Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Feitos de Sol", escrito pelo Vinícius Grossos e publicado em 2019 pela Faro Editorial. Vocês podem apertar o play e conferir no vídeo ou continuar lendo:
"Eu e o Vicente éramos dois garotos de quinze anos aprendendo sobre o mundo, sobre as diferenças e sobre existir." (página 129)
"- (...) O mundo vai acabar... Não quero viver triste até isso acontecer." (página 93)
"Eu e o Vicente éramos dois garotos de quinze anos aprendendo sobre o mundo, sobre as diferenças e sobre existir." (página 129)
"- (...) O mundo vai acabar... Não quero viver triste até isso acontecer." (página 93)
Cícero, o narrador, volta duas décadas depois à cidade onde conheceu Vicente. Em 1999, eles tinham 15 anos e algumas coisas em comum: o fato de serem fãs da série de revistas em quadrinhos do Under Hero e a certeza de que o mundo iria acabar em poucos meses, mas o que causaria o fim do mundo era diferente na visão de cada um. Cícero, apaixonado por filmes, achava que seria o bug do milênio, com os computadores entrando em colapso por não estarem programados para o ano 2000. Vicente, vindo de uma família religiosa, acreditava que teríamos o Apocalipse.
Os dois se conheceram quando foram comprar o volume final de Under Hero e se depararam com o lugar que vendia as revistas fechado. Cícero e Vicente queriam muito descobrir como as aventuras do personagem terminariam antes do fim do mundo, e se juntariam na busca pela última edição.
Entre uma conversa e outra, acabariam se apaixonando. Cícero não havia se interessado por garotos até então, mas o problema mesmo seria a família de Vicente, que usava a religião como pretexto para não aceitar o filho como era, tentando a todo custo mudá-lo. Se Vicente e Cícero quisessem buscar juntos a última edição de Under Hero e viver o sentimento que nascia entre os dois, precisariam enfrentar grandes desafios antes do fim do mundo!
"- (...)Acham que é algo que controlo porque, para eles, ser gay é uma escolha, um tesão, uma necessidade frívola que leva as pessoas a serem promíscuas, nada mais. Acham que podem domar esse demônio que, segundo eles, existe dentro de mim. Mas não! Não há nada de errado comigo! Ser assim faz parte da minha essência." (página 151)
"- Quem não consegue entender é você, Cícero! - Ela me encarou com firmeza. - Você tem quinze anos, porra, e a vida inteira pela frente! Está se apaixonando pela primeira vez... então segue a droga do seu coração!
- E se eu estiver com medo?
- Vai com medo mesmo. Ficar parado nunca levou ninguém a lugar nenhum." (página 108)
"Feitos de Sol" foi o primeiro livro que li do autor e gostei muito da escrita dele. O Vinícius Grossos conseguiu descrever de forma brilhante o que é ter 15 anos, a forma como estamos entrando no mundo adulto e descobrindo a vida, ao mesmo tempo em que somos inocentes, ingênuos e inseguros em certos momentos.
Eu nasci em 1991, então gostei muito da (ótima) ambientação em 1999 trazer diversas referências da época: músicas, filmes, roupas, comidas. Não me lembro exatamente do que eu pensava sobre o possível fim do mundo, mas achei super interessante ver como as pessoas realmente acreditavam na possibilidade de o mundo acabar e como lidavam com isso.
"Um grupo de meninas estava na calçada dançando É o Tchan, que saía aos berros de uma casa próxima. Eu conhecia Karol havia anos, e sabia muito bem que a sua capacidade de concentração era diretamente proporcional à relevância dela na história. Assim, não me surpreendi quando olhei para o lado para conversar e a vi indo na direção da garotada, rebolando como se fosse cover da Carla Perez." (página 107)
Infelizmente ainda vivemos numa sociedade que discrimina e tenta silenciar os homossexuais. Assim como o Vicente, muitas pessoas são vítimas de violência física e/ou psicológica, dentro e fora de casa, por causa de sua orientação sexual (não é opção, visto que ninguém escolhe ser hétero ou homo). Pessoas crescem achando que têm algo de errado e tentando esconder sua verdadeira essência. Pessoas, como o pai do Vicente, distorcem a religião, usando versículos bíblicos para interferir nos relacionamentos alheios, mas propositalmente ignorando outros versículos que falam sobre alimentação e vestimenta, e se esquecendo do princípio fundamental do Cristianismo que é o amor ao próximo.
