolve com uma mulher divorciada, com a empregada de sua casa que é de uma casta inferior e com uma colega de classe; são seus casos, como ela gosta de dizer.
   Tem também um flerte com o pai de um amigo; uma relação complicada de rivalidade com um colega de classe encrenqueiro; a convivência com os pais que, muitas vezes, não é fácil nessa idade; uma onda de protestos de estudantes no país. Não é pouca coisa para uma garota de dezesseis anos, não acham?
   E é no meio de tudo isso que Anamika tenta se encontrar, achar as respostas para suas perguntas, entender a vida, o que é certo e o que é errado, escolher seu caminho.
   Separei alguns trechinhos para vocês:
   "Eu amava Matemática. Ao contrário da Física, que me dava dor de cabeça, e que depois arruinou minha vida ao colocar ideias em minha cabeça, a Matemática era abstrata."  (página 80)
   "Era assim que as mulheres amavam? Como escravas? Devotas? Não admira que os homens não as valorizem. Minha mãe vivia correndo atrás de meu pai, limpando tudo. Minha tia limpava a sujeira de meu tio, minha avó de meu avô. Por um lado isso me deixava louca da vida. Mas por outro, eu achava que ser um pequeno príncipe me servia." (página 145)
   "'Eu tenho que saber a verdade. A verdade é tudo.'
   'A verdade sobre o quê?'
   'A verdade sobre a vida e sobre o amor. A verdade sobre a própria verdade.' Eu queria começar a chorar. Por que uma pessoa que soubesse tudo não podia simplesmente sentar e me contar? Por que é que ninguém sabia de nada? Como é que bilhões de pessoas que haviam passado por este planeta por milhares de anos ainda não tinham descoberto as respostas a essas perguntas? Eu morreria se não descobrisse logo. Era a única coisa que me interessava. Todo o resto repousava sobre isso." (página 166)
    A história é envolvente, a descrição dos lugares e dos sentimentos é ótima, dá pra sentir a angústia da Anamika em algumas partes do livro. Ela é uma personagem muito real, com seus erros e acertos, com suas boas e más ações.
   A cada página eu ia me apegando mais a história, me aproximando da Anamika, torcendo por ela; me surpreendendo com essa garota de outra época, país e religião, tão diferente e  ao mesmo tempo tão parecida comigo e com todos os outros jovens e adolescentes do mundo. Afinal, mais cedo ou mais tarde, a gente sempre vai tentar entender o mundo e as pessoas, questionar a religião e as tradições, buscar o sentido da vida.
   Quando os últimos capítulos se aproximavam eu pensava: "Ah não, o livro já tá acabando e não vai dar tempo de acontecer as coisas que eu quero". Eu poderia dizer que não gostei do final, que não tem um final, mas pensando bem, Anamika consegue entender seus pais, resgata seu amor por eles, entende e revê seus valores, amadurece, consegue entender as pessoas e encontrar o real sentido da vida: viver.
   Foi muito bom poder ler esse livro, gostei bem mais do que esperava, é um dos poucos que pretendo reler quando puder. É muito mais do que uma história sobre as descobertas sexuais de uma garota indiana, é um livro sobre o descobrimento da vida.

 

   Falando sobre a parte visual do livro: a capa é linda; nas minhas fotos o tom de azul ficou um pouco diferente, ele é mais vivo, combinou com o vermelho; é um dos livros mais bonitos que tenho. As páginas são brancas, o tamanho da letra e das margens é bom. Tem várias notas técnicas no rodapé das páginas explicando o sentido de alguma palavra em híndi ou em outra língua que aparece no texto, aprendi várias palavras novas.

   Junto com o livro veio um marcador de páginas com a oração de São Jorge. O marcador é desse livro. O catálogo da Sá Editora é bem interessante.

   Sobre o livro: 384 páginas, ISBN: 9788588193406, literatura indiana. Página do livro no Skoob, página no Facebook. Onde comprar: no site da editora, Saraiva, Americanas, Martins Fontes.

   Sobre a Editora:

   Fundada em São Paulo, em dezembro de 2000, a Sá Editora chegou ao mercado tendo como primeiro título A Noite dos Desesperados, obra do norte-americano Horace McCoy, inspiradora do clássico homônimo do cinema.

   O livro de lançamento da nova casa editorial imprimiu um diferencial: a publicação de obras de qualidade na área de ficção e não-ficção, sempre com tratamento editorial único. Clique e continue lendo.

SORTEIO

   A Sá Editora disponibilizou um exemplar do livro "Babyji" para ser sorteado no blog. Para participar você precisa:

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- Preencher o formulário abaixo com seu nome, e-mail para contato e link do seu perfil no Facebook até dia 15/08/2013.

   E tem as chances extras se você quiser aumentar suas chances de ganhar:

- Se você compartilhar publicamente a imagem do sorteio (link da imagem) no Facebook, coloque no campo chance extra o link do seu compartilhamento e preencha o formulário mais uma vez.

- Se você seguir a Sá Editora (@saeditora), me seguir (@marijleite) no Twitter e twettar a frase: "Quero ganhar o livro "Babyji" da @saeditora que a @marijleite está sorteando: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2013/07/resenha-livro-babyji-abha-dawesar-e.html . " , coloque no campo chance extra o link do seu twitter e preencha o formulário mais uma vez.
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   As inscrições vão até dia 15 de agosto, quinta-feira, na sexta sai o resultado aqui no blog e o vencedor tem até segunda, dia 19, para responder o e-mail que enviarei me informando o endereço para entrega do prêmio; o sorteio será refeito caso o vencedor não entre em contato. O envio do livro será feito pela Sá Editora. Alguma dúvida?

   Espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém já leu esse livro? Boa sorte no sorteio!
   Muito obrigada Sá Editora pela atenção e confiança, parabéns pelo trabalho!

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