Resenha: conto "Revelação Mesmeriana", Edgar Allan Poe #12MESESDEPOE

 Olá pessoal, tudo bem? Hoje trago a resenha do quinto conto do desafio literário #12MesesdePoe, a leitura escolhida para maio foi "Revelação Mesmeriana", publicado em abril de 1845.

Revelação Mesmeriana
 "Diz você que desvestido do corpo o homem seria Deus?"

 No conto, o narrador conversa com um homem que está prestes a morrer, eles falam sobre a vida e a morte, Deus e o pensamento. O diálogo dos personagens tem um tom dissertativo, com um vocabulário complexo. Creio ter sido o conto mais longo lido até agora no desafio. E só no último parágrafo foi que o autor conseguiu me impactar, me fazer ficar interessada a ponto de repensar em todo o restante da obra. Escolhas assim, de deixar o melhor para o final, são arriscadas, se num livro longo podem fazer com que o leitor abandone a obra, já num conto com poucas páginas pode justamente fazer com que ele queira reler.

 A leitura para mim é, primeiramente, uma forma de entretenimento, de lazer. Por isso, o que mais vale é o que eu sinto durante essa leitura, independente de quem é o autor ou da importância de sua obra, já como blogueira, esses dois outros itens tem sua relevância. Eu reconheço a relevância de Edgar Allan Poe, mesmo que, até agora, seus contos não tenham causado em mim alguma admiração. E ainda há vários outros contos a serem lidos! Que venham os próximos!


Até o próximo post!

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Renovação de parceria com a Editora Gente e Única

 Olá pessoal, tudo bem? O post de hoje é só para contar que o blog Pétalas de Liberdade teve sua parceria  renovada com a Editora Gente e seu selo de ficção Única.

 Um pouco sobre elas:


 A Editora Gente tem como maior objetivo contribuir com o desenvolvimento humano, por isso dedica-se a publicações nas áreas de autoajuda, educação e gestão. Estamos no mercado desde 1984 e temos o orgulho de ocupar um espaço destacado no mercado editorial brasileiro.

 A Única Editora trabalha nosso selo de ficção, e entra no mercado editorial brasileiro com a missão de provocar experiências. Queremos apresentar histórias para serem vividas pelo leitor, e apresentar personagens – reais ou não – que oferecem mais do que suas próprias vidas, que oferecem suas essências.






 Para saber mais sobre a Gente e a Única, é só acessar o site: www.editoragente.com.br.

 Para conferir resenhas e outras informações de livros das editoras já postadas no blog, é só clicar aqui.

Até o próximo post!

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Novidades e lançamentos da Primavera Editorial



 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho mostrar alguns livros lançados recentemente pela Primavera Editoral e outras novidades da editora, que eu ainda não tinha tido tempo de mostrar para vocês. Confiram:


 Lançamento de maio:


Promoção de Dia dos Namorados na Bookstart

 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho mostrar para vocês a promoção especial da Bookstart para o Dia dos namorados:


 Entre os dias 25 de maio e 05 de junho, os primeiros  100 apoios na plataforma da Bookstart, com valor superior a R$ 35,00, terão como recompensa um kit exclusivo composto por jogo do namoro e Cards para comemorar essa data especial. Isso  mesmo! Cada pessoa que apoiar as campanhas, irá receber um super jogo para comemorar o dia dos namorados de forma especial.

 Caso alguém ainda não saiba, a Bookstart é uma editora diferente, onde a publicação é custeada através do financiamento coletivo. Para os leitores, é uma espécie de pré-venda: o leitor acessa a plataforma no link https://goo.gl/8jnz9S , escolhe a campanha do livro que quer adquirir e em qual "pacote", faz o pagamento e recebe o livro quando for lançado ao final da campanha. 

 Há também uma livraria onde é possível comprar os livros com campanhas finalizadas e já lançados pela Bookstart, mas somente os livros em  campanha na plataforma estão participando da promoção de Dia dos Namorados. Clique aqui para aproveitar!


Até o próximo post!

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Promoção Ler Editorial: que tal ganhar um livro?

 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho mostrar para vocês uma promoção bem legal da Ler Editorial: na compra de dois livros, você ganha mais um! Mas aproveitem, que é só até dia 28, sábado.


 Acesse a loja virtual no link: www.lereditorial.com/#!loja-virtual/c16k0.

Até o próximo post!

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Resenha: livro "Distância de resgate", Samanta Schweblin

Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Distância de resgate", romance de estreia  da argentina Samanta Schweblin, publicado no Brasil pela Editora Record.

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 "Distância de resgate" deu à Samanta  o prêmio Tigre Juan em 2015.O fato de ter sido premiado, o título curioso e a capa com cores fortes me fizeram querer ler a obra, e agora tenho a difícil missão de resenhá-la para vocês. Difícil, pois é uma daquelas obras em que tenho apenas as minhas interpretações e não certezas, que podem ser diferentes das interpretações de outros leitores.

 "Fico pensando se poderia acontecer comigo o que aconteceu com Carla. Sempre penso no pior. Agora mesmo estou calculando quanto demoraria para sair correndo do carro e chegar até Nina, se ela corresse de repente para a piscina e se atirasse. A isso dou o nome de 'distância de resgate', que é como chamo a distância variável que me separa de minha filha, embora sempre arrisque mais do que deveria." (página 22)

 No livro conheceremos Amanda, que foi passar as férias numa cidade do interior com sua pequena filha, Nina. Nessa cidade, Amanda conheceu Carla, uma moradora local, e elas se tornaram amigas instantaneamente, a ponto de Carla se abrir com ela.

