Resenha: livro "Nas montanhas do Marrocos", Luisa Bérard

 Olá, pessoal! Como estão? Na última resenha do ano, venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "Nas montanhas do Marrocos", escrito pela Luisa Bérard. Li na edição independente lançada pela autora em 2017, mas há uma nova edição pela Editora Novo Conceito.


 Katherine Hartington era uma jovem lady inglesa que, contrariando os planos da mãe, não queria pensar em casamento, preferindo ajudar a tia na administração do ducado.

 "— Talvez um dia você seja capaz de compreender o real sentido do amor... — externou tia Margareth, sem ocultar sua preocupação. — Vou procurar o meu livro de Luís Vaz de Camões. Se a memória não me falha, está na biblioteca de Fairmont. Fairmont. Suas poesias serão um excelente referencial para você dimensionar as contradições do amor. As coisas não são lineares...

 — Pode ser que tenha razão. Entretanto, enquanto eu não encontro este homem especial, é prudente evitar os homens errados. Na maior parte das vezes, as consequências são extremamente danosas para as mulheres." (página 90)

 Eis que, em uma viagem de navio, uma tragédia aconteceria e Katherine acabaria sendo vendida como escrava no Marrocos. Fahid, um príncipe marroquino, seria seu "dono", e a convivência com Fahid mudaria as concepções de Katherine sobre relacionamentos.


 "Nas montanhas do Marrocos" tem uma linguagem um pouco mais formal que os romances de época que costumo ler, além de mais descrições, o que é necessário por causa da ambientação no Marrocos, um cenário diferente de outros livros do gênero.

 "Sacudindo a cabeça em sinal de reprovação, Katherine continuou:

 — Eu não compreendo como um homem pode manter uma mulher ao seu lado mesmo sabendo que ela não deseja tal destino. Que tipo de honra é essa?" (página 236)

 Isso de mocinho que compra a mocinha e obriga ela a ficar ao lado dele é algo que me incomoda muito! É um tema sensível para mim e creio que, por isso, eu não seria o público-alvo da obra.

 Se Fahid encarava o encontro com Katherine como um sinal dos céus para que eles tivessem uma chance, a forma como ele agiu não me agradou. Eu até o teria perdoado se, por exemplo, ele mentisse para Katherine dizendo que não tinha como mandá-la de volta para a Inglaterra imediatamente, na tentativa de ganhar tempo para que ela o conhecesse e quisesse ficar com ele. Mas Katherine não teve escolha, mesmo falando que queria voltar para sua família, Fahid insistia em mantê-la no Marrocos, inclusive impedindo suas tentativas de fuga. Então, eu não conseguia torcer pelo envolvimento do casal.

 O comportamento de Fahid poderia ser justificado pelo fato de ele ser um príncipe marroquino do século dezenove, mas em termos de veracidade histórica, não tenho certeza se, por exemplo, Katherine poderia herdar um ducado sendo mulher.

 "Nas montanhas do Marrocos" pode ser uma boa leitura para os fãs de romances de época que gostem de histórias ambientadas em cenários diferentes dos habituais, com um toque de aventura e mistérios, onde casais enfrentam muitos desafios até o final feliz. Infelizmente, acabei tendo esse problema com o comportamento do Fahid, mas sei que outros leitores podem não se sentir incomodados com a atitude do protagonista e curtir mais a leitura do que eu.

 "— Porque a duquesa de Melbourne era livre para nomear qualquer pessoa como seu legítimo herdeiro. Se não há, nesse caso, herdeiros legais aptos a reivindicar qualquer direito sobre o ducado de Melbourne e como nenhuma das pessoas anteriormente referidas tinha qualquer proximidade com a finada duquesa, vejo-as como improváveis beneficiados.

 — Então, quem seria essa pessoa afortunada? Quem se tornará, por sorte do destino, o sétimo duque de Melbourne?! — interrogou o almirante Elliot Colchester, com sua cabeça urdindo frenéticas maquinações. — Afinal, é factível imaginar que alguém da família venha a ser contemplado.

 — Mas os senhores apenas consideraram os homens da família do sexto duque — observou Etham, com sagacidade. — Além disso, nada impediria, nesta excepcional conjuntura, a nomeação de uma mulher para o título." (página 455)

 "— Nada do que você diga me fará desistir de retornar à Inglaterra. O fato real e incontornável é que estou viva! Logo, farei de tudo para recuperar a minha liberdade. Absolutamente tudo!

 — Acho tocante o seu clamor por liberdade, mas não entendo o que ganhará com essa postura irredutível — disse Fahid, calmo, aproximando-se de Katherine até ficarem frente a frente. — Seria infinitamente mais inteligente da sua parte render-se às circunstâncias e comprazer-se com as oportunidades a sua volta... — argumentou, envolvente e com faiscantes olhos matizados de dourado." (página 218)

 Detalhes: 564 páginas, ISBN-13: 9788592155711, Skoob. Clique para comprar na Amazon:

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