A homofobia, o preconceito e a violência, que trazem tanto sofrimento, precisam acabar! E nesse sentido, a história nos mostra a importância de sermos como Emir (a avó do Vicente) e até mesmo como o Sérgio (namorado da mãe do Cícero): pessoas que acolhem, que não julgam, que não se calam na hora de estender a mão e de combater a homofobia.
"Por mais que você esteja pensando só no lado ruim agora, com medo do mundo e da sua mãe, também tem coisas boas espalhadas por todos os lados. Tem o amor. Tem tolerância, tem gente que vai te aceitar do jeito que você é e não vai te perguntar nada. Existe muita gente assim. Olha esta velha aqui... - Emir abriu um sorriso imenso, iluminado, como o do Vicente. - Se eu existo, é porque existem muitos outros assim também. Seja um deles, meu bem, seja um deles..." (página 137)
"- É difícil, eu sei, mas aprendi com a vida que não há violência mais cruel e devastadora do que aquela que a gente causa contra nós mesmos quando não nos aceitamos e não queremos enfrentar os nossos problemas, baby. O jeito mais fácil de destruir a si próprio é lutar contra quem você é!" (página 137)
A história passa mensagens importantes não só para a comunidade LGBT+, mas também para os leitores em geral, mensagens sobre aceitação, sobre o direito de existir, de amar e ser amado. Uma das cenas mais emocionantes para mim, foi quando Cícero mostra para a mãe a mochila onde Vicente precisava esconder as coisas de que gostava: as revistas em quadrinhos, as músicas que os pais não permitiam que ele ouvisse. E quantos jovens ainda vivem com pais abusivos, onde tudo é motivo de punição?
"Senti um aperto no coração. Eu nunca me ligara no quanto era privilegiado: além de ter um prato sempre cheio e não ser tratado como um cidadão de segunda classe, eu ainda tinha liberdade para existir. No meu mundinho de poucos problemas, eu assistia, lia e ouvia o que desse na telha, e nunca fora castigado por nenhuma das minhas escolhas." (página 112)
Eu poderia falar sobre "Feitos de Sol" por parágrafos e mais parágrafos, mas esse é um daqueles livros onde o bom é ir vivenciando as emoções a cada página, fazendo descobertas juntamente com os personagens. E esse é um livro cheio de emoções, onde a gente não sabe o que nos aguarda no próximo capítulo nem qual será o desfecho. Mas além de toda a tensão, das partes tristes, dolorosas e infelizmente reais que uma pessoa homossexual ou com pais abusivos pode enfrentar, temos também muitas cenas engraçadas, acontecimentos divertidos, uma aventura deliciosa e um romance apaixonante.
"Talvez quando a gente ama alguém seja assim: quando os dois não estão juntos, um deixa metade de si com o outro e fica incompleto até reencontrá-lo." (página 218)
"(...) Não tenho mais quinze anos! - Ele baixou a cabeça. - Tenho problemas de adulto!
- Bela bosta! - rebati.
- Estou farto desse menino!" (página 193, queria colocar a cena toda aqui, pois foi hilária, mas deixa só esse trechinho, só digo que não estava reconhecendo o Cícero, mas fortes emoções são assim mesmo)
Vale pontuar que em 1999 não havia tantas campanhas de combate ao cigarro e que temos uma história com personagens adolescentes que nem sempre acertam; falando especificamente de uma atitude da Karol, amiga do Cícero, em relação a mãe, acredito que muitas vezes nos achamos mais espertos que nossos pais, mas nem sempre somos. E eu adoraria poder saber qual foi a trajetória de determinado personagem até os dias de hoje.