 Carla se sentia dividida entre a culpa e a certeza de ter feito o que tinha que fazer. Algum tempo atrás, David, seu filho, ficou doente. Não havia recursos médicos na cidade, e Carla apelou para uma curandeira, que disse que a única maneira de salvar o garoto era fazendo um ritual onde a alma dele seria dividida em duas, assim David poderia continuar vivendo com Carla, mas um garoto com meia alma não é um garoto como todos os outros, o que Carla acabou confirmando e passando a não saber lidar com o próprio filho.

 "Às vezes, acordávamos de madrugada, e David não estava no quarto nem em nenhum outro lugar da casa, e isso deixava Omar louco. Acho que ficava assustado. (...) Nas primeiras vezes saíamos para procurá-lo. (...) Uma vez, antes de sair, Omar pegou uma faca e eu não disse nada." (página 90)

 A história acaba assustando Amanda, que está sempre tentando manter sua filha em segurança, numa distância suficiente para um possível resgate, e ela decidi ir embora daquela cidade. Mas será que daria tempo? Será que haveria salvação para sua família ou já seria tarde demais? Será que a distância de resgate já havia sido ultrapassada sem que ela percebesse?

 O livro é narrado por Amanda, onde ela vai descrevendo o que está vendo, e o que é um pouco perturbador: em alguns momentos, é David que narra, que conta as coisas para Amanda, tenta direcioná-la para o que é importante, mas não é o David que mora na casa de Carla, é um outro David, que parece não estar no mesmo plano físico que os demais.

 Não há capítulos nem pausas durante a narrativa, e foi uma leitura fluida apesar da temática diferente, eu fui lendo com os olhos grudados em cada palavra, tentando descobrir o que viria a seguir e o que realmente estava acontecendo. É um livro bom, uma espécie de thriller psicológico, que prende o leitor, que não diz tudo claramente, fazendo com que tenhamos que tirar nossas próprias conclusões sobre o que aconteceu com Amanda e David. Sendo assim, não é uma obra que vá agradar todo leitor, mas eu gostei.

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 Sobre a parte visual: a capa tem uma textura quase aveludada, acho que se chama soft-touch, as folhas são amareladas e porosas; na diagramação, as letras, margens e espaçamento são grandes, e não me lembro de ter encontrado erros de revisão.

 Detalhes: 144 páginas, ISBN-13: 9788501107480, Skoob. Onde comprar online: SubmarinoSaraiva.

 Enfim, essas são minha considerações sobre "Distância de resgate", espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam o livro ou a autora?

Até o próximo post!

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Resenha: livro "Cranford", Elizabeth Gaskell

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Cranford", escrito pela inglesa Elizabeth Gaskell, publicado originalmente em 1853 e lançado no Brasil em 2016 pela Pedrazul Editora.

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 O livro é narrado por Mary Smith, uma mulher que sempre vai até a cidade vizinha, Cranford, para visitar suas amigas. Cranford é uma pequena e pacata cidade onde as mulheres são a maioria nas classes "superiores", há sim homens na classe trabalhadora, mas na alta-sociedade, só há solteironas ou viúvas, que se esforçam para viver com dignidade com os poucos recursos que tem, conservando regras de etiqueta como não fazer visitas (com um tempo de duração estipulado previamente) antes do meio-dia.

 "A morte era real e tão comum quanto à pobreza; mesmo assim as pessoas nunca falavam disso em voz alta nas ruas. Esta não era uma palavra para ser mencionada a ouvidos refinados. Possuíamos um acordo implícito para ignorar o fato de que qualquer membro do nosso círculo fosse impedido de fazer qualquer coisa que desejasse. Se íamos ou voltávamos andando de uma festa, era por que a noite estava tão agradável, não por que as liteiras eram muito caras. Se usávamos vestidos estampados, em vez das sedas leves de verão, era por que preferíamos tecidos que pudessem ser lavados; e assim por diante, ao ponto de fecharmos os olhos para o simples fato de que éramos, todas nós, pessoas de recursos muito moderados. É claro que, por isso, não sabíamos o que fazer com um homem que era capaz de falar sobre a pobreza como se ela não fosse uma desgraça. Mesmo assim, de algum modo, o Capitão Brown acabou por conquistar uma posição de respeito em Cranford, e era convidado para tudo, apesar de todas as resoluções contrárias." (página 12)

 Até que se muda para a cidade o Capitão Brown com suas duas filhas solteironas, e ele chega ignorando todas as regras de boas maneiras, deixando as senhoras de Cranford abismadas com sua falta de modos! Mas aos poucos, ele vai se redimindo aos olhos delas, conforme vão se conhecendo, embora sua relação com Miss Jenkyns seja marcada por desavenças literárias. E essa é só o primeiro de muitos fatos novos que acontecerão na cidade e eu não me conformo com o que a autora fez com o Capitão Brown!.

