Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Menina Má", escrito pelo William March. Ele foi publicado em 1954, se tornando um estrondoso sucesso na época, sendo adaptado para uma peça e um filme indicado ao Oscar. No Brasil, a obra foi publicada pela Darkside em 2016. Vocês podem apertar o play e conferir no vídeo, ou continuar lendo:
A história se passa em 1952 e é narrada em terceira pessoa. Christine é mãe de Rhoda, uma garotinha de 8 anos. Num piquenique da escola, um coleguinha da menina morreu. Poderia ter sido só um acidente, um descuido dos responsáveis que não viram o garoto indo para a beira d'água. O problema é que várias pessoas viram Rhoda perseguindo o menino desde que entraram no ônibus para ir ao passeio e, no piquenique, ela inclusive levou uma bronca por estar incomodando o garoto. Dias antes, ele ganhou uma medalha por ter a melhor caligrafia da turma, medalha pela qual a Rhoda se esforçou muito e estava certa de que iria ganhar, ficando inconformada com a premiação ao garoto.
Christine ficou chocada com a morte do colega de Rhoda e estava preocupada com a possibilidade da filha ter ficado traumatizada com o acontecimento, mas para o espanto da mãe, quando foi conversar com a garota, Rodha disse: "Não sei do que você está falando, mãe. Não sinto nada" (página 73). Além da frieza da filha, outros fatores foram acendendo um alerta em Christine, como a medalha que o garoto levou para o passeio não ter sido encontrada, e depois ser achada numa situação suspeita, o fato de excluírem Christine e Rhoda da contribuição para as flores enviadas ao sepultamento do garoto. Não citarei todos os acontecimentos para não estragar as surpresas de quem ainda não leu, o fato é que Christine desconfiará que a filha possa ter tido alguma parcela de culpa na morte do menino. E não seria a primeira nem a última vez que Rhoda estaria envolvida numa situação questionável.
Boa parte do livro girará em torno de como Christine lidará com a descoberta de que a filha não é uma criança como todas as outras e com a certeza de que precisa fazer alguma coisa com essa e outras descobertas que surgirão ao longo dos capítulos, Christine só não sabe exatamente o quê!
"Menina Má" foi o livro escolhido para a leitura coletiva num grupo do qual participo. Alguns dos participantes estavam com receio de que fosse um terror pesado, uma leitura que desse medo, mas ao final, concluímos que a história não é isso, e sim um suspense psicológico. Só teve uma cena de um pesadelo da Christine que me apavorou um pouco. Então, se você tem medo de lê-lo pensando que é um terror assustador, não precisa ter esse receio e pode realizar a leitura tranquilamente.
Os capítulos não são curtos, mas a obra tem só 270 páginas, então é uma leitura que não vai tomar muito tempo. Vale lembrar que foi escrito nos anos 50, por isso tem um estilo um pouco diferente, creio que comum para os livros da época, com parágrafos maiores e mais divagações sobre e dos personagens.
Falando sobre os personagens: a Christine, a filha e o marido tinham se mudado havia pouco tempo para o prédio onde moravam Mônica Breedlove e um irmão. O marido de Christine estava viajando a trabalho, então ela estava sozinha com a filha. A Mônica, que é descrita como "agressivamente efervescente", descrição que combina perfeitamente com ela, acabou se tornando a pessoa mais próxima de Christine, mas por mais que tentasse, não iria conseguir descobrir o que estava atormentando a amiga. E era impressionante como as pessoas mais velhas achavam a Rhoda um exemplo de comportamento, como gostavam dela. Já outros personagens, como as professoras da escola, os coleguinhas e o zelador Leroy, viam que tinha algo de errado com Rhoda, que ela não era como as outras crianças; o Leroy, um dos personagens mais odiáveis do livro, ficava perturbando a garota, mas pagaria bem caro por isso!
