Filme "Orgulho e Preconceito" e um papo sobre adaptações literárias [SoSeLit #10]

 Olá pessoal, tudo bem? Quem me acompanha no Stories do Instagram talvez tenha visto que  aproveitei uma tarde de sábado para finalmente assistir o filme "Orgulho e Preconceito" na Netflix.

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 No mês passado, resenhei o clássico livro da Jane Austen (clique aqui para ler a resenha), publicado pela primeira vez em 1813. O filme que assisti é o de 2005, com Keira Knightley e Matthew MacFadyen como protagonistas. Caso não saibam, a história se passa na virada para o século 19, na Inglaterra rural. A família Bennet é composta por pai, mãe e cinco filhas. Quando o Sr. Bingley aluga uma residência próxima, a matriarca dos Bennets fica empolgada com a possibilidade de ele se interessar por Jane, sua filha mais velha. Darcy não é simpático como o amigo Bingley, e ele e Elizabeth Bennet protagonizarão um improvável romance.
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 Falando sobre os pontos positivos do filme, destaco primeiramente a possibilidade de ver detalhes dos cenários e das roupas, nos permitindo entender melhor o contexto da época. Eu, por exemplo, não imaginava que um baile pudesse ser tão barulhento como mostrado no filme. O visual e a trilha sonora são muito agradáveis. Também fica bem visível a diferença de modo de vida entre a família Bennet, mais rural, e a família de Bingley e de Darcy.

 Outro grande acerto para mim foram os personagens, todos eles mantiveram as características mais marcantes que tinham no livro (alguns tiveram sua chatice, esnobismo ou frivolidade acentuadas, e tornaram-se mais odiáveis). Gostei especialmente de Elizabeth, seu humor e sua vivacidade são ainda mais fortes no filme. Darcy, no início, parece muito mal-humorado e nem um pouco simpático; no livro foi bem mais fácil perceber o seu interesse por Elizabeth do que no filme (talvez se eu ler "O Diário de Mr. Darcy" da Amanda Grange, consiga entendê-lo melhor)... Isso nos leva ao tema da blogagem coletiva da Sociedade Secreta Literária de outubro: as adaptações de livros para outras mídias.

Adaptações Literárias, blogagem-coletiva

 Nas primeiras cenas do filme, estranhei como tudo parecia acontecer rápido demais, e depois fui percebendo como cenas e personagens foram cortados. Isso não tirou a essência da história e eu entendo que foram modificações necessárias para colocar toda a trama em cerca de duas horas, mas para quem leu o livro, é impossível não notar essas diferenças.
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Família Bennet

 Podemos encontrar livros que foram base para músicas, peças de teatro, novelas, filmes, séries (o contrário também acontece, embora não me pareça tão frequente), e essas adaptações nem sempre agradam a todos. Muita gente prefere sempre o livro ao filme, caso de "Percy Jackson e o Ladrão de Raios" (amei o filme, mas todo mundo diz que o livro é infinitamente melhor, preciso ler a série logo), e para mim também é raro acontecer de eu gostar mais da adaptação do que da história escrita ("Querido John" foi uma exceção, amei o fato de terem feito um final diferente do final do livro).

 Me lembro de ter visto Harry Potter e a Pedra Filosofal em 2012, e depois fui ler o livro, e me ajudou muito a imaginar as cenas e a reencontrar o prazer da leitura, foi uma adaptação que gostei bastante. "As vantagens de ser invisível" é meu livro favorito, não é muito longo em número de páginas e o autor Stephen Chbosky foi um dos diretores, e mesmo assim teve cenas cortadas, o que prova a dificuldade de fazer um livro caber em um filme.

 Mas nem tudo é questão de duração ou de o autor estar envolvido na produção, como pude comprovar com "Carbono Alterado", livro de ficção científica lançado no ano passado e que eu amei. Foi adaptado para uma série com dez episódios, o que daria tempo suficiente para desenvolver bem a história sem cortar personagens e partes importantes. Fui assistir a série toda empolgada e quebrei a cara. A cada episódio, além de pular as excessivas cenas de luta, eu só pensava "Ei, não tem isso na história não!". Levaram a trama para um lado religioso que não tem nada a ver!

 Sei que tem gente que já perdeu as esperanças e quando vê que algum livro será adaptado, não fica nem um pouco empolgado. Já eu confesso que fico sim animada, e gosto de assistir as adaptações, especialmente se eu já tiver lido o livro. Vi há algum tempo uma matéria sobre "Orgulho e Paixão", novela que acompanhei boa parte e que foi inspirada nos livros da Jane Austen, ter aumentado a procura pelos livros da autora. Também conheço pessoas que assistiram os filmes de "Crepúsculo", se interessaram pelos livros e tornaram-se leitores. Há ainda os casos de livros, como "A barraca do beijo", que são publicados no Brasil de olho no sucesso da adaptação.