 "Miss Jenkyns usava plastrão e uma touca que parecia com um chapéu de jóquei, e no geral tinha a aparência de uma mulher independente; apesar de desprezar o conceito moderno de que as mulheres eram iguais aos homens. Iguais, até parece! Ela sabia que elas eram superiores." (página 24)

 A história começa de mansinho, com uma narrativa leve e bem humorada, e conforme os capítulos foram se passando é que fui percebendo do que ela realmente falava. Debaixo daquela carcaça de aristocratas falidas que Miss Jenkyns e sua irmã Miss Matty, Miss Pole e as demais amigas de Mary ostentavam, na verdade estavam mulheres incríveis, boas amigas. É sobre amizade que o livro fala, amizades que ultrapassam limites de classes sociais, amizades que se mostram em gestos, em companhia.

 É difícil fazer essa resenha, tenho que me controlar para não falar demais, pois gostaria que vocês também tivessem a oportunidade de se surpreender e se encantar durante a leitura como eu me surpreendi. Eu não imaginava que "um retrato dos moradores de uma cidade interiorana inglesa em meados do século XX" ou histórias de um grupo de senhoras e suas festas e reuniões pudesse me emocionar como me emocionou. Preciso comentar sobre uma personagem (cujo nome não vou revelar) que se destaca por sua bondade, ela é insegura sim, pois pensa demais nos outros, e já pagou um alto preço por isso, mas é impossível não se compadecer e ter o coração amolecido por ela, que também sabe mostrar firmeza quando necessário.

 Quando vemos a data em que a obra foi escrita, talvez imaginemos se tratar de um texto antiquado ou cansativo, mas é justamente o contrário! Creio que a tradutora Silvia M. C. Rezende também tenha seu mérito nesse quesito. É uma leitura deliciosa e divertida, super fluida e cativante, a escolha da personagem Mary como narradora, trazendo um olhar de fora, fez toda a diferença! E a Mary tem um papel importantíssimo na trama, fazendo com que a história aconteça, interferindo na vida das amigas quando necessário.

 "Nunca, até então, imaginei o quão triste era o trabalho de ler cartas antigas, apesar de não saber direito o motivo. As cartas eram tão alegres quanto uma carta poderia ter, pelo menos as primeiras. Havia nelas algo de atual, vívido e intenso, que parecia tão forte e pleno, como se jamais pudessem se tornar ultrapassadas, como se aqueles corações cheios de vida que se expressavam nunca pudessem morrer e virar pó." (página 63)
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A editora tem tanto carinho com os leitores, que dedica seus livros especialmente a alguns deles ♥!
 Sobre a edição da Pedrazul: foi a primeira obra da editora que tive em mãos e fiquei impressionada com o bom trabalho da editora. A capa traz duas pinturas, é bonita e brilhante. As páginas são amareladas e lisas, a diagramação traz margens, espaçamento e diagramação de bom tamanho, há poucos erros de revisão. Há algumas notas de rodapé para ajudar na compreensão de algumas informações. E ainda tem ilustrações, muito bonitas e significativas, assinadas por Hugh Thomson e H. M. Brock, que tornaram a obra ainda mais encantadora (encontrei um post interessante sobre as ilustrações no blog Escritoras Inglesas, é só clicar aqui para ler).

 Fica a minha indicação de leitura. Leiam "Cranford"! É um tipo de obra que pode agradar qualquer tipo de leitor (olha aí a dica para presentear os amigos), os que procuram leituras rápidas, leves e divertidas mas que também emocionam, os que já tem o hábito de ler livros que se passem em outras épocas e os que ainda não tem. Ah, se eu fosse compará-lo com algum outro livro que já li, citaria "O Clube do Biscoito" da Ann Pearlman, que também fala sobre amizade, mas "Cranford" ainda é meu preferido.

 Obrigada, Pedrazul, por trazer "Cranford" para o Brasil!

 Detalhes: 216 páginas, ISBN: 978-85-66549-28-7, Skoobacompanhe a editora no Facebook. Onde comprar online: loja da editoraSubmarino.

 Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam a obra ou a autora?


Até o próximo post!

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Resenha: livro "A Deusa de Anília e outras histórias", Cláudia Miqueloti

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "A Deusa de Anília e outras histórias", escrito pela Cláudia Miqueloti e publicado em 2015 pela Litteris Editora.

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 Eu já conhecia a Cláudia de um grupo que participamos no Skoob, já havia lido alguns textos escritos por ela em blogs, e quando surgiu a oportunidade de ler seu livro (que já me encantou pela capa), eu fui correndo aproveitar! A obra traz cinco histórias de fantasia (ou ficção fantástica, como preferir).

 A primeira dá nome à obra e é a maior de todas, tem por volta de 70 páginas, sendo dividida em capítulos. Fala sobre Krisna, uma mulher de inconfundíveis olhos e cabelos azuis. Ela é a responsável por proteger a ilha de Anília e seu moradores, região que está sofrendo com acontecimentos estranhos, entre eles o ressurgimento de um dragão. Caberá a Krisna tentar descobrir o que está causando tantos transtornos ao seu povo. Talvez, ela possa contar com a ajuda de Negro, um forasteiro que apareceu em suas terras.

 Creio que a história teria até potencial para se tornar um livro solo, podendo ser desenvolvida com mais detalhes e com algumas partes acontecendo mais lentamente, já que a premissa é interessantíssima.