"Eu nunca imaginaria que Karol poderia se tornar minha guru - ou seria gurua? Sempre me enxergara como uma pessoa muito mais sensata e equilibrada que ela e, por isso mesmo, ela se tornara fundamental na minha vida. Se eu dependesse do meu bom senso, permaneceria em casa, vendo filmes por toda a eternidade. Ela fazia o papel do diabinho sentado no meu ombro, porque me encorajava a escolher o caminho mais arriscado ou, pelo menos, tentava argumentar comigo a respeito de todas as possibilidades." (página 107)
A edição tem uma capa bem bonita, páginas amareladas, boa diagramação e não me lembro de ter encontrado erros de revisão.
Enfim, "Feitos de Sol" foi uma leitura que me conquistou e que eu amei (dei 5 estrelas para ele no Skoob, e olha que é difícil eu fazer isso)! É um livro que recomendo muito que vocês leiam, ele pode trazer nostalgia aos leitores que não são mais adolescentes e identificação para os que ainda estão nessa fase. Senti muita verdade nas páginas de "Feitos de Sol", e por isso acredito que ele possa trazer esperança para pessoas homossexuais que sofrem discriminação e ensinar muito para nós, héteros, sobre quão absurdos são certos preconceitos e sobre ter empatia.
"- (...)Acham que é algo que controlo porque, para eles, ser gay é uma escolha, um tesão, uma necessidade frívola que leva as pessoas a serem promíscuas, nada mais. Acham que podem domar esse demônio que, segundo eles, existe dentro de mim. Mas não! Não há nada de errado comigo! Ser assim faz parte da minha essência." (página 151)
"- Quem não consegue entender é você, Cícero! - Ela me encarou com firmeza. - Você tem quinze anos, porra, e a vida inteira pela frente! Está se apaixonando pela primeira vez... então segue a droga do seu coração!
- E se eu estiver com medo?
- Vai com medo mesmo. Ficar parado nunca levou ninguém a lugar nenhum." (página 108)
"Feitos de Sol" foi o primeiro livro que li do autor e gostei muito da escrita dele. O Vinícius Grossos conseguiu descrever de forma brilhante o que é ter 15 anos, a forma como estamos entrando no mundo adulto e descobrindo a vida, ao mesmo tempo em que somos inocentes, ingênuos e inseguros em certos momentos.
Eu nasci em 1991, então gostei muito da (ótima) ambientação em 1999 trazer diversas referências da época: músicas, filmes, roupas, comidas. Não me lembro exatamente do que eu pensava sobre o possível fim do mundo, mas achei super interessante ver como as pessoas realmente acreditavam na possibilidade de o mundo acabar e como lidavam com isso.
"Um grupo de meninas estava na calçada dançando É o Tchan, que saía aos berros de uma casa próxima. Eu conhecia Karol havia anos, e sabia muito bem que a sua capacidade de concentração era diretamente proporcional à relevância dela na história. Assim, não me surpreendi quando olhei para o lado para conversar e a vi indo na direção da garotada, rebolando como se fosse cover da Carla Perez." (página 107)
Infelizmente ainda vivemos numa sociedade que discrimina e tenta silenciar os homossexuais. Assim como o Vicente, muitas pessoas são vítimas de violência física e/ou psicológica, dentro e fora de casa, por causa de sua orientação sexual (não é opção, visto que ninguém escolhe ser hétero ou homo). Pessoas crescem achando que têm algo de errado e tentando esconder sua verdadeira essência. Pessoas, como o pai do Vicente, distorcem a religião, usando versículos bíblicos para interferir nos relacionamentos alheios, mas propositalmente ignorando outros versículos que falam sobre alimentação e vestimenta, e se esquecendo do princípio fundamental do Cristianismo que é o amor ao próximo.
A homofobia, o preconceito e a violência, que trazem tanto sofrimento, precisam acabar! E nesse sentido, a história nos mostra a importância de sermos como Emir (a avó do Vicente) e até mesmo como o Sérgio (namorado da mãe do Cícero): pessoas que acolhem, que não julgam, que não se calam na hora de estender a mão e de combater a homofobia.