 Enfim, acredito que as adaptações de livros para outras plataformas, possam ser benéficas e ajudar a aumentar o interesse pela leitura (o que não é visto não é lembrado, certo?!). Nem sempre a adaptação vai ser compatível com nossa imaginação, mas devemos lembrar que são adaptações e que nossa imaginação sempre será mais poderosa. E por hoje é isso, me contem: já viram o filme "Orgulho e Preconceito"? Gostam de assistir séries e filmes adaptados de livros?

 ♥ Conheça os demais participantes da SoSeLit: Eu InsistoMy Dear LibraryLa OliphantUm Metro e Meio de LivrosLivro LabYara GuezBarda LiteráriaColeções LiteráriasDiário de uma leitora compulsiva.

♥ Veja os posts dos meses anteriores: Meu gosto literário mudou com o blog?Preconceito LiterárioProblemas com editorasO preço dos livros no BrasilA delicada relação entre autores nacionais e blogueiros literários , Ainda vale a pena ter um blog literário?

Até o próximo post!
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Resenha: livro "Sem Amor", Katy Regnery

 Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Sem Amor", escrito pela Katy Regnery e publicado no Brasil pela Editora Charme em 2018. A capa do livro (ainda que combine com alguns elementos da história) não tinha chamado a minha atenção num primeiro momento. Mas aí eu fui ler a sinopse, algumas resenhas e comentários de outros leitores, e fiquei com muita vontade de ler o livro. Imaginem a minha alegria quando a editora colocou "Sem amor" no Kindle Unlimited! Corri para baixar e ler.

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A tela do Kindle é em preto e branco, fiz uma montagem com a capa para ficar mais bonita na foto.
 "Ela é um anjo, e eu carrego o diabo dentro de mim. Mas, neste momento — neste momento efêmero e roubado, quando eu deveria afastá-la —, tudo que posso sentir é reverência e gratidão."
 A narração é dividida entre os protagonistas: Cassidy Porter de 27 anos e Brynn Cadogan, de 30. Ainda criança, Cassidy teve que sair da escola e se mudar com a mãe para a casa do avô numa área isolada, pois a família já não era mais bem-vinda na cidade por causa do pai de Cassidy: Paul Isaac Porter foi preso, acusado de ser um psicopata responsável pelo assassinato de várias garotas.

 Cassidy cresceu sabendo que poderia carregar dentro de si o mesmo mal que havia em seu pai, que poderia ser um psicopata como ele. Para evitar cometer crimes tão brutais, ele seguia os conselhos da família e vivia isolado desde os 17 anos, após a morte da mãe e do avô. Até que, um dia, Cassidy não aguentava mais a solidão, e foi para uma trilha na montanha, apenas para ouvir a voz de outras pessoas. Foi lá que ele encontrou Brynn numa situação muito complicada!

 Vendo-a ferida e correndo perigo, ele decidiu levá-la para a casa dele (muito mais perto do que algum outro lugar onde ela poderia conseguir socorro) e tentar ajudá-la. Os últimos tempos para Brynn também não foram fáceis. Ela estava tentando se recuperar de uma grande perda. E interagindo com Cassidy, passando um tempo com ele, surgiria uma atração da qual ela não queria fugir. Mas Cassidy tinha medo. E se o contato com Brynn despertasse nele o lado que tanto tentava evitar? E se ela fosse a sua única oportunidade de não levar uma vida sem amor?

 Eu gostei muito de Sem Amor! Os dois personagens tem um passado bem doloroso. Brynn pelo menos tem o apoio dos pais, dois personagens que nem apareceram tanto mas me conquistaram. Não é spoiler, pois foi dito logo no começo, que, dois anos antes, o noivo de Brinn foi morto quando um homem invadiu o local onde ele estava e saiu atirando em todo mundo, e infelizmente a gente sabe que episódios assim acontecem, essa perda da protagonista mexeu bastante comigo.
 "Meus dedos, que não tocam outro ser humano desde que meu avô se foi, provavelmente nem devem mais se lembrar da textura de uma pele — o calor que ela proporciona, a sensação de tê-la pressionada contra a minha. Mas eles lembram. Todos os dez lembram. E, às vezes, eu gostaria de não conhecer o milagre do toque, a beleza de uma pele contra outra pele, de ter minha mão entrelaçada na cálida mão da minha mãe ou de ter a palma áspera do meu avô na minha nuca. Não há como sentir falta de uma coisa que nunca se teve. Você não pode desejar algo que nunca possuiu. Mas eu conheço a glória de um toque humano. E sinto falta.
 Geralmente, sou bom em manter minha solidão em silêncio.
 Mas hoje faz dez anos.Então, hoje, ela me machuca."
 É sofrido imaginar como foi a vida de Cassidy, toda sua solidão, como ele teve que abandonar seus sonhos de infância ao se tornar alvo da desconfiança de todos, como se o fato de ser filho de quem era definisse toda a sua vida e o seu futuro. O livro aborda essa questão da psicopatia ser ou não hereditária (há algumas cenas fortes sobre isso), e mesmo que estejamos vendo o quanto Cassidy é bom e doce, ainda sofremos com a incerteza sobre o futuro dele.