"Menina Má" fala sobre psicopatia e serial killers, com a diferença de termos uma criança como a provável criminosa. Sou formada em Pedagogia e convivo com crianças de 8 anos, a mesma idade da Rhoda, e é muito visível como ela já nasceu diferente. É comum que crianças fiquem decepcionadas por não ganharem algo pelo qual se esforçaram muito, que em algumas fases e idades sejam mais egoístas, que algumas sejam mais organizadas que as outras e que tenham manias. O problema é quando todas essas características estão presentes na mesma criança e sem uma perspectiva de mudança, como é o caso da Rhoda.
A garota apresenta várias características de psicopatia; apesar de o autor não entrar muito na mente da Rhoda, em algumas cenas é possível perceber o quanto ela é fria, como não se importa com os outros e como tem emoções muito primitivas, algo bem diferente do que acontece com o Early de "Em algum lugar nas estrelas" por exemplo, outro livro da Darkside que traz uma criança com um comportamento peculiar (já resenhado no blog e que também foi lido na leitura coletiva do nosso grupo), no caso, o Early é autista, e na história dele fica muito nítido como o garoto tem sim emoções e empatia, só se expressa de uma maneira diferente.
Talvez nem todo mundo tenha parado pra pensar sobre a existência de crianças psicopatas e o quanto elas podem ser perigosas, e esses leitores possam ficar chocados com a Rhoda e com as atitudes da mãe dela. Mas e se a gente estivesse no lugar da Christine, o que iríamos fazer? Uma mãe teria coragem de entregar a filha, uma criança de 8 anos, à justiça e correr o risco de vê-la condenada à pena de morte como Leroy gostava de dizer à garota que aconteceria? Ou de ver a filha trancada numa instituição psiquiátrica que na época tinha práticas que hoje não são aceitáveis? Em quem Christine poderia confiar pra se abrir se, além de tudo, ainda se sentia culpada de certa forma?
A edição da Darkside é bem bonita, com capa dura, fitilho, páginas amareladas, detalhes nos inícios de capítulos, prefácio com algumas informações sobre o autor, boa revisão e boa diagramação.
William March escreveu um livro que faz o leitor pensar sobre um tema importante e polêmico, afinal, como uma criança pode ter tamanha maldade? O desfecho pode desagradar alguns leitores, eu confesso que esperava algo mais elaborado e senti falta de algumas cenas (falei mais sobre no vídeo). "Menina Má" é uma leitura interessante e que eu recomendo para quem se interessar pela premissa e quiser conhecer esse thriller psicológico clássico, mas já fica o aviso de que a trama tem um ritmo mais lento e o foco da história é em como uma mãe vai lidar com os problemas da filha.
"Sentaram-se nas cadeiras de balanço da varanda, e depois de um tempo, a srta. Octavia, há muito acostumada às perguntas que os pais nunca faziam, disse: 'Você gostaria de saber o que pensamos sobre Rhoda, e o quanto ela progrediu depois que veio estudar conosco?'. A sra. Penmark respondeu que gostaria, sim, acrescentando que a menina, quase desde bebê, tinha sido uma espécie de charada tanto para ela quanto para o marido. Era algo difícil de precisar ou identificar, mas havia uma estranha maturidade no caráter da menina que julgava perturbadora. Tanto ela como o marido haviam pensado que uma escola como a delas, uma instituição que enfatizava a disciplina e as virtudes à moda antiga, seria a escola ideal para Rhoda - que eliminaria, ou pelo menos modificaria, alguns dos fatores desagradáveis do seu temperamento.A srta. Fern (...) disse que, de certas maneiras, Rhoda era uma das alunas mais satisfatórias que a escola já tivera. Nunca faltara um dia sequer; nunca se atrasara, nem mesmo uma vez; era a única criança na história da escola que havia tirado nota máxima em comportamento todos os meses, dentro de sala, e nota máxima em independência e conservação do material escolar todos os meses, no pátio do recreio, no ano passado; e se a sra. Penmark tivesse lidado com tantas crianças quanto a srta. Fern tinha lidado em sua longa carreira de professora, ela perceberia que era um recorde impressionante. (...) 