Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é A Herdeira, escrito pela Kiera Cass e publicado no Brasil em 2015 pela Editora Seguinte.
A primeira coisa que preciso dizer ao começar a resenha é que eu não li os livros anteriores da série! Quem acompanha o blog há mais tempo, sabe que tenho esse hábito de ler um volume mesmo não tendo lido os volumes anteriores, baseado na minha crença de que um bom autor é capaz de escrever histórias que possam ser entendidas mesmo em situações "especiais". Normalmente, dou uma pesquisada antes para saber se posso ler dessa forma. Quando surgiu a oportunidade de ler A Herdeira, decidi aproveitar, já que queria conhecer a escrita da Kiera Cass e sabia que a história do livro se passa mais ou menos 20 anos depois de a trama da trilogia A Seleção se encerrar, e que a protagonista é outra.
A história é narrada em primeira pessoa por Eadlyn, a princesa de Illéa, que cresceu sabendo que seria a futura rainha de seu país e se preparando para isso, pois era 7 minutos mais velha que seu irmão gêmeo, Ahren. Aos 18 anos, Eadlyn começa a perceber que as coisas em Illéa não estão muito bem, já que mesmo seus pais tendo abolido o sistema de castas que havia no país (onde as pessoas tinham sua vida profissional e em sociedade determinada pela casta em que nasceram), parte da população estava descontente e causando tumultos.
Alguma semelhança com a realidade?
Na tentativa de distrair a população e ganhar tempo para encontrar soluções para as insatisfações do povo, os pais de Eadlyn tem uma ideia: fazer uma nova Seleção, um reality show onde seriam selecionados 35 rapazes de todo o país para concorrerem ao coração da princesa. Se a Seleção agradou os súditos duas décadas antes, poderia agradar novamente.
Num primeiro momento, Eadlyn é contra a ideia, mas ao perceber que pode ser a única saída para dar a seu pai alguma chance para acalmar a população, ela decide aceitar, pelo bem de seu país. O palácio é preparado para o reality e 35 garotos são sorteados para passarem um tempo junto com a família real.
"Só que eu não era meu pai nem minha mãe. Não importava o quanto a situação parecesse romântica para ele, eu só conseguia pensar nos trinta e cinco garotos - barulhentos, intragáveis, fedidos - que estavam prestes a invadir minha casa. Nada disso soava 'mágico'." (página 39)
Eadlyn não tinha a intenção de realmente levar a Seleção a sério, sua ideia era dificultar a vida dos selecionados até que eles desistissem. E na vontade de fazer a coisa certa, Eadlyn vai meter os pés pelas mãos algumas vezes, perceber que agradar o povo é muito mais difícil do que parecia, descobrir que seus súditos não são bem como ela imaginava e que a Seleção pode ser totalmente diferente do esperado.
Já li algumas resenhas onde a Eadlyn era vista como mimada e irritante, mas vale lembrar que ela e a mãe são pessoas diferentes! E a Eadlyn tinha só 18 anos, praticamente uma adolescente ainda, e não tinha uma vida de uma garota comum, e sim, uma responsabilidade muito grande nos ombros. Por causa de toda a expectativa colocada sobre ela, Eadlyn vivia tentando ser o que se esperava de uma rainha, tentando ter uma força que ela não tinha ainda, não podendo ser quem ela realmente era. E a Seleção, de uma certa forma, vai fazer com que ela descubra muita coisa sobre si mesma, sobre seu reino e sobre as pessoas ao seu redor.
"Torci o nariz.
- Foi o papai que mandou você dizer isso?
- Não! Só acho que você precisa encarar isso com a mente aberta. Você é uma das pessoas mais isoladas do país, mas isso não quer dizer que deva ficar na defensiva o tempo inteiro. Você precisa viver um romance pelo menos uma vez na vida." (página 141)
Falando em pessoas ao redor, estranhei o fato de, pelos meus cálculos, o pai e a mãe da Eadlyn estarem numa idade em que ainda seriam considerados produtivos e capazes, mas no livro eles parecem bem cansados e desgastados por governar o país, colocando uma responsabilidade muito grande nos ombros de uma princesa tão jovem.
"Para ser sincera, minha sensação era de que minha mãe, meu pai e eu formávamos o trio a ser sacrificado, enquanto os outros faziam o que bem entendiam." (páginas 38 e 39)
Eadlyn era a única garota da família, tinha em Ahren seu melhor amigo e conselheiro, havia gostado bastante dele, mas a citação acima explica bem a diferença entre ele e a irmã. Kaden tinha 14 anos e acho que seria um bom rei, se tivesse sido o primeiro dos 4 irmãos a nascer. Por fim, Osten era o caçula e o mais bagunceiro da turma.