 O final traz uma reviravolta de dar um nó no cérebro, eu fiquei curiosíssima para entender todas as peças. Os capítulos são curtos e a escrita da autora é fluida. A ambientação ficou bem feita, nos fazendo imaginar facilmente a vida na casa isolada do personagem. Há algumas cenas de sexo, e o fato de termos um mocinho inexperiente traz um diferencial para o livro.

 Sobre a edição: a capa não chamaria muito a minha atenção mas tem a ver com a história, há alguns detalhes no início de cada capítulo e não me lembro de ter encontrado erros de revisão.  Enfim, fica a minha recomendação de leitura. Leiam "Sem Amor", mas estejam preparados para um romance com carga dramática; foi uma leitura que, apesar de ter um final feliz, eu terminei com o coração apertado por tudo o que os personagens viveram. Me contem: já leram ou querem ler esse livro?
 "Minha mãe e eu estávamos feridos e assustados quando fugimos para a floresta, e assim eu teria permanecido se não fosse por Brynn. Ela foi a minha magia."

 Detalhes: 368 páginas, ISBN-13: 9788568056554, Skoob uma das músicas citadas no livro é While My Guitar Gently Weeps (The Beatles), vale a pena ouvir; clique para comprar na Amazon (e-book ou físico):


Até o próximo post!

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Caixa de Correio: livros recebidos em setembro

 Olá pessoal, tudo bem? Hoje venho mostrar para vocês os livros que recebei no último mês, apertem o play ou continuem lendo:



A Fênix de Fabergé, das autoras Sue Hecker e Cassandra Gia, é um romance com personagens circenses recebido da editora parceira Harlequin.

As Brumas de Ébano é o terceiro livro da série de fantasia Os Mistérios de Warthia, escrito pela Denise Flaibam e publicado pela parceira Mundo Uno Editora (eu amei os dois primeiros volumes).

Ecos da Pam Muñoz Ryan, publicação da DarkSide Books, estava há séculos nos meus desejados e eu comprei na promoção de frete grátis na Amazon por menos de R$20,00, até fiquei admirada de ter resistido e comprado só um livro.

Mary Barton da Elizabeth Gaskell (amei tudo o que já li da autora), Editora Record, é um romance clássico do século dezenove, aproveitei um vale que tinha no Submarino para comprar. Dica: inscreva-se no site para responder pesquisas, ganhar pontos e trocar por vales: www.qualibest.com.

Eu queria muito conhecer a escrita do Vinícius Grossos, então não resisti e comprei um box com três livros da Faro Editorial por menos de R$20,00! Acredito que os livros sejam young adults, os títulos são:
O Garoto Quase Atropelado, Vinícius Grossos.
O Verão em Que Tudo Mudou, Vinícius Grossos, Thais Wandrofski e Gabriela Freitas.
1+1 - A Matemática do Amor, Vinícius Grossos e Augusto Alvarenga.

 Me contem: vocês já leram ou querem ler algum desses livros? Como falei no vídeo (onde mostrei detalhes das edições deles), fiquem de olho nas redes sociais do blog, pois sempre aviso quando encontro livros em promoções imperdíveis.

Até o próximo post!

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Resenha: livro "Mais que amigos", Lauren Layne

 Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Mais que amigos", escrito pela Lauren Layne e publicado em 2018 pela Editora Paralela.

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 A história se passa em Portland (EUA), e a narração é dividida entre os dois protagonistas: a Parker Blanton e o Ben Olsen. Eles se conheceram na faculdade, tornaram-se amigos, amizade que continuou depois da formatura, tanto que foram dividir a mesma casa. Parker namorava Lance há anos, até tinha planos de se casar com ele. Ben estava sempre com alguma mulher, mas nunca em um relacionamento sério, e algumas vezes quebrava a regra da casa de não usar Parker como desculpa para mandar embora sua companhia da noite.
 "Ben faz cara de lamento. 'Adoraria, mas prometi que iria até a IKEA com Parker comprar uma prateleira pra coleção de bonecas dela.' (...)
'Quantas bonecas você tem?', Liz pergunta, com uma expressão dividida entre desprezo e pena.
'Cinquenta e sete', digo na maior cara de pau. 'Na verdade, Ben, se você for demorar, acho que vou dar uma penteada nos cabelos delas. Ontem à noite percebi que o da Polly está meio embaraçado.'
Ben vira todo o café, se afasta do balcão e sacode a cabeça negativamente para mim. 'Coitada… Tão maluquinha…'” (página 12, onde as gargalhadas começaram, com Ben inventado que Parker tinha um problema com bonecas, mas não pensem que isso ficou sem troco.)
 Tudo ia aparentemente bem, até Lance terminar com Parker, quer dizer, a vida sexual dos dois estava muito parada, mas ela não imaginava que ele fosse terminar o namoro. Parker ficou arrasada, Ben, como um bom amigo, tentou consolá-la. Parker decidiu que precisava sair mais, conhecer pessoas novas, ser como Ben e Lori, sua colega de trabalho, que tinham diversão - leia-se sexo - sem compromisso.