 "- Sou Krisna, a deusa de Anília. Obrigada por me salvar. Diga seu nome para que eu possa recompensá-lo.
 Sua última frase pareceu aborrecê-lo, pois interrompeu seus cuidados para com ela, levantando-se. Por um instante, Krisna pensou que ele fosse embora, mas se enganara novamente.
 - Não estou atrás de recompensas, Senhora - disse após uma leve mesura. Eu a salvei sim, mas é só. Pode me chamar de Negro - disse ele passando as mãos nos cabelos, um gesto que Krisna reconheceu como nervosismo." (página 30)

 A segunda história, "A maldição de Gohran", também traz um dragão como personagem. Um dragão que amaldiçoou a cidade de Manarga, e um grupo de moradores foi escolhido para ir até o esconderijo do dragão e tentar fazer com que ele parasse de destruir a Manraga, entre eles estava um clérigo, que guardava um segredo surpreendente e que talvez pudesse ser útil em sua empreitada.

 "Mielim e a harpa encantada" nos apresenta o jovem elfo Mielim, que ansiava por aventuras, e acabou vivendo uma quando a harpa encantada que protegia seu povoado foi roubada. Seu pai não permitiu que ele fosse junto com os outros buscadores, mas Mielim teve sonhos em que pistas para resgatar a harpa foram dadas, e ele partiu em busca do artefato. Quem seria o ladrão? Foi algo que eu não imaginava!

 "(...) a aventura que ele tanto desejava estava indo ao seu encontro, como se ouvisse os pedidos de seu coração." (página 99)

 Em "O inferno de Razhenda" também temos um grupo em busca de algo, no caso, em busca da princesa que foi raptada por Cormedhor, um ser que antes se fazia de amigo do rei, mas tinha interesses escusos. Cormedhor estava fazendo experiências cruéis, de forma que o grupo também tinha a tarefa de detê-lo. Do grupo fazia parte um andarilho, causando suspeitas nos outros membros, mas que mostraria o seu valor ao longo da jornada.

 "Os finais felizes não são aqueles que importam..." (página 115)

 "Tremaría e o gigante da montanha de gelo", última história do livro, traz um grupo de aventureiros que se arrisca em território desconhecido, e consegue trabalho numa missão para descobrir e destruir o que está aterrorizando os viajantes que precisam cruzar a Montanha do Vento Cortante. Uma missão onde terão que abrir mão de muitas coisas, se quiserem chegar ao final.

 "- O que será que tem lá embaixo? - perguntou Sáfio.
 - É melhor não sabermos - respondeu Jocelyn." (página 175)

 Num geral, eu gostei do livro. Os personagens são muito interessantes e bem construídos, de forma que em momento algum parecia que era a Cláudia que estava falando, e sim os próprios personagens contanto pelo que eles estavam passando, eles tem voz própria! As boas descrições dos cenários também contribuíram para que eu embarcasse nas histórias.

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 Sobre a parte visual: pelas imagens que eu havia visto na internet as cores me pareciam mais vivas, mas ao ter o livro em mãos eu continuei achando a capa extremamente linda, e ela tem tudo a ver com o tema do livro. As margens, letras e espaçamento tem bom tamanho. As páginas são brancas e há poucos erros de revisão.

 Enfim, fica a sugestão para quem procura uma leitura rápida, para ser feita toda de uma vez ou aos poucos, uma obra com elementos clássicos do gênero, com potencial para agradar tanto os leitores mais novinhos quanto os mais adultos.

 Detalhes: 184 páginas, ISBN-13: 9788537402818, Skoob, leia um trecho no Wattpadpágina no Facebookblog. Onde comprar online: loja da editora ou direto com a autora.

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha de hoje. Alguém aí já conhecia "A Deusa de Anília e outras histórias"? Cláudia, obrigada pelo empréstimo do livro!


Até o próximo post!

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Conheça "Luz de inverno", o novo livro da Mundo Uno Editora

 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho mostrar um lançamento da Mundo Uno Editora, o livro "Luz de Inverno" que encerra a trilogia Cores, escrita pela Keila Gon.



 Os dois primeiros volumes foram lançados por outra editora, mas serão brevemente relançados pela Mundo Uno (com novas capas). Para quem não conhece, trata-se de uma trilogia YA, com romance e fantasia.

 A Trilogia Cores é composta por:

Cores de outono (livro 1, lançado pela editora Novo Século em fevereiro de 2013)

Sinopse:

O INESPERADO, O IMPOSSÍVEL, O DESTINO...

Quem ama escolhe seus caminhos, vence o medo, ultrapassa a razão, duela com a dúvida entre o certo e o fácil para seguir seu coração. Melissa encontrou em um olhar as revelações de toda uma vida e, longe da lógica, escolheu o caminho confuso e surpreendente do amor. Ela chegou à pequena cidade da montanha com a responsabilidade de cuidar de Alice, sua irmã caçula, esperando uma vida simples. Mas se viu envolvida por Vincent, um estranho arrogante, dono de irresistíveis olhos turquesa, que irá levá-la através da sombra e da luz para revelar um Mundo Mágico perigoso e fascinante. A cada encontro, este homem misterioso amedronta e encanta, desperta sentimentos e a faz duvidar de sua coragem. Mas, antes que Melissa seja arrebatada por esse amor, ela precisa enfrentar elfos, magos e intrigas em um mundo inóspito que testará seu coração. CORES DE OUTONO é o primeiro volume de uma saga mágica que vai instigar emoções e paixões.



Sombras da primavera (livro 2, Lançado pela editora Novo Século em outubro de 2014)

Sinopse:

AMOR, ESCOLHA, COMPROMISSO... 