'Rhoda é uma criança conservadora e muito econômica', continuou ela, 'e talvez a menina mais organizada que já conheci na vida'. Christine riu e disse: 'Isso ela é. Meu marido diz que não sabe de onde ela foi tirar tanta organização - com certeza não veio de mim nem dele'. A srta. Burgess Fern chegou, sentou-se na cadeira ao lado da irmã, e, após ouvir um pouco da conversa, falou: 'Acho que o segredo do temperamento de Rhoda é o simples fato de ela não precisar dos outros, como a maioria de nós precisa. Ela é uma menininha tão autossuficiente! Nunca, em toda a minha vida, vi alguém tão senhora de si'. A sra. Penmark suspirou, alçou as mãos ao céu num exagero humorístico, e falou: 'Às vezes, eu queria que ela dependesse mais dos outros. Às vezes, queria que ela fosse menos prática e mais afetuosa'. A srta. Octavia, do fundo de sua experiência com crianças, falou brandamente: 'Você não vai conseguir mudá-la. A menina vive em seu mundinho particular, e sei que não deve ser nada parecido com o mundo em que você e eu vivemos'. 'Essa menininha tem oito anos e já parece ser muito bem capaz de tomar conta de si mesma, o que não é nada comum em nenhuma idade', disse a sra. Burgess. Ela se levantou, subiu alguns degraus da escada, mas se voltou para acrescentar: 'Rhoda tem muitas qualidades espantosas para uma criança. Em primeiro lugar, tem uma coragem acima da média. É quase como se não sentisse medo: ela mantém a calma diante de coisas que fariam uma criança normal chorar ou sair correndo'." (páginas 46, 47 e 48)
A história se passa em 1952 e é narrada em terceira pessoa. Christine é mãe de Rhoda, uma garotinha de 8 anos. Num piquenique da escola, um coleguinha da menina morreu. Poderia ter sido só um acidente, um descuido dos responsáveis que não viram o garoto indo para a beira d'água. O problema é que várias pessoas viram Rhoda perseguindo o menino desde que entraram no ônibus para ir ao passeio e, no piquenique, ela inclusive levou uma bronca por estar incomodando o garoto. Dias antes, ele ganhou uma medalha por ter a melhor caligrafia da turma, medalha pela qual a Rhoda se esforçou muito e estava certa de que iria ganhar, ficando inconformada com a premiação ao garoto.
Christine ficou chocada com a morte do colega de Rhoda e estava preocupada com a possibilidade da filha ter ficado traumatizada com o acontecimento, mas para o espanto da mãe, quando foi conversar com a garota, Rodha disse: "Não sei do que você está falando, mãe. Não sinto nada" (página 73). Além da frieza da filha, outros fatores foram acendendo um alerta em Christine, como a medalha que o garoto levou para o passeio não ter sido encontrada, e depois ser achada numa situação suspeita, o fato de excluírem Christine e Rhoda da contribuição para as flores enviadas ao sepultamento do garoto. Não citarei todos os acontecimentos para não estragar as surpresas de quem ainda não leu, o fato é que Christine desconfiará que a filha possa ter tido alguma parcela de culpa na morte do menino. E não seria a primeira nem a última vez que Rhoda estaria envolvida numa situação questionável.
Boa parte do livro girará em torno de como Christine lidará com a descoberta de que a filha não é uma criança como todas as outras e com a certeza de que precisa fazer alguma coisa com essa e outras descobertas que surgirão ao longo dos capítulos, Christine só não sabe exatamente o quê!