 O problema é que Parker nunca conseguia encontrar um cara que lhe interessasse realmente, que tivesse um bom papo, lhe atraísse e passasse segurança o suficiente para dar o próximo passo. Subindo pelas paredes, acabou achando que Ben poderia ser esse cara com quem se divertiria sem compromisso, ele tinha prática no assunto e ela ficava confortável com ele. Será que os dois conseguiriam manter a amizade ao se relacionarem fisicamente?
 "Mas passamos anos e anos tentando explicar para o mundo inteiro que não somos amigos que transam de vez em quando, que não reprimimos uma paixão pelo outro, e agora ela está querendo jogar tudo pela janela por…
 'Por quê?', pergunto, percebendo que deveria ter começado por aí. Meu tom de voz está um pouco mais suave agora que sei que deve haver alguma razão por trás desse surto de insanidade.
 Ela volta a me encarar. 'Por todos os motivos que falei. Quero… quero que o sexo seja divertido, sabe? Mas não tem como se a outra pessoa me entediar, me irritar, se eu estiver com medo de que tenha DST ou seja um psicopata…'
 Abro um sorriso ao ouvir isso, porque é a cara dela. 'Você está pensando demais no assunto.'
 'Exatamente! Meu cérebro não vai me deixar fazer isso com um desconhecido, porque tem muitas variáveis envolvidas. Não vou conseguir relaxar e aproveitar o momento. De repente, se eu tivesse anos de prática como você, ou como a Lori…'” (página 75)

 Esse foi meu segundo contato com a escrita da Lauren, o primeiro foi em "Em Pedaços", e definitivamente não sei de qual dos dois livros gostei mais. Até certo ponto, me parecia que os protagonistas de "Mais que amigos" não tinham um grande conflito para resolver, o que tornaria "Em Pedaços" mais interessante, mas aí a trama foi se desenvolvendo e vi que o conflito existia sim, e que mesmo que os protagonistas não se dessem conta, estava afetando a vida dos dois há algum tempo.

 Já li vários romances entre pessoas que eram apenas amigas, e até temi que a história de Parker e Ben me parecesse clichê, mas isso não aconteceu, pois a autora criou personagens com identidade própria, me fez acreditar nos sentimentos e nas atitudes deles. Confesso que tive medo de que eles não fossem ficar juntos no final, chegou um momento em que eu não fazia ideia de como eles poderiam se acertar, mas a autora resolveu muito bem essa questão.
 "Mal consigo respirar quando seus olhos encontram os meus. E ali ficam.
 Apesar de ter centenas de pessoas no recinto, de Lance estar bem do meu lado, sinto que está cantando para mim. Por mim.
 Não mexo um músculo enquanto ela canta.
 Sobre amizade. Sobre apoiar o outro.
 Seus olhos não desgrudam dos meus, e tenho certeza de que a música é pra mim. Pra gente.
 E não é uma melodia pop sobre melhores amigos.
 É uma letra ao mesmo tempo doce e amarga. Sofrida. Sincera.
 Quando termina, as lágrimas escorrem pelo seu rosto. Vou negar isso até o fim dos meus dias, mas a verdade é que meus olhos estão meio marejados também." (página 199)
 Não encontrei pontos negativos no livro. O Ben no início me pareceu meio folgado em relação à organização da casa, mas isso foi mais engraçado do que incômodo. A autora consegue nos fazer ficar com vontade de conhecer o lugar onde a história se passa (a ambientação do outro livro dela também me trouxe essa sensação). As cenas de sexo são leves, sem ser sem graça. O fato de Parker e de Ben terem outros amigos além de um ao outro é bacana e os torna mais reais. E, assim como em "Em Pedaços", a autora traz algo que gosto muito: relações familiares legais. Nesse caso, é Parker quem tem uma relação muito bonita com os pais, e eu amei a mãe dela, responsável por cenas hilárias.

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 "Os olhos dela percorrem meu rosto à procura de algo. 'Sério mesmo que você não sabe?'
 Meu coração está mais do que disparado agora, mas não consigo me mover.
 'Acho que…' Eu me interrompo, e preciso limpar a garganta para poder continuar. 'Acho que não vou aguentar o tranco se estiver errado.'”  (página 211, momento de querer guardar o protagonista num potinho.)
 A edição tem uma capa bonita, um pouco diferente do que se vê comumente por aí. As páginas são amareladas, a diagramação e a revisão são boas. Enfim, gostei muito de "Mais que amigos" e é um livro que recomendo para quem procura um romance divertido e apaixonante, de leitura rápida e envolvente (e com muitas referências à músicas, séries...). E vocês, já leram ou querem ler esse livro?

 Detalhes: 224 páginas, ISBN-13: 9788584391073, Skoob, tradução: Alexandre Boide, leia os primeiros capítulos. Compre na Amazon:

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Até o próximo post!

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Resumo das leituras de setembro

 Olá pessoal, tudo bem? Hoje é dia de comentar com vocês um pouquinho sobre as minhas leituras do último mês, vocês podem apertar o play e conferir o vídeo ou continuar lendo:



 Eu separei uma pilha com uns dezesseis livros que eu ainda quero ler esse ano, não consegui ler todos em setembro, mas li (clique nos títulos para conferir as resenhas):

Orgulho e Preconceito, romance clássico da Jane Austen na edição da Editora Pé da Letra. Um livro que demora para cativar, mas chega um momento em que não queremos parar de ler.