No segundo volume da saga, Melissa e Vincent lutam para perseverar em suas promessas e arriscam suas vidas para encontrar uma resposta... Quem controla o coração? O medo ou o amor? Conflitos agitam a frágil realidade do Mundo Físico, enquanto intrigas se multiplicam no Mundo Mágico, onde nem tudo é o que parece ser. Amizades improváveis surpreendem com novas alianças; maldições e traições colocam o perigo perto de quem se ama. Sombra e Luz estão em confronto mais uma vez... Entre dificuldades e perdas, a esperança renasce com uma surpreendente descoberta. Apenas a herança de uma linhagem única poderá mudar o rumo dessa história. Melissa e Vincent confiaram no destino; agora, precisam confiar na força deste amor.

“Sombras da Primavera é a eletrizante continuação de Cores de Outono.

A trama criada por Keila Gon torna-se ainda mais profunda e reveladora neste segundo volume. Com uma narrativa atraente e inspiradora, cenários fantásticos e personagens impactantes, “Sombras” faz o leitor mergulhar em um território desconhecido, aterrorizante, mas também, encantador. A sequência, repleta de magia, irá testar o amor de Vincent e Melissa, bem como o coração do leitor. E a nós, fãs da saga, resta torcer, para que a sombra não ofusque a felicidade desse romance.” Mari Scotti, (autora de Híbrida – Série Neblina e Escuridão, Editora Novo Século)



Luz de Inverno: livro 3, lançamento de maio da Mundo Uno Editora

Sinopse:

Poder, lealdade, esperança... Um amor escolhido pelo destino venceu as sombras e agora descobrirá seu poder.

Cores: uma história que ganhou vida em palavras; almejou o impossível, encantou e emocionou leitores, chega ao seu final. No último volume da trilogia, a verdade chegará iluminada por confrontos decisivos. O amor de Melissa e Vincent se fortalece, mas sua união desperta o interesse pelo poder. Esta herança promete ser o novo alicerce para o Mundo Mágico, a diferença entre vitória e derrota... O desejo de que o futuro seja apenas o começo.

Inspire-se com esta jornada entre Sombra e Luz, e descubra, junto com Vincent e Melissa, a magia escondida no amor. 

 Sobre a autora: Keila Gon nasceu em São Paulo, capital. Filha de pais aventureiros viveu boa parte da infância em Minas Gerais onde desfrutou de amizades inesquecíveis e compartilhou com a irmã mais velha o contato com a natureza. Atualmente reside em Campinas, SP, com o marido, a filha e um gato.

Cores de outono – lançado pela Editora Novo Século , em 2012 – foi seu livro de estreia. Sombras da primavera – lançado em 2013 – é o segundo volume desta saga que caminha para sua conclusão com Luz de inverno.

Links:


 O livro "Luz de inverno" já está a venda no site da Mundo Uno Editora (R$ 39,90 - livro + kit de brindes + envio) e na Saraiva - R$31,90 (desconto Saraiva).

 Por hoje é só, espero que tenham gostado da novidade. Me contem: já conhecem a trilogia?


Até o próximo post!

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Resenha: livro "Amantes", Elizabeth Abbott

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Amantes: uma história da outra", escrita pela Elizabeth Abbott e publicado em 2016 pela Editora Record.

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  Na obra, a autora nos apresenta histórias de amantes desde a Antiguidade até os dias de hoje. A primeira amante citada é Agar, uma escrava que pertencia a Sara, a esposa de Abraão (conhecem eles da Bíblia, né?) por volta de 2000 a. C., como Sara não podia ter filhos e o rico Abraão precisava de um herdeiro, Agar foi obrigada a ter um filho dele. O tempo passou e milagrosamente Sara engravidou aos 90 anos, e agora o filho de Agar era dispensável, de forma que ele e a mãe foram expulsos para o deserto. Creio que essa primeira história (um pouco absurda) já dê uma boa noção de como foi a vida da maioria das amantes mostradas na obra. Algumas eram escravas e não tinham escolha, como Agar ou como as escravas negras que viam seus filhos com os senhores serem tratados como propriedades deles e sendo vendidos.

 O livro tem mais de 600 páginas e é uma leitura para ser feita aos poucos, lentamente. Fala sobre mulheres que não tinham outra escolha a não ser a vida de amante, algumas pelo fato de uma segunda união não ser permitida legalmente, como no caso de Mary Ann Evans, editora e escritora que usava o pseudônimo masculino George Eliot, e tinha que viver com o peso e a discriminação de ser chamada de amante apenas pelo fato de não haver a possibilidade de seu companheiro, o também escritor George Lewes, já casado uma vez, voltar a se casar legalmente. Para mim, se um casal se separa, ambos voltam a ser solteiros, e se um deles se casa, essa nova relação é aos meus olhos um novo casamento, mas ainda hoje conheço pessoas que não respeitam tanto uma segunda união de outras pessoas quanto uma primeira, ficam apegadas aquele primeiro casamento que teve um fim, como se ele tivesse mais valor que um segundo casamento que está dando certo, espero que com o tempo isso venha a mudar.

 Há os casos mostrados no capítulo 5, dedicado a falar sobre "As consortes clandestinas de padres (nada) celibatários". Inicialmente, o celibato e a castidade não eram obrigatório para papas e padres da Igreja Católica, coisa que mudou com o medo da Igreja de ter que arcar com os custos financeiros das despesas das esposas e filhos desses padres, deixando desamparados inúmeras mulheres e filhos de padres. Há casos de papas que ameaçavam excomungar mulheres que não queriam ser mais suas amantes, e de padres que usavam sua suposta condição divina para forçar psicologicamente suas amantes a lhe obedecerem. É uma leitura recomendada para que passemos a entender que Cristianismo e Igreja Católica não são a mesma coisa, e que a interpretação da Bíblia pode mudar para entender os interesses da Igreja ao longo dos séculos.