“'De qualquer modo, querida', disse ela, 'foi uma coisa triste de se ver'. Ela deu um beijo na testa da menina e completou: 'Eu sei que, no fundo, você está muito triste, minha linda'. Rhoda encaixou uma peça do quebra-cabeça em seu devido lugar e então, voltando-se para a mãe, disse, em tom surpreso: 'Não sei do que você está falando, mãe. Não sinto nada'. Christine suspirou e voltou para a sala. Tentou ler, mas não conseguia se concentrar. Então Rhoda, como se sentisse, ainda que de forma mínima, que tinha cometido algum tipo de erro, tomado alguma atitude que, embora incompreensível para ela, desagradara profundamente a mãe, abandonou o quebra-cabeça, e, aproximando-se da poltrona onde estava Christine, exibiu seu lindo e hesitante sorriso, fazendo despontar sua covinha unilateral. Ela pressionou a bochecha da mãe contra a sua, numa calculada demonstração de afeição, deu um risinho coquete e se afastou. Ela deve ter aprontado alguma coisa, pensou Christine. Uma coisa bem ruim, ou não se daria ao trabalho de tentar me agradar. Parecia-lhe que sua filha, como se pressentisse que algum fator de corpo ou de alma a separava dos seus semelhantes, tentava acobertar essa diferença simulando os valores que os outros de fato prezavam. Porém, como não havia nada de espontâneo em seu coração para orientá-la, ela precisava usar como substitutos o raciocínio, a ponderação, a experimentação, para apenas assim ir tateando e descobrindo, às cegas, o caminho para melhor arremedar as mentes e as intenções de seus modelos." (página 73)
“'Às vezes, é difícil entender por que tem de haver tanta dor e crueldade nesse mundo. Mas é algo que todos temos que enfrentar.' O carteiro disse que havia duas formas de se preparar para uma experiência - esperando pela dor ou esperando pela felicidade. 'Ora, mais vale ser otimista até saber do contrário', disse ele. 'Vou continuar sendo otimista e dizendo que tudo vai sair conforme eu espero'.” (página 137)
"Menina Má" foi o livro escolhido para a leitura coletiva num grupo do qual participo. Alguns dos participantes estavam com receio de que fosse um terror pesado, uma leitura que desse medo, mas ao final, concluímos que a história não é isso, e sim um suspense psicológico. Só teve uma cena de um pesadelo da Christine que me apavorou um pouco. Então, se você tem medo de lê-lo pensando que é um terror assustador, não precisa ter esse receio e pode realizar a leitura tranquilamente.
Os capítulos não são curtos, mas a obra tem só 270 páginas, então é uma leitura que não vai tomar muito tempo. Vale lembrar que foi escrito nos anos 50, por isso tem um estilo um pouco diferente, creio que comum para os livros da época, com parágrafos maiores e mais divagações sobre e dos personagens.
"A Sra. Breedlove se abanou, continuando: 'Não deixo de me espantar com a arrogância de certos vendedores. Quando comprei as saboneteiras, o vendedor me disse: ‘Melhor eu lhe mostrar como se instala isso, madame’. E respondi: ‘Meu senhor, fique sabendo que eu sei ler muito bem, e as instruções estão bem aqui, devidamente impressas na embalagem’. Dai ele deu aquele sorrisinho superior que os homens dão especialmente quando estão na companhia de outros homens e disse: ‘As mulheres não são muito boas com trabalhos mecânicos. Minha esposa não consegue nem trocar uma tampada sem deixá-la torta’. Aí eu falei: ‘Ouso dizer que sou bastante capaz de consertar qualquer coisa que você ou outro homem conserte - e mais do que isso: não me surpreendeu se eu conseguisse consertar coisas que você não consegue’.
Ela saiu falando cada vez mais em uma voz espirituosa e alegre, repetindo tudo o que dissera ao vendedor, e o que ele, por sua vez, lhe respondera. A Sra. Penmark sorria, concordando, sentada com as mãos tão inertes em seu colo que elas pareciam ter perdido um pouco da realidade e da vitalidade. A história da Sra. Breedlove lhe chegava vagamente não como o que era, mas como mero segundo plano para seus pensamentos, pois ela ainda estava com a cabeça no problema de Rhoda e no que fazer com ela dali em diante..." (página 178)
Falando sobre os personagens: a Christine, a filha e o marido tinham se mudado havia pouco tempo para o prédio onde moravam Mônica Breedlove e um irmão. O marido de Christine estava viajando a trabalho, então ela estava sozinha com a filha. A Mônica, que é descrita como "agressivamente efervescente", descrição que combina perfeitamente com ela, acabou se tornando a pessoa mais próxima de Christine, mas por mais que tentasse, não iria conseguir descobrir o que estava atormentando a amiga. E era impressionante como as pessoas mais velhas achavam a Rhoda um exemplo de comportamento, como gostavam dela. Já outros personagens, como as professoras da escola, os coleguinhas e o zelador Leroy, viam que tinha algo de errado com Rhoda, que ela não era como as outras crianças; o Leroy, um dos personagens mais odiáveis do livro, ficava perturbando a garota, mas pagaria bem caro por isso!