Falando em pessoas ao redor, estranhei o fato de, pelos meus cálculos, o pai e a mãe da Eadlyn estarem numa idade em que ainda seriam considerados produtivos e capazes, mas no livro eles parecem bem cansados e desgastados por governar o país, colocando uma responsabilidade muito grande nos ombros de uma princesa tão jovem.
"Para ser sincera, minha sensação era de que minha mãe, meu pai e eu formávamos o trio a ser sacrificado, enquanto os outros faziam o que bem entendiam." (páginas 38 e 39)
Eadlyn era a única garota da família, tinha em Ahren seu melhor amigo e conselheiro, havia gostado bastante dele, mas a citação acima explica bem a diferença entre ele e a irmã. Kaden tinha 14 anos e acho que seria um bom rei, se tivesse sido o primeiro dos 4 irmãos a nascer. Por fim, Osten era o caçula e o mais bagunceiro da turma.
"- Desculpe. Esta situação acaba comigo - justifiquei enquanto corria o dedo por uma pedra. - Quer dizer, eu sei por que é uma ideia intrigante: em algum lugar lá fora, meu par perfeito pode estar à minha espera, e por sorte posso ter sorteado o nome dele e me apaixonar loucamente. Mas, depois, sinto que sou um objeto em exposição, que estou sendo julgada mais do que o normal. E quando olho para os garotos, vejo que são pessoas totalmente diferentes do tipo de gente que costumo encontrar, e acho que não gosto disso. Tudo na Seleção me deixa confusa." (página 140)
Sobre os 35 selecionados, seria bem complicado a autora conseguir dar espaço igual para todos, de forma que alguns tem mais destaque e outros menos, e o número vai diminuindo ao longo do livro. Algo que eu achei fantástico na narrativa da Kiera Cass, é que ela faz com que a gente vá mudando de ideia e vendo as coisas de uma outra forma conforme a trama vai avançando.
Kile era filho de amigos dos pais de Eadlyn, por isso, ele e a família também moravam no castelo. Não se sabe quem o inscreveu, mas o fato é que Kile foi um dos selecionados. E a princesa, que não o suportava e não viu nada de atrativo nele durante toda a vida, acaba descobrindo que Kile pode lhe ser muito útil, além de ser bem diferente do que ela imaginava.
Me encantei por Hale, disposto a mostrar-se digno de Eadlyn a cada dia. E por Henri, que veio de um país aliado de Illéa e, apesar de não falar o mesmo idioma e precisar de um intérprete (muito fofo, por sinal), se demonstrou tão encantador e apaixonado. E tem outros rapazes, que na medida em que a princesa foi convivendo com eles, se mostraram merecedores de estar na Seleção. Ao final do livro, eu realmente não sabia para quem torcer, nem a Eadlyn sabia! Mas o que eu sei, é que ela merece experimentar o lado bom do amor, se divertir e ter amigos.
O livro é bonito por dentro e por fora, tanto na história quanto na parte visual (como vocês podem ver nas fotos acima). Quando tive meu exemplar em mãos, fiquei encantada pela capa, que acho a mais bonita de toda a série. Veio com um marcador de página, que eu não tive coragem de recortar para usar. As páginas são amareladas e lisas; as letras, o espaçamento e as margens tem um bom tamanho. Em cada início de capítulo, há o desenho de uma tiara, o acessório favorito da Eadlyn.
Eu poderia ficar horas e horas falando sobre A Herdeira, pois foi uma leitura muito agradável e que me conquistou logo nos primeiros capítulos. Poderia ter lido as quase 400 páginas do livro rapidamente em dois dias, já que a leitura flui com facilidade e autora me fez ficar curiosa sobre o que viria a seguir, mas como estava gostando tanto e não queria que acabasse, deixei os capítulos finais para ler em outro dia. Quando terminei, me vi louca pelo próximo livro, que só sai no ano que vem. Foi aí que fiquei feliz por não ter lido os livros anteriores, já que até o lançamento do livro 5, posso ler os 3 primeiros. Em A Herdeira, são comentados alguns eventos da Seleção anterior, mas sem se aprofundar muito, o que me fez ficar super curiosa para poder conhecer a história dos pais da Eadlyn.
Detalhes: 390 páginas, ISBN-13: 9788565765657, tradução: Cristian Clemente, Skoob, leia um trecho. Onde comprar online: Americanas, Submarino.
Enfim, A Herdeira foi um romance distópico que gostei muito de ler, por trazer uma história divertida e apaixonante. Kiera Cass e sua série ganharam mais uma fã!
Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Quem aí é fã da série? Gostaram dos quotes que escolhi?
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Até o próximo post!
eu tenho receio de um dia ler ele, muitos criticaram e fiquei sem vontade de ler.
