Resenha: livro "Lady Audácia", Karina Heid

  Olá, pessoal! Como estão? Na resenha de hoje, venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Lady Audácia", escrito pela Karina Heid e publicado em 2020.


 "Do lado oposto do cômodo, Dieter concluía que o respeitado bordel já fora mais bem frequentado. Não que ele pudesse criticá-lo, dado o quanto o frequentava, mas o controle de acesso às acomodações do terceiro andar estava um fiasco. Sua mãe, por exemplo, estava ali, e não deveria estar."

 Wolfgang Thiessen ficou surpreso ao ser convidado para um baile na residência dos Württemberg-Winental; industriais do aço, mesmo os ricos como ele, não eram normalmente convidados para os eventos da nobreza. O convite só poderia significar que Wilhelmine, a duquesa viúva, estava mesmo desesperada para encontrar uma noiva para seu filho, o nono duque de Württemberg-Winental. E Wolfgang Thiessen tinha três filhas solteiras: Charlotte, Emma e Arabella.

 A ida ao baile poderia ser boa para os negócios, para fazer novos contatos, embora a ideia de que Dietrich, o duque, se tornasse seu genro, não agradava Wolfgang, pois o rapaz vivia metido em escândalos, o último era sobre suas tentativas de recuperar sua virilidade após ser ferido na guerra com um tiro nas partes íntimas.

 Eis que, no baile, Dietrich resolveu dançar justamente com Emma, na tentativa de sabotar os planos de sua mãe, já que Emma não era nobre (ele não imaginava que um título não importava para Wilhelmine) e parecia ser uma moça desinteressante.

 "— Acha que ele irá, Herr Winkel? — Wilhelmine perguntou com voz fraca, tentando pensar em outra coisa.

 — Podemos organizar um sequestro, senhora." (Dietrich não conseguiria escapar desse baile)

 Emma tinha problemas respiratórios e a ideia de dançar em um baile não lhe agradava. A jovem preferia estar em casa, sonhando com uma viagem à África, mas não teve como escapar da valsa com Dietrich. Durante a dança, a conversa entre eles foi cheia de troca de farpas, mas, para o espanto de Dietrich, depois de quase um ano, seu corpo reagiu a uma mulher. E ele acabaria propondo a Emma que lhe ajudasse a entender o motivo de seu corpo ter despertado numa simples conversa. Emma acabaria aceitando, mas com algumas condições, entre elas, que o fato de sua irmã ser Lady Malícia, a autora misteriosa do romance que Dietrich encontrou no baile, ficasse em segredo.

 "Emma esfumaçou a confusão de cachos com o dedo mindinho, suspirando. Em breve precisaria ensinar um libertino sobre sedução. Se isso não podia ser chamado de ironia, deveria ser chamado de piada."

 Eu amo romances de época e havia visto muitos comentários positivos sobre "Lady Audácia", então decidi ler o e-book no Kindle. Terminei a leitura me juntando às fãs da Karina.

 A história se passa em 1871, e é ambientada no Reino de Württemberg (que atualmente faz parte da Alemanha). A ambientação nesse reino que realmente existiu, mas que eu ainda não conhecia, foi bem interessante.

 "— Homens e nobres são criaturas auto-centradas que esperam que tudo gire em torno deles. Um homem, ainda por cima nobre, é praticamente uma toupeira."

 "Dietrich não queria a vida de seus ancestrais. Ele queria algo mais. Algo real."

 "Consequências, consequências, consequências. A vida de uma mulher era pensar nas consequências."

 Os personagens são ótimos e me conquistaram. Dietrich era um libertino, mas, ao mesmo tempo, era um homem que não queria um casamento infeliz como os que via em sua família, ele queria algo mais, uma relação que não ruísse com o tempo. E quem resiste a ver um libertino se regenerando? Emma é uma mocinha que sonhava com muito mais do que os limites impostos por sua posição como mulher na sociedade e seus problemas de saúde.

 As irmãs de Emma, a governanta da família, o pai das moças, os irmãos de Dietrich, sua mãe e o secretário da duquesa são personagens marcantes, cada um tem seu momento de destaque na trama.

 A leitura é rápida e fluida, com bastante diálogo; apesar de alguns errinhos de revisão, parece que cada parágrafo foi realmente pensado para dar o tom certo à história. O enredo é bem humorado, cheio de situações divertidas, e o romance é apaixonante e quente. Foi uma leitura da qual gostei muito e que recomendo, especialmente para os fãs de romance de época. Estou animadíssima para ler os próximos livros da trilogia Damas de Aço, protagonizados pelos irmãos de Dietrich e as irmãs de Emma.

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 "Emma relutava em aceitar que elas diminuíssem o ritmo da própria vida para adaptarem-se ao dela, mas suas reclamações eram em vão. Quando Emma um dia decidiu que partiria para ver o mundo — nem que fosse um pouquinho dele — tinha em mente escapar não só das próprias limitações, mas também das limitações que impunha às irmãs. Ela queria que as irmãs tivessem a chance de viverem uma vida plena, sem o peso que sua existência trazia."

 "Talvez, por não poder se dar ao luxo de ter sonhos românticos, Lady Malícia existia. Mas o entretenimento que Charlotte oferecia era uma brincadeira perigosa. Muitas vezes quis pedir à irmã que parasse de escrever aqueles romances por medo de que fosse descoberta."

 "Por um segundo Charlotte pensou no que dizer, então lhe ocorreu algo:

 — Os homens são sensíveis.

Emma a olhou desconfiada.

 — São? Não é o que gostam de mostrar.

 — Exatamente. Eles querem que acreditemos que somos a parte vulnerável da relação, mas na verdade, isso é pura encenação para esconder a verdade. E a verdade é que eles são a parte sensível do casal.

 — De onde tirou isso? Isso sequer faz sentido.

 — Faz sentido, sim. Somos descritas como vulneráveis, mas continuamos resistindo a tudo, mesmo sem acesso a educação, direitos e liberdades. Eles não nasceriam sem a gente, mas fazem questão de não reconhecer nossa importância. E quando nos rebelamos, nos chamam de loucas."

 "— Eu daria cada quilômetro de minhas terras pelo avanço de alguns centímetros."

 "— Porque antes achava que preferiria a morte ao casamento. E hoje prefiro a morte a perdê-la."

 "— Ah, Emma. Não vá — ele suplicou. — Sei que quer aventuras. Que é mais destemida que uma dúzia de homens. Mas cada batida do meu coração pertence a você. Cada segundo de silêncio entre elas. Posso fazê-la feliz, aqui."

"— Libidinoso, mal falado, inconveniente, e, segundo as más línguas, aleijado — Ela o olhou, sorrindo. Erguendo a segunda mão, continuou:— Além de péssimo sequestrador e foco de todas as colunas do reino. Sem contar que é conhecido entre as paredes de minha casa como “o desperdício de dote.” 

 Dietrich conseguiu puxar a mão erguida e depositar nela um beijo casto.

 — …E agora, enquanto convalesce no chão, avisa que pode ser estéril.

 Eles sorriram cúmplices um para o outro.

 — Acho que está tentando me punir, milorde.

 — Por favor, aceite a humilde punição de passar os restos dos dias ao meu lado."

 "— Até um relógio parado está certo duas vezes por dia, milorde."

 Me contem nos comentários o que acharam do post.

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Até o próximo post!
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