"Christine, de impulso, tocou o antebraço da Srta. Octavia: 'Ela é popular?', perguntou. 'As outras crianças gostam dela?' Mas antes que a Srta. Octavia pudesse responder, antes que tivesse que escolher entre mentir ou admitir que os outros alunos temiam e detestavam Rhoda, sua irmã Claudia, vigilante, bradou da calçada que a última criança havia chegado." (página 49)
“''Eu já falei para você deixar essa menina em paz, Leroy. Vai se meter numa fria. Você vai ficar mexendo com essa menina até conseguir arranjar uma encrenca'.
'Eu só gosto de implicar com a garota. Antes eu não conseguia nada, agora ela me dá toda a atenção.'
'Você está louco para arrumar problema, só digo isso.'
'Não vai dar problema nenhum. Aquela Rhoda e muito engraçada. Ela não é de sair chorando e contando para a mamãe. Ela tem um coração de pedra, mas também não faria uma coisa dessas'.” (página 154)
"Menina Má" fala sobre psicopatia e serial killers, com a diferença de termos uma criança como a provável criminosa. Sou formada em Pedagogia e convivo com crianças de 8 anos, a mesma idade da Rhoda, e é muito visível como ela já nasceu diferente. É comum que crianças fiquem decepcionadas por não ganharem algo pelo qual se esforçaram muito, que em algumas fases e idades sejam mais egoístas, que algumas sejam mais organizadas que as outras e que tenham manias. O problema é quando todas essas características estão presentes na mesma criança e sem uma perspectiva de mudança, como é o caso da Rhoda.
A garota apresenta várias características de psicopatia; apesar de o autor não entrar muito na mente da Rhoda, em algumas cenas é possível perceber o quanto ela é fria, como não se importa com os outros e como tem emoções muito primitivas, algo bem diferente do que acontece com o Early de "Em algum lugar nas estrelas" por exemplo, outro livro da Darkside que traz uma criança com um comportamento peculiar (já resenhado no blog e que também foi lido na leitura coletiva do nosso grupo), no caso, o Early é autista, e na história dele fica muito nítido como o garoto tem sim emoções e empatia, só se expressa de uma maneira diferente.
Talvez nem todo mundo tenha parado pra pensar sobre a existência de crianças psicopatas e o quanto elas podem ser perigosas, e esses leitores possam ficar chocados com a Rhoda e com as atitudes da mãe dela. Mas e se a gente estivesse no lugar da Christine, o que iríamos fazer? Uma mãe teria coragem de entregar a filha, uma criança de 8 anos, à justiça e correr o risco de vê-la condenada à pena de morte como Leroy gostava de dizer à garota que aconteceria? Ou de ver a filha trancada numa instituição psiquiátrica que na época tinha práticas que hoje não são aceitáveis? Em quem Christine poderia confiar pra se abrir se, além de tudo, ainda se sentia culpada de certa forma?
"Christine desligou o telefone pensando: Rhoda nunca foi desobediente, preguiçosa ou petulante, como algumas crianças são. Ela tem tantas qualidades. Só tem esse probleminha; essa peculiaridade de caráter." (página 137)
"Eles matavam por apenas dois motivos: por ganância, pois todos tinham uma ambição material inesgotável, e para eliminar algum perigo quando sua segurança era ameaçada." (página 159)
A edição da Darkside é bem bonita, com capa dura, fitilho, páginas amareladas, detalhes nos inícios de capítulos, prefácio com algumas informações sobre o autor, boa revisão e boa diagramação.