Em Pedaços, romance da Lauren Layne publicado pela Paralela. Alguns não curtiram, eu gostei bastante, escrita fluida e personagens que me causaram empatia.

A Noiva do Barão, romance de época medieval da Simone O. Marques, Ler Editorial. Uma história sobre um amor proibido.

III - A Hora Morta: volume 1, antologia de contos de terror organizada pelo Fernando Bins, tem contos dos convidados Cesar Bravo e Rô Mierling, publicada pela Luva Editora. Em agosto eu tinha lido o volume 2, então li também o primeiro e trouxe resenha e sorteio para vocês, está super fácil de participar, acessem: Sorteio dos dois volumes de III : A Hora Morta.

O Tempo Desconjuntado, ficção científica do Philip K. Dick lançada em edição com capa dura pela Suma. Apesar de deixar alguns pontos sem respostas, foi um primeiro contato interessante com a escrita do autor e a história nos deixa curiosos.

A Mulher Entre Nós, thriller psicológico das autoras Greer Hendricks e Sarah Pekkanen, editora Paralela. Foi minha melhor leitura do mês, me surpreendi muito com essa história que não é nem de longo sobre uma ex mulher perseguidora!

O sol na cabeça, contos com inspiração autobiográfica do Geovani Martins publicado pela Companhia das Letras. Foi bem diferente das minhas expectativas.

Carta a D., André Gorz fala sobre seu amor por sua esposa nessa obra publicada pela Companhia das Letras.

 Acabei demorando para liberar o post, pois queria postar todas as resenhas desses livros primeiro. Vocês já leram ou querem ler algum deles?

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Resenha: livro "O Sol na Cabeça", Geovani Martins

 Olá pessoal, como vocês estão? Na resenha de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com "O Sol na Cabeça", livro escrito pelo Geovani Martins e publicado em 2018 pela Companhia das Letras.

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 A obra é composta por 13 contos, sobre os quais vou comentar resumidamente.

 Em Rolézim, o narrador fala, com o uso de muitas gírias, sobre um dia quente em que ele e os amigos vão para a praia, usam drogas, aproveitam o calor. Na volta para casa, são parados pela polícia, e o medo de morrer como o irmão ou de decepcionar a mãe, movem o personagem principal. O protagonista de Espiral convive a vida toda com pessoas preconceituosas tendo medo dele, por ser morador da favela, o que lhe machuca e lhe faz passar a alimentar esse medo até níveis perigosos.

 Em Roleta-russa, um garoto curioso pega a arma do pai, um segurança, sem que ele saiba e contrariando suas ordens. O garoto vai para a rua exibir a arma para os amigos, dividido entre o exibicionismo e a culpa por saber que decepcionaria o pai se ele descobrisse que estava traindo sua confiança. O caso da borboleta também é protagonizado por um garoto, o Breno, de nove anos, que certa noite, vai à cozinha (uma cozinha que tem janela, assim como a minha) procurar algo para comer e se depara com uma borboleta caída no óleo usado para frituras, é um dos contos mais poéticos do livro.

 A história do Periquito e do Macaco traz novamente o uso de gírias, ao falar sobre um tenente da UPP, cujo "bagulho não era pegar traficante", mas sim viciado. Esse tenente foi emboscado e morto pelos traficantes. Primeiro dia nos apresenta André, um garoto de onze anos, empolgado por ir para uma escola nova, onde teria outros adolescentes como ele, uma escola onde toda semana tinha "porradeiro" com a turma de outro colégio. Mas no primeiro dia de aula, também enfrentaria um trote, ligado à lenda da Loura do Banheiro.

 O rabisco fala de Fernando, um pichador que foi confundido com um ladrão e correu para o terraço do prédio. Embaixo, policiais e a população se aglomerando, aumentando o desespero que Fernando, que foi pai recentemente e tinha decidido deixar a pichação por ser arriscado.
 "Chegam sem entender o que está acontecendo, se informam do motivo da aglomeração, e então são envolvidas pela rua e a sua incrível capacidade de transformar pessoas comuns, que amam e choram, que sentem fome e saudade, em algo completamente diferente, numa unidade capaz de ir além dos limites de cada um dos indivíduos reunidos, que não se incomoda em ver o sangue escorrendo pela roupa do objeto atingido, se isso satisfizer a sua noção de justiça no momento exato do choque. Era mais uma vez a sede de fazer justiça contra o desconhecido, como sempre foi, desde o início dos tempos." (página 54)
 "Fernando sabia que esperando ali não corria o risco de levar um tiro à queima-roupa. Não com tanta gente acompanhando a história, dentro de um prédio residencial. Com certeza levaria um couro bem dado. Chutes e socos descontando a espera e sabe-se lá quantas outras frustrações.
 O foda é que porrada também mata. Impossível esquecer o tanto de amigo que se foi depois de apanhar na pista, com traumatismo craniano, hemorragia interna. E, mesmo que não fosse sua hora, que sobrevivesse à surra, ia precisar explicar em casa aqueles hematomas todos, e saberiam que voltou a pichar, que cedeu ao vício, e o jugariam fraco e também hipócrita, por viver reclamando que seu pai o havia trocado pelo álcool e agora trocava seu filho por tinta." (página 57)
 A viagem se passa próximo a virada de ano, onde o personagem principal vai com a garota que ele está começando a namorar e um amigo para Arraial do Cabo, aproveitar o feriado na casa de um primo argentino desse amigo. Drogados, vão passear e passarão por uma situação inusitada por uma confusão.

