Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com "A invenção de Morel", livro escrito pelo argentino Adolfo Bioy Casares, lido na edição da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura de 2016.
Narrada em primeira pessoa, a história é uma espécie de diário onde um homem condenado à prisão perpétua relata seus dias na ilha deserta para onde fugiu. Na ilha havia três construções abandonadas: um museu, uma igreja e uma piscina. Havia rumores sobre uma misteriosa doença na ilha, mas tudo o que o fugitivo queria era escapar da prisão e ele não deu ouvido a esses rumores.
"A vida de fugitivo deixou meu sono mais leve: tenho certeza de que não chegou nenhum barco, nenhum avião, nenhum dirigível. No entanto, de uma hora para o outra, nesta abafada noite de verão, o capinzal do morro se cobriu de pessoas que dançam, passeiam e nadam na piscina como veranistas que estivessem instalados faz tempo em Los Teques ou em Marienbad." (página 8)
O narrador estava lidando como podia com as dificuldades do local isolado, até que, um dia, misteriosamente, apareceram pessoas na ilha. O fugitivo ficou desesperado com a possibilidade de ser descoberto por elas e enviado para a prisão, imaginando que o fato de aquelas pessoas parecerem não estar procurando-o poderia ser uma armadilha para que se aproximasse. Será que o narrador vai conseguir se manter escondido? Por quanto tempo aqueles visitantes permanecerão na ilha? O fugitivo será vencido pela solidão e sucumbirá a vontade de se aproximar? E, principalmente, quem são aqueles visitantes tão peculiares?
Comprei esse livro pelo fato de alguns canais que acompanho terem falado sobre ele (embora eu não me lembrasse se bem ou mal) e pela sinopse que o descreve como "clássico da ficção científica latino-americana que inspirou Lost" (seriado que não cheguei a assistir, mas a sinopse do livro me deixou curiosa).
Imaginei mil e uma possibilidades que justificassem o aparecimento das pessoas na ilha e o fato de elas não notarem a presença do fugitivo. Minha primeira hipótese foi a de que as pessoas seriam uma alucinação causada por raízes que o fugitivo usava para se alimentar. Mas, como é dito na sinopse, tudo está relacionado com uma máquina inventada por um tal de Morel e uma espécie de imortalidade por meio de imagens. Talvez vocês também já estejam criando suas próprias teorias ou até tenham descoberto o motivo de as outras pessoas na ilha estarem alheios aos narrador, mas lhes garanto que serão muito surpreendidos ao compreenderem a história toda. Eu fiquei chocada com a invenção que dá nome ao livro, discordo fortemente da validade do tipo de imortalidade mostrado na obra e não queria de forma alguma ser amiga desse tal de Morel, é apavorante o que ele foi capaz de fazer, ainda que tenha certa lógica.
"Já é hábito de minhas mais lúcidas teorias se desfazerem no dia seguinte, ficando apenas como provas de uma espantosa combinação de inépcia e entusiasmo (ou desespero). Talvez minha ideia, uma vez escrita, perca a força." (página 78, o leitor também vê cada uma de suas teorias sendo desfeitas juntamente com as do narrador)
É um livro curto, com menos de cem páginas, mas talvez por eu ter lido antes de dormir, tenha me dado sono (agora tenho um livro para usar como resposta em tags que peçam "livro que deu sono"). A linguagem é um pouquinho difícil, com algumas palavras pouco comuns, mas é uma leitura cativante. É uma história onde somos conduzidos pelo narrador de forma a ficarmos mais curiosos a cada página, imaginando mil e uma teorias que expliquem o que está acontecendo, torcendo para que nossas piores previsões não se concretizem, e quando a verdade vem à tona, é impossível ficar indiferente. Então, é sim uma leitura que recomendo, tanto para quem gosta de ficção científica quanto para quem não leu nada do tipo ainda.

A edição tem uma capa com uma ilustração abstrata, páginas amareladas, boa revisão, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho.
"Talvez todo esse empenho higiênico em não esperar seja um pouco ridículo. Não esperar da vida, para não arriscá-la; dar-se por morto, para não morrer. De repente isso me pareceu um letargo pavoroso, inquietíssimo; quero que acabe. Depois da fuga, depois de ter vivido sem atentar a um cansaço que me destruía, conquistei a calma; minhas decisões talvez me devolvam a esse passado ou aos juízes; são preferíveis a este longo purgatório." (página 20)
Detalhes: 88 páginas, ISBN-13: 9788579492891, Skoob. Edições disponíveis na Amazon:
Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha de hoje. Me contem: já conheciam o livro ou o autor? Gostam de histórias sobre pessoas em ilhas (não tão) desertas?