 A partir de mais ou menos 911, Teodora foi responsável indiretamente por levar 4 papas ao poder; sua filha, Marósia, oferecida pela mãe como amante aos papas, também tornou papa um de seus filhos. Como eu poderia condenar Marósia pelas coisas que ela fez, pelo sangue que trazia nas mãos e pelas deslealdades cometidas, após ter sido usada da forma que foi?

 "É realmente uma distorção muito triste que a Igreja, alicerçada nos mistérios e verdades de um menino nascido em circunstâncias tão inusitadas que só pela fé em sua milagrosa concepção pôde ser salvo da condição de bastardo, tenha inventado tantos mecanismos para impedir as tentativas das filhas da Virgem Maria de reivindicar o que lhes é devido." (página 244)

 O capítulo 8 fala sobre "As uniões sexuais e a questão judaica", mostra como o nazismo e a Segunda Gerra Mundial obrigou as mulheres a terem seus corpos usados em troca da possibilidade de sobrevivência.

 "Hitler não tinha a menor simpatia pela emancipação feminina, que segundo ele era 'apenas uma invenção do intelecto judeu'." (página 307)

 O capítulo 2 fala sobre as "Concubinas e haréns no Oriente", onde a pobreza obrigava famílias a enviarem suas filhas para serem amantes (acho que se elas pudessem trabalhar de forma remunerada ao invés disso, seria uma opção mais inteligente), onde por vezes várias mulheres ficavam confinadas em condições desumanas. Para as mulheres do harém chinês, ter um filho do imperador podia ser a única chance de uma vida melhor, chegando ao poder e até se tornando imperatriz.

 "As duas imperatrizes estavam na casa dos vinte, inexperientes, ignorantes do protocolo administrativo e só razoavelmente alfabetizadas." (página 100)

 O capítulo 3 fala sobre as amantes reais. Os casamentos da realeza na Europa eram, em sua maioria, arranjados, e dois deles chamaram minha atenção: o do imperador austríaco Francisco José com a princesa Elizabeth da Baviera, que para tirar a atenção do marido de si, lhe apresentou a atriz Katharina; e a história do príncipe romeno Carol (casado) e sua paixão pela judia Elena (em plena época de perseguição aos judeus), que o levou a fugir com ela para vários países, inclusive o Brasil.

 Há histórias de casos entre nomes famosos da literatura e suas amantes, como o poeta Byron, que se tornou uma obsessão para Caroline, uma mulher casada, ela gostava muito mais dele do que ele dela, embora não conseguisse aceitar isso. O escritor de "O apanhador no campo de centeio", J. D. Salinger, na casa dos 50 anos, se interessou pela bela adolescente Joyce Maynard, e usando toda a experiência já adquirida em sua vida, conseguiu convencê-la a ter um caso com ele, mas ao ver que a adolescente não era a bonequinha, o brinquedo que ele queria, dispensou-a, um exemplar caso de relacionamento abusivo entre um homem mais velho e uma mulher muito mais jovem, onde os sonhos e os desejos dela são ridicularizados por ele como forma de manter a dependência que ela, insegura, tem dele. Já Voltaire e Émilie (que era casada) tiveram um relacionamento que se iniciou pela sede de conhecimento dos dois.

 "Émilie também refletira profundamente sobre a natureza dos homens e das mulheres. (...) Queixava-se de que o único motivo pelo qual nenhuma mulher produzira até então uma boa tragédia, romance ou pintura, um bom poema ou tratado de física era o fato de as mulheres não serem treinadas para pensar. Se fosse um rei, acrescentava, corrigira essa situação estimulando as mulheres a participar de todas as esferas de atividade, especialmente a intelectual. Em muitos aspectos, a vida de Émilie como amante de Voltarie foi uma ligação de igualdade." (página 361)

 Fica o aviso de que o capítulo 12, "Decaídas: As amantes na literatura", conta a histórias de livros clássicos onde há amantes como personagens, o que pode causar spoilers para alguns leitores que ainda não leram esses clássicos.

 Sobre Anna Karenina, personagem de Tolstoi:

 "Anna simboliza um tipo de mulher europeia  do século XIX que tinha a inteligência subestimada e a criatividade sufocada, de tal maneira que só lhes restava o tédio e a trivialidade de casamentos arranjados nos quais levavam uma vida subalterna e vulnerável." (página 546)

 "Amantes: uma história da outra" é uma leitura interessante para quem quer saber uma pouco mais sobre a História da humanidade. Uma parte bem interessante fala sobre Fidel Castro, que assim como Voltarie, enxergava as mulheres como pessoas tão capazes quanto os homens, tendo suas amantes Naty Revuelta e Celia Sánchez desempenhado papéis importantes na revolução. Também é possível conhecer um pouco da história de Marilyn Monroe, que teve uma infância muito sofrida, e acabou se tornando amante do presidente John F. Kennedy (após a leitura, passei a nutrir certo desprezo por ele). E do triângulo amoroso do príncipe Charles, a falecida princesa Diana e sua atual esposa e namorada de longa data, Camila, Duquesa da Cornualha.