 Em Estação Padre Miguel, um grupo de amigos se reúne na linha do trem para fumar maconha. Estava proibido pelos traficantes o uso de crack na região, mas até os amigos explicarem que "focinho de porco não é tomada" na mira de uma arma...
 "A noite protegia os que tinham medo de explanar o vício. Quando escurecia, na linha do trem ninguém tinha mais nome nem rosto para quem passasse de fora, era tudo um único monte de viciado." (página 72)
 "É engraçado, porque no auge do crack pelas ruas de Bangu, assim como todo mundo, eu ria de piada de cracudo, fazia piada de cracudo, mas a verdade é que, nas vezes que me demorava demais na cracolândia, começava a imaginar as histórias daquelas pessoas antes da pedra e sentia vontade de chorar." (página 72)
 "Sorri da precisão que tive prevendo aquelas palavras. Essas conversas repetidas às vezes me enchiam o saco, por fazerem parecer que estávamos sempre repetindo os dias. Mas algumas vezes eu me envolvia, e conseguia sentir todo o prazer contido nas conversas decoradas.
 - Vocês só falam de droga, nunca vi.
 - Isso é porque o mundo tá drogado, irmão. Até parece que tu não sabe. Já te falei, vou falar de novo: uma semana sem drogas e o Rio de Janeiro para. Não tem médico, não tem motorista de ônibus, não tem advogado, não tem polícia, não tem gari, não tem nada. Vai ficar todo mundo surtando de abstinência. Cocaína, Rivotril, LSD, balinha, crack, maconha, Novalgina, não importa, mano. A droga é o combustível da cidade.
 O Alan adorava falar isso, a gente adorava ouvir.
 - A droga e o medo - concluí. (páginas 74 e 75)
 "Eu nunca entendi esse movimento. Quero dizer, sempre me senti profundamente incomodado com esses silêncios inexplicáveis. É sempre como se alguma coisa estivesse rompendo. De um momento pro outro tudo se desfaz, tudo desaba, e ficamos sozinhos frente ao abismo que é a outra pessoa. Daí vem uma vontade de falar não sei o quê, só pra tentar reunir uns pedaços da gente, meia dúzia de restos espalhados pelo mistério que é a convivência." (página 75 e 76)
 O cego é sobre Seu Matias, um homem cego que contava sua história em ônibus.
"Quando pequeno, Matias não suportava a companhia de outras crianças, tagarelando sobre tudo numa velocidade absurda, atropelando os assuntos, embolando as vozes, sobrepondo imagens; as palavras voavam sempre pra muito longe. Por esse motivo, preferia conversar com os velhos, esses sempre tinham paciência pra tentar explicar detalhadamente a forma de cada coisa, de um jeito tão cuidadoso como só mesmo a solidão dos velhos permite. O céu, os rios, os ratos, a chuva, as pipas no alto, o arco-íris, tudo isso que é dito sem pensar no passar dos dias." (página 86)
 O mistério da vila foi meu conto favorito. Dona Iara, uma senhora bem idosa, é conhecida como a macumbeira, alvo da curiosidade das crianças e dos comentários ofensivos de quem tem religiões diferentes, mas que nas horas de desespero, recorrem às rezas dela. Até que dona Iara fica doente, e as crianças vão perceber o quanto ela é importante para eles, independente da religião. Um conto que mostra a hipocrisia de alguns, mas também mostra que Deus é um só.
"Sem comentar com ninguém, Thaís passou toda a semana pedindo a Jeová pela vida de dona Iara. Colocou a velha em todas as suas orações diárias; até na congregação, na reunião de domingo, pediu por ela, mesmo sem saber se era pecado orar pela macumbeira dentro da casa de Deus.
Ruan ficou muito abatido, enfiado em casa, brincando sozinho, sem sorriso nem barulho. A avó, percebendo tristeza no garoto, perguntou se havia brigado com os amigos.
- Eu não quero que a dona Iara morra, vó. Você lembra quando ela veio aqui e acabou com os carrapatos? Não fosse por isso, o Máilon tava morto hoje, sem sangue, eu lembro.
A velha, comovida, aconselhou:
- Pois então peça a Deus por ela, meu filho. Ou melhor, pede pra um santo. Se você tiver fé, ele te ajuda com Deus. E, com santo pedindo, Nosso Senhor sempre atende." (página 95)
 Sextou é protagonizado por um rapaz que vai comprar droga com o pagamento da primeira semana de trabalho, mas dá de cara com os policiais. Travessia traz Beto, que trabalhava numa boca, matou um cara e agora tinha que dar um jeito de sumir com o corpo.