William March escreveu um livro que faz o leitor pensar sobre um tema importante e polêmico, afinal, como uma criança pode ter tamanha maldade? O desfecho pode desagradar alguns leitores, eu confesso que esperava algo mais elaborado e senti falta de algumas cenas (falei mais sobre no vídeo). "Menina Má" é uma leitura interessante e que eu recomendo para quem se interessar pela premissa e quiser conhecer esse thriller psicológico clássico, mas já fica o aviso de que a trama tem um ritmo mais lento e o foco da história é em como uma mãe vai lidar com os problemas da filha.
“'Outro dia, eu estava lendo', disse o mais alto deles, 'que estamos vivendo na era da ansiedade. Sabe de uma coisa? Achei muito boa avaliação - bastante precisa. Disse isso a Ruth quando cheguei em casa e ela disse: ‘Aí está uma verdade!’ 'Toda era em que vivem seres humanos é uma era de ansiedade', respondeu o outro. 'Se me perguntassem, eu diria que a era em que vivemos é a da violência. Me parece que todo mundo tem violência na cabeça hoje em dia. E acho que vamos simplesmente continuar por esse caminho até não ter nada mais que estragar. Se você parar para pensar, é assustador.' 'Bem, talvez a gente esteja vivendo a era da ansiedade e da violência.'” (página 51)Detalhes: 272 páginas, ISBN-13: 9788566636819, Skoob. Clique e compre na Amazon:
Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já conheciam o livro, alguma das adaptações ou o autor?
oi!
ResponderExcluirEu gostei da resenha,vi o filme e fiquei bem curiosa com o livro. Já coloquei na lista de leitura..
Sinceramente eu achava que esse livro era assustador e por isso não havia feito a leitura ainda, por isso fiquei feliz em saber que estava equivocada e agora quero poder adquirir a obra. Bom, como estudante de psicologia também compreendo esses comportamentos atípicos que algumas crianças poderia apresentar quando possuem psicopatia e acredito que essa história irá me agradar bastante. Talvez me incomode um pouco a escrita que não e tão atual até porque o livro e 1954 e isso me assustou um pouco. Fora isso acredito que vou gostar dessa obra.
ResponderExcluirLana, acho que o livro pode ser uma leitura super interessante para você pelo fato de ter esse teor psicológico, área do seu estudo, espero que tenha a oportunidade de lê-lo e que goste.
ExcluirOi, tudo bem? Nossa, achava que era um livro de terror, por isso nunca quis ler, mas gosto muito de livros que abordam o psicológico e esse, com certeza, parece muito bom. Faz tempo que não leio nada da DarkSide, mas tenho saudade, pois são livros muito bons. Adorei sua resenha, me fez entender bem mais a história. Vou ver se compro, com certeza!
ResponderExcluirLove, Nina.
www.ninaeuma.blogspot.com
Oi!
ResponderExcluirPrimeiro, preciso comentar sobre essa edição maravilhosa da DarkSide. Linda!
Já tenho esse livro aqui em casa, mas ainda não consegui ler. Pretendo fazer isso em breve, mas a falta de tempo não vem ajudando.
Acho o tema interessantíssimo, ainda mais considerando que estamos tratando de uma criança.
Ótima resenha.
Bjss
http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2019/05/resenha-o-muro.html
A cada resenha que leio desse livro fico mais curiosa para lê-lo. Vc arrasou no texto e na postagem, ficaram lindas as fotos. Parabéns!!!!
ResponderExcluirEssa edição é mesmo linda e já está na minha lista de desejo.
A temática é muito interessante e como vc destacou importante de ser pensada e refletida.
Apesar da diferença de idade dos personagens lembrei da série Motel Bates que segue a mesma temática etc e é muito interessante.
Enfim dica mais que anotada. Parabéns pela leitura.
Oi Maria.