"Por mais que você esteja pensando só no lado ruim agora, com medo do mundo e da sua mãe, também tem coisas boas espalhadas por todos os lados. Tem o amor. Tem tolerância, tem gente que vai te aceitar do jeito que você é e não vai te perguntar nada. Existe muita gente assim. Olha esta velha aqui... - Emir abriu um sorriso imenso, iluminado, como o do Vicente. - Se eu existo, é porque existem muitos outros assim também. Seja um deles, meu bem, seja um deles..." (página 137)
"- É difícil, eu sei, mas aprendi com a vida que não há violência mais cruel e devastadora do que aquela que a gente causa contra nós mesmos quando não nos aceitamos e não queremos enfrentar os nossos problemas, baby. O jeito mais fácil de destruir a si próprio é lutar contra quem você é!" (página 137)
A história passa mensagens importantes não só para a comunidade LGBT+, mas também para os leitores em geral, mensagens sobre aceitação, sobre o direito de existir, de amar e ser amado. Uma das cenas mais emocionantes para mim, foi quando Cícero mostra para a mãe a mochila onde Vicente precisava esconder as coisas de que gostava: as revistas em quadrinhos, as músicas que os pais não permitiam que ele ouvisse. E quantos jovens ainda vivem com pais abusivos, onde tudo é motivo de punição?
"Senti um aperto no coração. Eu nunca me ligara no quanto era privilegiado: além de ter um prato sempre cheio e não ser tratado como um cidadão de segunda classe, eu ainda tinha liberdade para existir. No meu mundinho de poucos problemas, eu assistia, lia e ouvia o que desse na telha, e nunca fora castigado por nenhuma das minhas escolhas." (página 112)
Eu poderia falar sobre "Feitos de Sol" por parágrafos e mais parágrafos, mas esse é um daqueles livros onde o bom é ir vivenciando as emoções a cada página, fazendo descobertas juntamente com os personagens. E esse é um livro cheio de emoções, onde a gente não sabe o que nos aguarda no próximo capítulo nem qual será o desfecho. Mas além de toda a tensão, das partes tristes, dolorosas e infelizmente reais que uma pessoa homossexual ou com pais abusivos pode enfrentar, temos também muitas cenas engraçadas, acontecimentos divertidos, uma aventura deliciosa e um romance apaixonante.
"Talvez quando a gente ama alguém seja assim: quando os dois não estão juntos, um deixa metade de si com o outro e fica incompleto até reencontrá-lo." (página 218)
"(...) Não tenho mais quinze anos! - Ele baixou a cabeça. - Tenho problemas de adulto!
- Bela bosta! - rebati.
- Estou farto desse menino!" (página 193, queria colocar a cena toda aqui, pois foi hilária, mas deixa só esse trechinho, só digo que não estava reconhecendo o Cícero, mas fortes emoções são assim mesmo)
Vale pontuar que em 1999 não havia tantas campanhas de combate ao cigarro e que temos uma história com personagens adolescentes que nem sempre acertam; falando especificamente de uma atitude da Karol, amiga do Cícero, em relação a mãe, acredito que muitas vezes nos achamos mais espertos que nossos pais, mas nem sempre somos. E eu adoraria poder saber qual foi a trajetória de determinado personagem até os dias de hoje.
"Eu nunca imaginaria que Karol poderia se tornar minha guru - ou seria gurua? Sempre me enxergara como uma pessoa muito mais sensata e equilibrada que ela e, por isso mesmo, ela se tornara fundamental na minha vida. Se eu dependesse do meu bom senso, permaneceria em casa, vendo filmes por toda a eternidade. Ela fazia o papel do diabinho sentado no meu ombro, porque me encorajava a escolher o caminho mais arriscado ou, pelo menos, tentava argumentar comigo a respeito de todas as possibilidades." (página 107)
A edição tem uma capa bem bonita, páginas amareladas, boa diagramação e não me lembro de ter encontrado erros de revisão.
Enfim, "Feitos de Sol" foi uma leitura que me conquistou e que eu amei (dei 5 estrelas para ele no Skoob, e olha que é difícil eu fazer isso)! É um livro que recomendo muito que vocês leiam, ele pode trazer nostalgia aos leitores que não são mais adolescentes e identificação para os que ainda estão nessa fase. Senti muita verdade nas páginas de "Feitos de Sol", e por isso acredito que ele possa trazer esperança para pessoas homossexuais que sofrem discriminação e ensinar muito para nós, héteros, sobre quão absurdos são certos preconceitos e sobre ter empatia.