 Esse é um resumo muito superficial dos contos. "O Sol na Cabeça" teve bastante divulgação no lançamento. O Geovani é poucos meses mais velho do que eu, e como seus contos, segundo a orelha, têm inspiração autobiográfica, eu estava com expectativas elevadas para conferir esse livro tão elogiado no lançamento e curiosa para ver o que tinha para dizer alguém que viveu na mesma época que eu, mas em lugares diferentes (o autor nasceu em Bangu e morou no Vidigal).

O-Sol-na-Cabeça, Geovani-Martins
O-Sol-na-Cabeça, Geovani-Martins

 É inegável a capacidade do autor de escrever contos que quase dão um nó na nossa cabeça pelo uso constante de gírias, que talvez nem todos entendam, e no conto seguinte, já utilizar uma linguagem mais sensível e poética. Muitas das situações vividas pelos personagens, muitos dos seus inquietamentos, das suas dúvidas sobre a vida, são situações e pensamentos com os quais os leitores podem se identificar. Alguns contos, como "Roleta-russa" e "O rabisco", terminam justo no momento em que estamos mais tensos para saber o que acontecerá em seguida... Essa diversidade na escrita, essa identificação e as emoções passadas ao leitor são  pontos positivos da obra, mas que infelizmente não fizeram "O Sol na Cabeça" superar as minhas expectativas.

 Em certo momento, eu já estava cansada de ver as histórias sendo protagonizadas por usuários de drogas ou traficantes, mais da metade dos contos é sobre eles, ficou repetitivo, maçante. Me parece absurdo, por exemplo, ir para a casa de uma pessoa que você nem conhece, com uma garota com quem se está começando um relacionamento, e levar drogas, como acontece em "A viagem". No nosso país, quem usa maconha, está ciente de que pode ser parado pela polícia e ter problemas, ou seja, está buscando encrenca com as próprias mãos (alguns contos mostram como o risco não vale a pena). Eu e os meus amigos nunca precisamos estar sob o efeito de drogas para nos divertirmos juntos nem para termos reflexões sobre a vida ou nos aproximarmos de outras pessoas. Por que alguém precisa estar fora de si para viver? E não é só em cidade grande que tem gente que ganha pouco e trabalha onde não é valorizado, essa é uma realidade de muitos brasileiros, que nem por isso descontam suas frustrações nas drogas.

 Apesar de discordar das atitudes de alguns personagens e de ter achado cansativo a repetição de alguns temas, pela versatilidade da escrita do autor e por saber das diferentes realidades do nosso país, acredito que "O Sol na Cabeça" possa proporcionar experiências de leitura, no mínimo, interessantes. A edição traz uma capa com cores vibrantes, páginas amareladas, boa revisão e diagramação. E vocês, já leram ou querem ler o livro?

Detalhes: 122 páginas, ISBN-13: 9788535930528, Skoob. Clique para comprar na Amazon:

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Até o próximo post!

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RESENHA: Minha Vida Fora de Série (2º Temporada), de Paula Pimenta


Olá Leitores (as), como estão? Espero que estejam todos bem. Hoje venho trazer a vocês a resenha do livro Minha Vida Fora de Série “Segunda Temporada", da autora Paula Pimenta. Comecei a ler essa obra logo após concluir a leitura do primeiro livro da série, e desta vez a história me proporcionou um turbilhão de sentimentos. Ficaram curiosos para saber mais sobre essa história? Então venham conferir minha opinião completa.

Foto: Skoob
Título: Minha Vida Fora de Série “Segunda Temporada”
Autora: Paula Pimenta
Editora: Gutenberg
Ano: 2013
Páginas: 424
Gênero: Infanto Juvenil / Literatura Brasileira / Romance

SINOPSE
Na 2ª temporada de "Minha vida fora de série", Priscila agora está com 16 anos e começa a lidar com questões mais sérias da adolescência: a proximidade do vestibular e, com ele, todos os receios desta fase; amizades que parecem sólidas e que de repente se perdem; o aprendizado de que um namoro tem de ser constantemente cuidado para não se desgastar. Ela também descobre que atos sem pensar, que parecem estar esquecidos no passado, podem marcar irreversivelmente o presente. Nossos queridos personagens - já conhecidos pela série "Fazendo meu filme" estão de volta, para não deixar ninguém com saudade. Não perca os próximos episódios da vida fora de série de Priscila. Você não vai conseguir desgrudar até terminar de ler. (Skoob)


Na semana passada contei em detalhes para vocês minha opinião sobre a leitura do livro “Minha Vida Fora de Série “Primeira Temporada”, e o quanto havia gostado e me surpreendido com essa história. Para você que ainda não conferiu essa resenha e ficou interessada é só clicar aqui. Bom, logo após já fui correndo pegar a continuação, pois queria saber o que iria acontecer na vida da Priscila e de todos a sua volta. Contudo admito que houveram pontos positivos e negativos no decorrer da trama, e vou contar tudinho para vocês nessa resenha.