 Imagino como deve ter sido difícil para a autora condensar vidas inteiras em poucas páginas, de forma que não podemos usar só o que está na obra (muitas vezes, versões diferentes das que já conhecemos) para fazermos um julgamento completo das pessoas citadas, mas é uma leitura válida ao trazer coisas que nem sempre encontraríamos na mídia ou em livros de história.

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 Sobre a parte visual: a capa é bem bonita, as páginas são amareladas e a diagramação é simples, com margens, letras e espaçamento de bom tamanho. No final do livro, há quase 50 páginas com notas de fontes que a autora usou como referências para sua obra, uma prova de que houve uma vasta pesquisa sobre o tema.

 Por que há amantes? Talvez seja uma pergunta que motive leitores a conhecer a obra de Elizabeth Abbott. As respostas são muitas. Principalmente, por causa do machismo que não dá às mulheres as mesmas condições que dá aos homens. Pela sociedade, que impunha casamentos arranjados. Pelas leis, que não reconheciam segundas uniões ou pela Igreja, que não aceitava as famílias formadas por sacerdotes. O fato é que a autora mostra que ser amante não é a condição ideal e nem algo a ser glamourizado, há sim exceções, mas uma hora ou outra as amantes vão sofrer por serem o que são. Felizmente, nos dias de hoje, as coisas melhoraram para as mulheres, mas mesmo assim é possível ver resquícios de outras épocas em nossa sociedade atual, e a leitura certamente contribuirá para uma melhor compreensão das relações extraconjugais.

 "A eterna duplicidade de padrões não só condena a mulher muito mais do que seu parceiro masculino de pecado como ainda aumenta sua insegurança." (página 607)

 É um livro difícil de resenhar por seu tamanho em número de páginas e por abordar um período longo de tempo, mas espero ter conseguido mostrar para vocês um pouco do que há na obra, trazendo minhas opiniões sobre ela como um todo e sobre alguns casos específicos que me chamaram a atenção. No geral, foi um livro que eu gostei, especialmente por falar de mulheres nem sempre lembradas pela história, mesmo sem reconhecimento e condições justas ou adequadas, tivemos imperatrizes, escritoras, editoras, paisagistas, mulheres que na ausência de maridos que foram para guerra, davam conta de tudo, e até mesmo mafiosas, afinal, somos humanas.

 Detalhes: 672 páginas, ISBN-13: 9788501404299, Skoob. Onde comprar online: SaraivaSubmarinoAmericanas.

 Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha de hoje. Alguém já conhecia a obra?


Até o próximo post!

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Resenha: livro "O livro dos negros", Lawrence Hill

 Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é “O livro dos negros”, escrito pelo Lawrence Hill e publicado no Brasil em 2015 pela Primavera Editorial.

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 “Isso, decidi, era o que significava ser escravo; você é invisível no presente, e não pode ter pretensão em relação ao futuro.” (página 165)

 Eu já havia lido algumas resenhas bem positivas sobre a obra, mas queria saber se o livro era realmente tão bom quanto diziam; por isso, assim que o blog se tornou parceiro da Primavera Editorial, solicitei "O livro dos negros", e já adianto que ele é sim merecedor de todos os elogios que recebe.

 “Alguns dizem que tive uma beleza pouco comum, mas eu não desejaria beleza para nenhuma mulher que não tivesse sua liberdade, e que não escolhesse os braços que a abraçam.” (página 14)

 O livro é narrado em primeira pessoa por Aminata Diallo, em 1802 ela era uma senhora de idade avançada (para os padrões da época) e morava em Londres, sua história era usada por um grupo de abolicionistas para tentar aprovar leis que abolissem a escravidão. E Aminata decidiu contar sua própria história, voltando no tempo e revirando suas memórias.

 “Os abolicionistas podem até me chamar de sua igual, mas seus lábios ainda não pronunciam meu nome e seus ouvidos ainda não ouvem minha história. Não da forma como quero contar-lhes. Mas há muito que amo a palavra escrita, e vejo nela o poder do leão adormecido. Este é o meu nome. Eu sou esta. Foi assim que cheguei aqui. Na falta de uma audiência, escreverei minha história de modo que esta espere, como uma fera adormecida, com um coração pulsante e pulmões que respiram.” (página 93)

 No final da infância, Aminata vivia com o pai (joalheiro) e a mãe (parteira) em uma aldeia africana. Acompanhava a mãe quando ela ia fazer um parto, e até já ajudava; o pai a tratava com carinho, talvez até a mimando como diziam alguns. Aminata era uma criança muçulmana feliz e cheia de sonhos. Até que os rumores de que aldeias próximas estavam sendo invadidas se confirmaram, e a garota e outros negros foram raptados e obrigados a andar até o litoral, onde embarcaram num navio e cruzaram o oceano a caminho da América, onde teriam que trabalhar em plantações. E esse seria só o começo da longa jornada de Aminata. Desde o primeiro instante, seu desejo era voltar para casa, para a aldeia que não existia nos mapas e que estava perdida em algum lugar do continente africano.