"- O foda é que aqui, dentro de mim, já havia uma voz horrível que me dizia que eu seria rejeitado por todo mundo. Foi desumano. A pessoa que eu mais admirava me forçara a exterminar quaisquer pensamentos sobre mim mesmo que estavam florescendo. Assim, passei a acreditar que nada disso... - ele apontou para si mesmo e depois para mim - ... existia, podia existir ou existiria. Que os meus sentimentos não eram parte de mim, mas sim algo passageiro. Que os meus sentimentos não eram parte de mim, mas sim algo passageiro. Pior, cheguei ao cúmulo de cogitar que era Deus querendo testar a minha fé! Ver até onde eu era capaz de ir para não decepcionar ninguém. - Suspirou, balançou a cabeça negativamente e me encarou. - Isso tudo que nos ensinam é uma merda! Eles deturpam a verdade! Deus é amor, Cícero. Tem que ser. É o que sinto. Como os meus pais tiveram coragem de me fazer pensar que Deus me odiaria, que me condenaria ao inferno por que eu queria ser feliz? Ser eu mesmo!" (página 149)
"- O que mais eu queria na vida era ser o orgulho dos meus pais. Vivo me anulando, fingindo que não é comigo e tentando ser normal do jeito que eles acham certo, desde bem pequeno. A única pessoa que me entende é a minha avó, sabe? Ela gosta de mim pelo que sou, e durante muito tempo foi a minha válvula de escape. As conversas com ela sempre me davam esperança, me faziam acreditar que eu seria possível em algum lugar. Depois veio você. - Me olhou bem fundo nos olhos, e o meu peito se aqueceu. - O nosso encontro maluco, a nossa viagem. O modo como você me olha me prova que não estou errado, que posso realmente existir, que Deus gosta de mim também, porque está me dando uma chance. Só quero que você entenda que já tentei ser diferente... Mas eu sou assim..." (página 115)
"- Como será que o mundo estará daqui a vinte anos se ele não acabar? Já imaginou? Será que teremos carros voadores?
- Não sei, viu... - Suspirando, Vicente encostou a cabeça no meu ombro e pegou a minha mão. - Será que as pessoas serão mais tolerantes com os meninos e meninas como nós? Com a vida dos outros, independentemente do que gostem ou queiram? Será que teremos liberdade e respeito para sermos quem somos? - Tornou a suspirar. - Seria um sonho. Imagina poder ir ao cinema e ver história de amor entre dois meninos, sem julgamentos, sem censura! Imagina poder ler um livro com meninos como nós... sei lá, como protagonistas! Não devemos ser os únicos apaixonados no mundo. Sem dúvida existem mais Cíceros e Vicentes, e Bernardos e Lucas, e outros...
- Vicente, só te digo uma coisa. Se houver 2019, o que eu acho muito difícil, tudo o que espero é estar vivo pra continuar existindo ao seu lado. - Apertei a mão dele muito forte, para que ele soubesse que eu sempre estaria ali, apoiando. - E se for difícil, vamos resistir, né? É o que fazemos. A gente resiste. Nós buscamos um jeito de fazer as coisas darem certo" (páginas 199 e 200)
Detalhes: 256 páginas, ISBN-13: 9788595810808, Skoob, leia os primeiros capítulos, Clique para comprar na Amazon:
Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já conheciam esse ou outro livro do autor? Acreditavam que o mundo iria acabar em 1999?
"- Como será que o mundo estará daqui a vinte anos se ele não acabar? Já imaginou? Será que teremos carros voadores?
- Não sei, viu... - Suspirando, Vicente encostou a cabeça no meu ombro e pegou a minha mão. - Será que as pessoas serão mais tolerantes com os meninos e meninas como nós? Com a vida dos outros, independentemente do que gostem ou queiram? Será que teremos liberdade e respeito para sermos quem somos? - Tornou a suspirar. - Seria um sonho. Imagina poder ir ao cinema e ver história de amor entre dois meninos, sem julgamentos, sem censura! Imagina poder ler um livro com meninos como nós... sei lá, como protagonistas! Não devemos ser os únicos apaixonados no mundo. Sem dúvida existem mais Cíceros e Vicentes, e Bernardos e Lucas, e outros...