ResponderExcluirAdorei sua resenha, porque eu tenho o livro aqui em casa,mas ainda não consegui encaixá-lo na meta de leitura. Sua opinião aumentou minha curiosidade e logo. Preciso conhecer Menina Má. Parabéns pela resenha.
Bjos
https://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com/
Nossaaaaaa! Vi esse livro tantas vezes e ignorei achando quer não era interessante e agora vejo essa resenha MARAVILHOSAAAAAAA! Vou ler com toda certeza, muito obrigada pela recomendação!
ResponderExcluirE posso estar errada, mas acho que ela foi descrita como psicopata pela época mesmo, ao menos aqui na resenha parece se tratar de sociopatia (não trabalho nessa área, mas tenho grande curiosidade e vivo pesquisando o assunto) esse livro me parece extremamente interessante, já estou ansiosa para ler!
Beijos!
Oi Mari!
ResponderExcluirAinda não conhecia esse livro, fico com chocada quando vejo crianças serem malvadas com outras, - crianças não eram para ter esses tipos de maldade - fiquei curiosa com o enredo e saber mais da natureza de Rhoda e de como sua mãe vai lidar com isso. Parabéns pela resenha, fiquei empolgada em saber como vai terminar essa história, obrigado pela dica, bjs!
Já tinha criado interesse por esse livro, gosto do gênero e ao acompanhar a sua resenha fiquei com a certeza de que preciso incluir ele na minha lista de leituras.
ResponderExcluirParabéns!!! E obrigada pela dica!!
Olá!
ResponderExcluirAs edições da Darkside são incríveis. Quero muito realizar essa leitura e acho que o enredo aborda situações bem legais como a psicopatia. Principalmente por ser uma menina tão jovem.
Acho que vou curtir!
Camila de Moraes
Olá, tenho vontade de ler este livro desde de seu lançamento, não tive chance ainda, a edição dele é perfeita a editora arrasa muito em suas publicações, foi bom conhecer um pouco mais da história!
ResponderExcluirEu sinto muita vontade de ler este livro, pois gosto de thillers psicológicos. Já assisti documentários sobre crianças que sofrem de psicopatia e é realmente assustador. Até li um livro certa vez chamado Viva para Contar, que é um thriller que toca no mesmo assunto polêmico.
ResponderExcluirFico imaginando como é triste a situação dessa mãe. :( E também sinto muita pena da criança, pois nenhuma criança deveria ser. Rhoda não pediu para nascer dessa maneira. Não é culpa dela.
Espero poder ler a história em breve.
Bjs!
Ooi,
ResponderExcluirEu tinha muito medo desse livro até vc dizer que não é de terror ahaha eu tinha a impressão que era e por isso sempre passei longe. Apesar de ser só um thriller psicológico, ainda é um pouco forte demais pra mim, então vou ter que deixar a sua dica passar. Mas gostei da sua reflexão sobre crianças psicopatas, gostei bastante da sua resenha!
Beijos!
Morro de vontade de ler esse livro, gosto de terror, mas gostei saber que o livro é mais um suspense psicológico do que terror. Eu acho que vou gostar muito quando eu for ler, essa edição parece estar belíssima e a capa está um arraso!
ResponderExcluirOi Maria José! Tudo bem?
ResponderExcluirPor um acaso eu acabei de assistir um filme que inesperadamente mostrou um personagem assim e esse livro veio em boa hora porque eu quero justamente desenvolver uma fanfic em cima como mais um projeto gratuito exclusivo com a intenção de tornar conhecidos uns filmes meio obscuros dos quais eu gosto.
Ainda, essa última quote é MUITO atual e bem verdadeira. Isso que foi escrita a mais de seis décadas!
Abraços e beijos, Lady Trotsky...
http://osvampirosportenhos.blogspot.com
Tudo nesse livro me instiga, a começar da capa que é maravilhosa, mas não sei se estou preparada para este enredo. Sabemos que crianças más existem, mas é um tema bem complicado para amim.
ResponderExcluirBeijos