"O Duque e Eu" é um romance de época, a maior parte da história se passa em Londres, no ano de 1813.
O livro narra o romance de Simon Basset, o duque de Hastings, e da jovem Daphne Bridgerton, irmã do melhor amigo de Simon.
Daphne tem três irmãos mais velhos (Anthony, Benedict e Colin) e quatro mais novos (Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth). Sua mãe, Violet, e seu falecido pai, colocaram os nomes dos filhos em ordem alfabética.
Na época, eram comuns que se organizassem uma temporada de bailes, onde mães tentavam arrumar casamento para seus filhos e filhas. Num desses bailes estava Daphne.
" __ Ora, Daphne, o que está fazendo aqui isolada?
A jovem ergueu os olhos para ver o irmão mais velho caminhando em sua direção.
__ Anthony __ disse ela, tentando decidir se estava satisfeita por vê-lo ou incomodada pela possibilidade de ele ter aparecido para se intrometer em sua vida __ não imaginei que você estaria aqui.
__ Mamãe __ respondeu ele, irritado.
__ Ah __ suspirou Daphne, dando um aceno solidário com a cabeça. __ Não precisa dizer mais nada. Já entendi tudo.
__ Ela fez uma lista de noivas em potencial. __Lançou um olhar tenso para a irmã. __ Nós a amamos mesmo?
Ela engasgou com a risada.
__ Sim, Anthony, nós a amamos.
__ É insanidade temporária __ resmungou ele. __ Só pode ser. Não existe outra explicação. Ele era uma mãe perfeitamente razoável até você chegar à idade de se casar.
__ Eu? __ Gritou Daphne. __ Então a culpa é toda minha? Você é oito anos mais velho que eu!
__ Sim, mas ela não havia sido dominada por esse fervor matrimonial até chegar a sua vez.
A jovem sorriu." (página 27)
Daphne queria se casar, constituir uma família onde houvesse uma relação tão boa quanto a que havia entre ela, sua mãe e seus irmãos. Mas os pretendentes que apareciam para ela não eram muito bons.
Nesse mesmo baile estava Simon, recém chegado em Londres depois de anos viajando pelo mundo aproveitando a vida. Bonito, rico e solteiro, logo ele percebeu que virou o alvo dos ataques das moças e mães da sociedade da época, melhor partido impossível.
Só que Simon não queria se casar, não queria dar continuidade ao título de nobreza da família que parecia ser a coisa mais importante para seu falecido pai; por ser gago na infância, Simon foi desprezado, humilhado e rejeitado pelo pai, e por isso fazia de tudo para contrariá-lo.
Na tentativa de se ver livre do assédio das mães e filhas em busca de casamento, Simon propõe que ele e Daphne finjam estar namorando, o que também seria vantajoso para ela, já que o fato de um duque estar interessado por ela certamente faria com que outros bons partidos começassem a lhe dar mais atenção. Anthony, irmão de Daphne, não gostou nem um pouco da ideia, já que ele conviveu por muito tempo com Simon e sabia que sua fama de libertino não é totalmente infundada; ele temia pela irmã.
E o que era para ser fingimento acaba se tornando verdade, Daphne se apaixona por Simon, Simon se interessa verdadeiramente por Daphne; a atração entre eles é imensa. Mas o que fazer se os dois tem objetivos e opiniões tão diferentes sobre casamento e família? Daphne tem a difícil missão de fazer com que Simon se liberte de seus traumas e veja a vida de outra forma. O "viveram felizes para sempre" não chega fácil para eles.
"Dizer que os homens podem ser teimosos como mulas seria um insulto as mulas. CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN, 02/07/1813" (página 222)
Ainda temos uma colunista social na história, alguém que escreve críticas afiadas sobre a sociedade e se mantém no anonimato, sob o pseudônimo de Lady Whistledown. Quem seria ela?
Numa época onde as mulheres não tinham muita liberdade e até eram vistas como propriedades de seus maridos ou pais, Daphne e Violet são inteligentes e conseguem se impor, fazendo com que as coisas aconteçam da forma como elas querem. Gostei disso.
"O Duque e eu" é um romance apaixonante, com algumas cenas mais quentes. É impossível não torcer por Daphne e Simon. É também uma história cheia de cenas divertidas. A leitura flui muito bem, na curiosidade pelos próximos acontecimentos, eu ia devorando páginas e mais páginas.
"Violet olhou pela janela com um ar melancólico. Daphne deu graças a Deus pelo fato de seu quarto ficar no segundo andar, senão não descartaria a possibilidade de a mãe tentar sair por ela." (página 178)
Esse foi o primeiro romance de época que li, gostei bem mais do que esperava. Mas, cuidado! Romances de época são viciantes!
Sobre a parte visual do livro: achei a capa extremamente bonita, as folhas são amareladas e o tamanho das margens e da letra é bom.
Esse é o primeiro livro da série "Família Bridgerton" que tem oito livros, cada um contando a história de um dos irmãos Bridgerton (pelo que sei, não precisa obrigatoriamente ler em ordem, são histórias independentes). No Brasil já foram lançados pela Editora Arqueiro o segundo: "O Visconde Que Me Amava", que conta a história de Anthony (pretendo ler em breve) e o terceiro livro da série: "Um Perfeito Cavalheiro", que conta a história de Benedict (quero muito ler esse livro!).
No site da editora dá pra ler alguns trechos do livro.
Detalhes: 288 páginas, ISBN: 9788580411461, página no Skoob. Onde comprar online: Submarino (em promoção por R$16,90); Americanas.
Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Alguém aí já leu esse livro? Quem gosta de romances de época?