♥ Clique e confira também a resenha de "O curioso caso de Benjamin Button", de F. Scott Fitzgerald, outro livro da coleção Folha Grandes Nomes da Literatura.
♥ Confira o post sobre o desafio de ler 30 livros em janeiro.
Narrada em primeira pessoa, a história é uma espécie de diário onde um homem condenado à prisão perpétua relata seus dias na ilha deserta para onde fugiu. Na ilha havia três construções abandonadas: um museu, uma igreja e uma piscina. Havia rumores sobre uma misteriosa doença na ilha, mas tudo o que o fugitivo queria era escapar da prisão e ele não deu ouvido a esses rumores.
"A vida de fugitivo deixou meu sono mais leve: tenho certeza de que não chegou nenhum barco, nenhum avião, nenhum dirigível. No entanto, de uma hora para o outra, nesta abafada noite de verão, o capinzal do morro se cobriu de pessoas que dançam, passeiam e nadam na piscina como veranistas que estivessem instalados faz tempo em Los Teques ou em Marienbad." (página 8)
O narrador estava lidando como podia com as dificuldades do local isolado, até que, um dia, misteriosamente, apareceram pessoas na ilha. O fugitivo ficou desesperado com a possibilidade de ser descoberto por elas e enviado para a prisão, imaginando que o fato de aquelas pessoas parecerem não estar procurando-o poderia ser uma armadilha para que se aproximasse. Será que o narrador vai conseguir se manter escondido? Por quanto tempo aqueles visitantes permanecerão na ilha? O fugitivo será vencido pela solidão e sucumbirá a vontade de se aproximar? E, principalmente, quem são aqueles visitantes tão peculiares?
Comprei esse livro pelo fato de alguns canais que acompanho terem falado sobre ele (embora eu não me lembrasse se bem ou mal) e pela sinopse que o descreve como "clássico da ficção científica latino-americana que inspirou Lost" (seriado que não cheguei a assistir, mas a sinopse do livro me deixou curiosa).
Imaginei mil e uma possibilidades que justificassem o aparecimento das pessoas na ilha e o fato de elas não notarem a presença do fugitivo. Minha primeira hipótese foi a de que as pessoas seriam uma alucinação causada por raízes que o fugitivo usava para se alimentar. Mas, como é dito na sinopse, tudo está relacionado com uma máquina inventada por um tal de Morel e uma espécie de imortalidade por meio de imagens. Talvez vocês também já estejam criando suas próprias teorias ou até tenham descoberto o motivo de as outras pessoas na ilha estarem alheios aos narrador, mas lhes garanto que serão muito surpreendidos ao compreenderem a história toda. Eu fiquei chocada com a invenção que dá nome ao livro, discordo fortemente da validade do tipo de imortalidade mostrado na obra e não queria de forma alguma ser amiga desse tal de Morel, é apavorante o que ele foi capaz de fazer, ainda que tenha certa lógica.
"Já é hábito de minhas mais lúcidas teorias se desfazerem no dia seguinte, ficando apenas como provas de uma espantosa combinação de inépcia e entusiasmo (ou desespero). Talvez minha ideia, uma vez escrita, perca a força." (página 78, o leitor também vê cada uma de suas teorias sendo desfeitas juntamente com as do narrador)
É um livro curto, com menos de cem páginas, mas talvez por eu ter lido antes de dormir, tenha me dado sono (agora tenho um livro para usar como resposta em tags que peçam "livro que deu sono"). A linguagem é um pouquinho difícil, com algumas palavras pouco comuns, mas é uma leitura cativante. É uma história onde somos conduzidos pelo narrador de forma a ficarmos mais curiosos a cada página, imaginando mil e uma teorias que expliquem o que está acontecendo, torcendo para que nossas piores previsões não se concretizem, e quando a verdade vem à tona, é impossível ficar indiferente. Então, é sim uma leitura que recomendo, tanto para quem gosta de ficção científica quanto para quem não leu nada do tipo ainda.

A edição tem uma capa com uma ilustração abstrata, páginas amareladas, boa revisão, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho.
"Talvez todo esse empenho higiênico em não esperar seja um pouco ridículo. Não esperar da vida, para não arriscá-la; dar-se por morto, para não morrer. De repente isso me pareceu um letargo pavoroso, inquietíssimo; quero que acabe. Depois da fuga, depois de ter vivido sem atentar a um cansaço que me destruía, conquistei a calma; minhas decisões talvez me devolvam a esse passado ou aos juízes; são preferíveis a este longo purgatório." (página 20)
Detalhes: 88 páginas, ISBN-13: 9788579492891, Skoob. Edições disponíveis na Amazon:
Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha de hoje. Me contem: já conheciam o livro ou o autor? Gostam de histórias sobre pessoas em ilhas (não tão) desertas?
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Até o próximo post!
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