“(...) Eu me divertir com seus gritos nos brinquedos, adorei te contar a história dos parques e ver que você estava interessada de verdade… E esse seu astral para cima contagia. Do seu lado, é como se o sol aparecesse mesmo nos dias nublados.” (Pag.106)


Nesta sequência o livro continua retratando a história da Priscila (Pri), no entanto vamos acompanhar também um pouco da vida de outros personagens que possuem um papel fundamental nessa história. A trama dá um salto bem grande de tempo do livro anterior para este. Por isso nos deparamos com a Priscila aos 16 anos, madura, e bastante familiarizada com as pessoas, a cidade e as amizades. Contudo um namoro que antes parecia sólido irá se deparar com momentos desagradáveis que todo relacionamento passa, as incertezas, insegurança, colocando realmente a prova o amor que um sente pelo outro. A trama também aborda temas como primeira vez de uma forma bem sutil, amizade, vestibular,  e como vamos lidar com algumas responsabilidades que temos de adquirir quando nos tornamos adultos. O livro é narrado em primeira pessoa com a perspectiva intercalada entre a Priscila e o Rodrigo, ambos os personagens possuem uma personalidade carismática e divertida, de forma que faz com que o leitor acredite que eles são reais.



“(...) Porque sei que é esse amor que vai estar comigo em todos os momentos. Que vai gostar de mim mesmo nos dias em que eu estiver me sentindo mais feia, mais preguiçosa de lavar os cabelos e com vontade de ficar de moletom dentro de casa.” (Pag.112)


Ao começar a ler esta obra como eu não havia lido a sinopse anteriormente, logo de cara me assustei ao me deparar com a personagem aos 16 anos. Simplesmente fiquei com a sensação de que perdi alguma coisa no meio do caminho. No entanto percebi que talvez fosse me familiarizar mais com a personagem, o que não aconteceu muito. Até porque senti de que apesar de estar em uma idade mais “madura”, vamos chamar assim, sua forma de pensar era um pouquinho imatura. Sem julgamento, mas teve momentos que quis dar um sacode nela sabe? Apontar alguns erros, e idiotices que ela estava cometendo, como se fosse sua amiga. (Risos) Quem já leu esse livro vai saber exatamente ao que estou me referindo. Mas, foi exatamente esses momentos de tensões que me prenderam a leitura, eu queria saber como a Priscila e o Rodrigo iriam lidar com aquela situação, e como ela sairia daquela enrascada.

Além do romance, achei muito legal a forma como a autora tratou de assuntos importantes, como assumir responsabilidades, e como isso muita das vezes nos faz ter de abrir mão de outras coisas, que gostamos de fazer.  A questão da amizade vir primeiro que os relacionamentos amorosos de nossas amigas, e que ter um relacionamento pautado na fidelidade, e na confiança é muito importante. Pois sem isso as coisas podem acabar não dando muito certo.


“(...) Até falei a respeito com o Daniel, mas ele me disse que era normal, que todo relacionamento era assim, no começo a paixão vinha com toda a força, mas aos poucos o amor dominava, e o namoro ficava mais calmo.... Mas, então por que eu ainda sentia tudo aquilo do começo?” (Pag.145)


Foram tantos assuntos que a autora pontuou nesta obra, que eu acredito que não consegui mencionar todos. Porém gostaria de apontar que desta vez a autora conseguiu desenvolver de forma muito bem elaborada esta história, fazendo com que a leitura te prendesse e fizesse com que o leitor virasse as páginas sem perceber. Já que era bomba atrás de bomba. Teve momentos leves, e outros tensos que me deixaram de cabelo em pé. A Paula também conseguiu explorar de forma ampliada outros personagens, descrevendo estes ora através de e-mails, ora através de mensagens de texto. Inclusive achei essa ideia genial.

A escrita da autora continua leve, cativante, e envolvente, fazendo com que a leitura flua. Admito que esta obra continua no mesmo pique que o livro anterior, contudo não me diverti tanto como no primeiro livro, talvez seja porque nesta história houve mais drama, e tensão.



(...)Porque o que eu julgava ser apenas uma frase clichê da internet acabou acabou se revelando verdade: era possível, sim, se apaixonar várias vezes pela mesma pessoa. Eu podia dizer isso por experiência própria.” (Pag.191)



Estou ansiosa para ler a continuação desta obra, mas ainda não a fiz, pois não quero ler tudo de uma vez, quero devorar esta série aos poucos! Continuo recomendando a leitura dessas obras, pois estou amando acompanhar a vida da Priscila e de seus amigos. E se você gosta de um bom romance, e de ver adolescentes vivendo momentos mais divertidos e dramáticos durante essa fase da vida que nos marca profundamente, não percam essa oportunidade. Prometo que assim que eu concluir a leitura irei trazer a resenha do livro Minha Vida Fora de Série (3º Temporada). Mas, e vocês já tiveram oportunidade de ler este livro, ou se interessaram por esta leitura? Deixem nos comentários a opinião de vocês, é sempre muito importante e bem vinda.


Espero que tenham gostado, e por hoje é só.

Até o próximo post


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