 As partes da obra são chamadas de livro: livro um, livro dois, livro três e livro quatro, e essa divisão realmente foi necessária, pois cada parte trazia uma fase da vida da protagonista. Inicialmente, sabendo o que viria para a vida de Aminata em sua terra natal (mutilação genital, casamento arranjado...), pensei que de qualquer forma ela sofreria, mas as provações pela qual passou após ser raptada, fisicamente e psicologicamente, foram incomparáveis. E quando parecia que tudo ficaria bem, vinha mais uma reviravolta e uma nova batalha para Aminata! Ela não desistiu apesar de tudo, poderia ter feito como muitos outros negros no navio negreiro e em outra ocasiões: desistido e se suicidado, mas sua vontade de viver e de voltar para sua terra, e posteriormente a vontade de fazer algo pelo seu povo, foram maiores. Talvez a forma como ela foi criada pelos pais tenha ajudado para que ela tivesse vontade de aprender, de saber, e muitas vezes o fato de ela ser útil tornou um pouco mais fácil e até salvou sua vida.

 “Lembro-me de que, um ano ou dois depois de começar a dar os primeiros passos, eu ponderava por que só os homens sentavam-se para beber chá e conversar, e as mulheres estavam sempre ocupadas. Concluí que os homens eram fracos e precisavam descansar.” (página 21)

 Aminata conheceu pessoas ruins no caminho, como o Senhor Appleby, dono da primeira fazenda onde ela trabalhou; mas também conheceu pessoas boas, como a escrava Geórgia, que cuidou dela nessa fazenda e lhe ensinou o que podia sobre ervas. Além disso, conheceu pessoas que variavam entre a bondade e a maldade, como Chekura, que inicialmente era um garoto negro africano quase da idade dela e que ajudava os raptores a levar os negros até os barcos, mas que descobriu que a cor da sua pele o condenava a estar no lugar daqueles a que conduzia, ou Mamed, uma espécie de capataz da fazenda, capaz de ser agressivo e também de ajudar a protagonista a aprender a ler melhor. São muitos personagens marcantes ao longo da trajetória de Aminata, Lawrence Hill soube bem como colocá-los na trama.

 "Ler era como um sonho diurno em uma terra secreta. Ninguém além de mim sabia chegar lá, e ninguém além de mim era dono daquele lugar." (página 146)

 Eu poderia ficar falando por horas sobre diversos aspectos de "O livro dos negros", e nem chegaria perto de mostrar toda a grandiosidade da obra. Mas quero que vocês entendam que realmente é um livro muito bom e recomendado. É uma leitura para se fazer aos poucos, pois a quantidade de emoções que ele traz ao mostrar as conquistas e os percalços de Aminata precisam ser ingeridos em pequenas doses. Em momento algum a história fica monótona ou cansativa, desde as primeiras páginas somos cativados. E por tudo isso "O livro dos negros" ganhou cinco estrelas em minha avaliação no Skoob e se tornou meu favorito, mesmo tendo alguns erros de revisão.

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 Sobre a parte visual: foi meu primeiro contato com uma obra da Primavera Editorial e minha avaliação foi positiva. A capa é muito bonita (mais linda que as estrangeiras) e a escolha das cores e fontes me agradou bastante. As páginas são amareladas (excetuando-se as que marcam a mudança das partes) e a diagramação tem letras, margens e espaçamento de bom tamanho.

 “Durante as longas noites de solidão, eu tinha tempo para pensar e me espantava o fato de que os bons homens brancos não permaneciam sãos por muito tempo. Todo homem branco que queria ajudar os negros a ‘se levantar’, como Clarkson gostava de dizer, seria impopular perante os seus pares.” (página 309)

 Fica aqui o meu agradecimento ao Lawrence Hill por ter escrito a obra e à Primavera Editorial por tê-la publicado no Brasil. É uma publicação muito importante para que possamos compreender melhor uma parte triste da história da humanidade. É uma história de ficção, mas com muita pesquisa e verdade, Aminata é uma junção de incontáveis negros que foram arrancados de seu território, tiveram sua cultura estraçalhada e se tornaram escravos de outros seres humanos. O Brasil não aparece no livro, a história se foca mais no Hemisfério Norte, mas é uma leitura que também serve para nós, já que também tivemos escravidão em nosso solo, e creio que as condições dos escravos aqui eram semelhantes. É uma leitura válida também para que repensemos como, ainda hoje, os negros são tratados, na questão do racismo e do preconceito. Para que se tornassem escravos, tiveram sua humanidade negada, e ainda hoje algumas pessoas se sentem melhores ou mais inteligentes que as outras por causa da cor da pele, e isso tem que mudar.

 Recomendo que vocês leiam o livro assim que possível, ele não é muito caro e vale cada centavo (juntem moedinhas num cofrinho, peçam de presente, mas adquiram o livro, tenho certeza que vai valer a pena). É uma história forte sim, emocionante, que vai causar revolta ao ver até onde vai a maldade humana, mas também tem seu suas partes divertidas, partes que vão te ensinar coisas novas e tem a Aminata, que certamente entrará para sua lista de personagens inesquecíveis. Talvez para leitores mais novinhos tenha cenas um pouco pesadas, mas creio que quanto mais cedo compreendermos certas coisas, melhor.

 Detalhes: 408 páginas, ISBN-13: 9788561977696, Skoob (média de notas: 4,9/5). Onde compra online: Amazon, site da editora, Fnac, Saraiva (use o cupom AMOCUPOM para ter 10% de desconto), Submarino, Americanas.

 Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha de hoje. Alguém aí já leu ou conhecia "O livro dos negros"? Já leram alguma outra obra com a temática da escravidão?


Até o próximo post!
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