- Vicente, só te digo uma coisa. Se houver 2019, o que eu acho muito difícil, tudo o que espero é estar vivo pra continuar existindo ao seu lado. - Apertei a mão dele muito forte, para que ele soubesse que eu sempre estaria ali, apoiando. - E se for difícil, vamos resistir, né? É o que fazemos. A gente resiste. Nós buscamos um jeito de fazer as coisas darem certo" (páginas 199 e 200)
Detalhes: 256 páginas, ISBN-13: 9788595810808, Skoob, leia os primeiros capítulos, Clique para comprar na Amazon:
Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já conheciam esse ou outro livro do autor? Acreditavam que o mundo iria acabar em 1999?
Até o próximo post!
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Oii! :)
ResponderExcluirEu amo os livros do Vinicius e esse me atingiu em cheio! É um livro tão leve e cheio de mensagens importantes que emociona o leitor, mas ao mesmo tempo carrega um peso tão grande. É triste perceber que o preconceito vivido nesse história, que se passa tantos anos atrás, ainda está presente nos dias atuais. Evoluímos em tantos aspectos, mas continuamos ignorantes em outros. :(
Amei o seu post! Está lindo demais <3
Beijos
www.ventodoleste.com.br
Oii, eu não conhecia o livro. Me lembro vagamente das loucuras da virada, gente vendendo tudo, se demitindo e jogando tudo para o alto já que o "mundo iria acabar" mesmo. Infelizmente antes dos anos 2000 o tema lgbt era pouco comentado e discutido, nem perto do que é hoje em dia. E era muito ligado ainda a AIDS já que muitos famosos lgbts faleceram na época. As pessoas muitas vezes deixam a ignorância dominar seus corações, se permitem fazer julgamentos que magoam os outros. Fiquei muito interessada na leitura, sei que iria adorar e me apaixonar pelos personagens e detestar essa família abusiva. Fiquei bem curiosa com o desfecho, afinal, eles conseguiram a última edição? kkk
ResponderExcluirAbraço,
Parágrafo Cult
Menina, esse negócio da última edição vai render...
ExcluirOlá...
ResponderExcluirAdorei a sua resenha!
Sempre esbarro com esse livro por aí, mas, ainda não tinha lido nenhuma resenha sobre. Pelos seus comentários parece ser uma leitura agradabilíssima e com certeza me deu vontade de ler também.
Dica anotada!
Bjo
Oi! Adorei a sua resenha e o enredo do livro me pareceu interessantíssimo! Gosto muito de livros que retratam homofobia, mas quando é dentro da própria família, fico encabulada! Como se deixa de aceitar um filho por uma condição sexual? Também me encantei pelo fato de os dois buscarem o exemplar final de uma história e já quero colocar em minha lista de leitura. Beijos! Karla Samira
ResponderExcluirNossa! Você me deixou morrendo de vontade de ler este livro! Como nasci na década de 90 (em 1994) me senti transportada para aquela época, sobretudo no trecho sobre as meninas dançando É o Tchan.kkkkkkkk... Eu dançava quando criança e não via nenhuma maldade nas músicas, pois tinha aquela inocência das crianças, aquela coisa de apenas dançar, brincar e se divertir. Era uma fase maravilhosa. Deu uma baita nostalgia.
ResponderExcluirLamento muito pela situação de abuso que Vicente passa dentro de casa, com pais que querem controlá-lo como se ele fosse um objeto e não uma pessoa. Em pleno século XXI a mente das pessoas continua muito fechada (o que explica o fato do presidente atual ter sido eleito, né?) e quando alguém defende a infância e a adolescência já recebe um monte de críticas e comentários absurdos, mas quando alguém escreve asneiras, em claro desrespeito aos direitos das crianças e adolescentes, é aplaudido. Sem dúvidas, esse mundo está regredindo.