ResponderExcluirOiie,
ResponderExcluirEu já li e ao contrario de você não gostei tanto assim, achei a Eadlyn irritante, mesmo tendo uma grande responsabilidade, ela tinha de tudo e não precisava ser tão arrogante.A única parte que gostei foi os selecionados, Henri e o mais fofo de todos *--*
Amei sua resenha, criticas bem sugestivas e positivas, apesar de eu não ter gostado, mas cada um tem seu ponto de vista :D
Beijos Mari ^^
Cantinho da Bruna
Olá!
ResponderExcluirJá li algumas séries fora de ordem, mas como fico meio ansiosa para saber TUDO, acabei me acostumando a ler na ordem certa e só depois de ter TODOS os volumes na estante.
Tenho os três primeiros desta série, mas só irei iniciar a leitura quando estiver completa hahaha
bjs
Eu não gostei da Eadlyn, e também não gostava da America. Confesso que só li os livros porque o Maxon é a coisa mais adorável e não tem como não amar. rs
ResponderExcluirwww.itgeekgirls.com
Ainda não acredito que você tem costume de ler livros de série fora de ordem kkkkk
ResponderExcluirComo assim vc leu A herdeira sem ler os outros 3 livros????
Eu li todos menos A herdeira e não estou TÃO entusiasmada assim.
Sua resenha ficou MARA, amei
Oi. Eu concordo com você sobre Eadlyn ter algumas ações justificadas por ter 18 anos, é um menina, sem contar que você contextualizou muito bem, você destrinchou o livro e trouxe uma ótima resenha, mesmo eu não gostando da série, sua resenha ficou sensacional.
ResponderExcluirEu tenho a trilogia Seleção, mas só li o primeiro.
ResponderExcluirAmerica me deu nos nervos.
Realmente a maioria das resenhas que eu li disseram que a Eadlyn era mimada e irritante.
Estou curiosa por poder ler o livro e se a acho tão irritante quanto a mãe ou melhor.
E claro quero saber mais dos selecionados.
Lisossomos
oi ^^ eu tbm penso igual a você. e as vezes leio os livros sem ter lido os outros, inclusive fiz muito isso com a série como treinar seu dragão e li fora de ordem e até hoje nunca me incomodou em nada esse detalhe.
ResponderExcluirgostei muito da sua opinião e eu ainda não tive coragem de ler os livros da kiera haha mas to pensando em ler esse ano ou não.
Seguindo o Coelho Branco
vc foi uma das poucas pessoas que vi [até agora] que gostaram desse livro, vi até uns mais apaixonados pela série reclamarem que odiaram a filha dos protagonistas xD
ResponderExcluirBem,c omo não curto a série, passo a leitura... xD
Eu acho que sou uma das poucas pessoas que gostou de A Herdeira. Acho que os leitores estão tendo dificuldade de aceitar que não é necessariamente uma continuação de A Escolha e sim um universo pós o final do livro.
ResponderExcluirhttp://laoliphant.com.br/
Olá
ResponderExcluirSinceramente eu li esse livro e achei desnecessário, pois detestei Eadlyn que é mimada ao extremo. Passei raiva com ela.
Beijos
Que bom quebonlivro lhe agradou, eu ainda não li nenhum dessa série e nem sei se vou ler tão já, já que peguei muitos spoilers e perdi um pouco a vontade, mas assim que esses spoilers derem uma trégua, quem sabe, né? Adorei a resenha, parabéns!!
ResponderExcluirAbraços e até!
lendoferozmente.blogspot.com.br
Oie, Mari!
ResponderExcluirEu gostei muito de A Seleção mas já havia desistido de ler A Herdeira porque todos realmente falaram horrores da Eadlyn. Sua resenha me fez a ver com outros olhos: sei que você ainda não leu a trilogia anterior, mas nela America era uma adolescente com um forte senso de responsabilidade, criada de uma forma totalmente oposta à da Eadlyn e por isso, amadureceu mais cedo (e mesmo assim ela cometia umas bobagens). Enfim, sua resenha me fez decidir dar uma chance ao novo livro da Kiera. Parabéns pela análise!
Com carinho,
Celly.
http://melivrandoblog.blogspot.com/
Oi,
ResponderExcluirEu tenho a mesma opinião que você, quando se refere a ler um livro meio que fora da ordem, esse eu imaginava que seria um continuação, não imaginava que seria uma história depois de 20 anos.
Já li muitas resenhas muitas positivas e outras tantas negativas, mas confesso que mesmo assim pretendo ler, ainda mais depois de sua resenha tão sincera.
Dica anotada.
Beijos
Mari - Stories And Advice
Eu preciso falar da protagonista mais irritante dos últimos tempos. Eu detestei essa protagonista com todas as minhas forças, mesmo desconsiderando a minha frustração com a saga anterior eu fiquei ansiosa para ler este livro e ver as mudanças. A Kiera é um doce de pessoa e estou sempre disposta pra leitura, mas acontece que essa foi muito, muito, MUITO frustrante pra mim.
ResponderExcluirAngel Sakura
www.euinsisto.com.br