Resenha: livro "Abandonado", Vinícius Pinheiro (por Isaac Zedecc)

 Oláááááá,




Geração Editorial
Literatura brasileira / ficção
ISBN-13: 9788581300986
2015
184 páginas
Sinopse:
No intrigante filme Dogville, do dinamarquês Lars Von Trier, habitantes de uma cidade à beira do fim do mundo se comportam como ratinhos de laboratório. O diretor nos faz ver quão ridículos somos quando vistos do alto. 
Em Abandonado, Vinícius Pinheiro leva seus personagens para reinar na estonteante São Paulo, cidade que centrifuga tudo o que há de bom e ruim numa força avassaladora. Todos tentam dar o melhor de si, mas parecem ridículos. Tentam se levar a sério, mas percebem que o mundo está se tornando uma grande piada. Somos nós lutando para sobreviver e viver nas poucas horas vagas, enfrentando dificuldades financeiras, chefes carrascos, a mediocridade e o imediatismo que nos impedem de ser um pouquinho original. Tudo é produção, tudo é pra ontem, tudo é insumo. Nas pinceladas das palavras, Vinícius vai desenhando momentos de ironia, sarcasmo, e nos faz rir das próprias desgraças, das próprias fragilidades. Assim, nos sentimos mais humanos quando viramos a última página. Faz lembrar os versos de Fernando Pessoa em Poema em linha reta: “Ora, então são todos semideuses? Onde há gente neste mundo?”







Alberto Franco é um homem que busca um status social em meio a grande São Paulo, ele atua como jornalista e roteirista de cinema. Tenta ser o escritor da sua própria historia, mas como ele pode escrever sua historia, se ao menos ele valoriza a sua escrita? 

Certa ocasião, ele conhece Clara, uma bela atriz que também busca um espaço na sociedade, eles são massas ambulantes que ocupam um lugar no espaço, mas que não tem reconhecimento. É Clara, que convida Franco para tentar brilhar na vida, adaptando um livro para o cinema, filme esse que Clara se propõe a toda e qualquer proposta, mesmo essa proposta sendo ficar nua durante toda a gravação, deixando todos boquiabertos no set de gravações, apenas para conseguir o papel principal. 

Alberto e Clara começa a ter relações sexuais, que por sinal não consegue transmitir amor ao leitor, e é assim que os dias passam. Eles passam a fazer visitas constantes a Carmem, uma vidente que acredita que tudo que acontece na nossa vida está escrito e planejado, visita essa que se torna para Franco interessante e instigante.

Alberto começa a trabalhar em um jornal onde Mirian Saboia, a editora, não tem uma fama nada boa, e neste Jornal que ele é inesperadamente escalado para fazer a cobertura de um jogo de futebol importantíssimo para a repercussão do jornal no dia-a-dia dos leitores, é nesta cobertura que Franco se torna um homem famoso, por ter sua crônica futebolística repercutida em vários canais de comunicação, alguns criticando outros elogiando, como diz no livro, não deixando de fora a ironia e o sarcasmo. 

O livro em certos pontos torna-se um pouco confuso, pois ele é narrado por Franco, na primeira pessoa, mas é direcionado a outra pessoa desconhecida. Alberto tem relações confusas com sua família, e com seus colegas de republica, e futuramente com Clara, e é isso que ele retrata no livro, deixando o leitor bastante instigado pra desvendar o ponto final deste confuso e destemido texto que é a sua vida.
Uma coisa que me admirou na personalidade de Franco, foi o fato de ele pensar em fazer algo e pouco tempo depois já colocar em pratica. Definitivamente, é um livro com aspectos positivos qualitativos. 

Um detalhe característico do livro, que por sinal influência muito na qualidade da escrita a meu ver, é o fato de o Vinicius Pinheiro não enrolar para relatar acontecimentos. Em alguns momentos, o leitor leva um baque ao perceber que aconteceram varias coisas em um único paragrafo. (Alguns autores, explicam o principio físico do giro da maçaneta da porta feita de madeira reflorestada vinda da Amazônia, que ocasiona o desmatamento que influência no aquecimento global que pode causar a morte de toda a humanidade, e que a morte é a única certeza que nós temos.)
Com certo tempo, aprendi a gostar deste tipo de livro, com um aspecto meio que filosófico, e esse me surpreendeu bastante. 

A parte gráfica do livro está realmente bem bonita, os contrastes verdes na capa, com a estrutura e fonte do titulo e nome do autor, deram bastante significado á temática do livro, a folha de rosto com a capa e tons em preto e branco adaptaram-se bem a obra, e a folha branca não me atrapalhou em nada na hora da leitura, o tamanho da fonte está adequado para a leitura, e analisando bem a obra, o estilo das cores,  percebemos um aspecto nostálgico bem interessante.

A Geração Editorial, fez um belo trabalho. Vamos seguir a editora, para ficarmos por dentro desse e outros lançamentos.


Espero que tenham gostado :)
 Isaac Zedecc

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