Pelo que entendi, a história começa muitos anos mais tarde, duas décadas. Então, fico me perguntando se tudo deu certo para eles, se conseguiram superar as dificuldades e ficarem juntos. Espero que sim.
Pois é, Luna, começa nos dias atuais e o personagem vai recordando o passado, dá essa curiosidade no leitor de saber como tudo ficou... Minhas amigas também amavam dançar essas músicas, rsrs, compartilho dessa nostalgia.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirEu já conhecia a narrativa do Vinícius, mas em um tema completamente diferente de Feitos de Sol.
Esse é um livro que nos mostra a realidade nua e crua, situações que muitas pessoas vivenciam, é duro, triste e nos deixa com muita raiva, mas tem que ser abordado cada vez mais.
Eu senti um misto de emoções durante a leitura, também foi uma grata surpresa para mim!
Oi, eu não conhecia o Vinícius, nunca tinha visto nada sobre ele, mas achei a premissa de Feitos de Sol, muito boa. Acredito que o fato de a história se passar nos anos 90 me fez simpatizar de cara com o livro. É muito bom ler histórias que trazem um quê de nostalgia, pelo menos eu gosto muito.
ResponderExcluirBeijos.
Books and Movies
www.booksandmovies.com.br
Oi, tudo bem? Conheci esse livro a duas semanas se não me engano e achei a proposta dele bem interessante principalmente por todos os sentimentos que ele apresenta. Há muitas coisas que precisam ser mudadas em nossa sociedade e o preconceito é uma delas. Como diz minha mãe é um trabalho lento exige tempo e dedicação. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirOi, Carol.
ResponderExcluirAdorei saber mais sobre a sua experiência com essa história. Não é um livro que eu pretenda ler (porque a agenda de leituras está abarrotada), mas é sempre gostoso ver o quanto as pessoas se envolvem com as histórias e o quanto podem aprender e refletir com elas!
beijos
Camis - blog Leitora Compulsiva
Oi Mari!
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar desse livro, mas como lançamento, é a primeira resenha que leio dele, parece uma trama interessante com uma historia bem real nos tempos de agora, e olha que a ambientação do livro é em 1999. Parabéns pela resenha, estou curiosa sobre a história e em saber como termina para os personagens se conseguem apesar da discriminação ter um final satisfatório, obrigado pela dica. Bjs
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, nem o autor, mas achei a história muito interessante. Não lembro muito bem do "fim do mundo" da virada do século direito, mas lembro que muita gente acreditava inclusive a pequena eu rs. Sua resenha me despertou muito interesse pela leitura, mas a frase "mensagens sobre aceitação, sobre o direito de existir, de amar e ser amado" me deixou com mais vontade ainda, pois é inaceitável que ainda temos que brigar por direitos tão básicos e livros desse feitio fazem de nós pessoas um pouquinho melhores e eu gosto de investir nisso. Obrigada pela dica.
Beijos
Olá, tudo bem Mari?
ResponderExcluirEu adorei a resenha/publicação, pois ficou caprichada e bem escrita. Eu já conhecia o livro por meio da editora e inclusive solicitei para a colaboradora Fernanda, ela adorou a leitura. Eu particularmente acho as edições da Faro lindas, dá para ver o zelo e cuidado da editora.
Abraço!
Fico contente que tenha gostado da resenha.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirA capa desse livro está linda hein! não conhecia, ando por fora dos lançamentos, mas gostei de conhecer essa história que parece ser muito boa, a editora vem arrasando nas edições. Um tema atual e necessário. Gostei de conhecer!
beijos!
Olá,
ResponderExcluirNunca li nenhum livro do Vinícius sozinho, porém gostei de um livro que ele fez parceria com outro autor, foi uma obra singela e carregada de sentimentos, do jeito que gosto. Por isso, estou mais do que disposta a ler outras coisas dele, pelo que li de sua resenha essa obra seguirá por essa mesma linha, ou seja um prato cheio para mim.
Beijos,
oculoselivrosblog.blogspot.com.br/
Se não me engano, tem referência a esse outro livro dele em Feitos de Sol, viu?! ♥
Excluir