Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "O Grande Gatsby", um clássico da literatura norte-americana, escrito pelo estadunidense F. Scott Fitzgerald, publicado originalmente em 1925, lido na edição de 2013 da Editora Landmark.
"Quando eu era mais jovem e vulnerável, meu pai me deu alguns conselhos nos quais sempre reflito, desde aquela época.
'Sempre que sentir vontade de criticar alguém, pense que nem todas as pessoas deste mundo tiveram as vantagens que você teve', foi o que ele me disse.
Ele não falou mais nada, mas, de um modo reservado, sempre fomos invulgarmente comunicativos e compreendi que havia um significado muito mais profundo em suas palavras. Como consequência, tendo a ser reservado em todos os meus julgamentos, um hábito que me desvendou várias naturezas curiosas e me tornou vítima de não poucos importunos inveterados." (página 9)
Assim nosso narrador, Nick Carraway, começa a contar a história, ambientada na década de vinte do século passado. Ele foi passar o verão em uma casa alugada, e como vizinho tinha o extravagante Jay Gatsby, um homem que dava festas grandiosas. Nick foi convidado para uma dessas festas, e notou que muitos dos presentes, além de nem terem convites, não faziam ideia de quem era o dono da festa e só estavam lá para se divertir.
"Creio que na primeira noite que fui à casa de Gatsby, eu era um dos poucos convivas que realmente haviam sido convidados. As pessoas não eram convidadas – simplesmente apareciam. Embarcavam em automóveis que as transportavam de Long Island e terminavam na porta de Gatsby. Uma vez ali¸ eram apresentadas por alguém que o conhecia, e depois disso se comportavam de acordo com regras de conduta próprias de um parque de diversões. Certas vezes, surgiam e partiam sem se encontrar com Gatsby, chegavam para a festa com uma pureza de coração que, por si só, se tornava seu bilhete de admissão." (página 33)
"Creio que na primeira noite que fui à casa de Gatsby, eu era um dos poucos convivas que realmente haviam sido convidados. As pessoas não eram convidadas – simplesmente apareciam. Embarcavam em automóveis que as transportavam de Long Island e terminavam na porta de Gatsby. Uma vez ali¸ eram apresentadas por alguém que o conhecia, e depois disso se comportavam de acordo com regras de conduta próprias de um parque de diversões. Certas vezes, surgiam e partiam sem se encontrar com Gatsby, chegavam para a festa com uma pureza de coração que, por si só, se tornava seu bilhete de admissão." (página 33)
Pelo seu comportamento extravagante e esbanjando dinheiro como um milionário, diversos boatos surgiam sobre Gatsby, mas aos poucos, Nick descobriria a verdade. Descobriria também que Gatsby desejava, mais que tudo, se aproximar de Daisy, prima de Nick, e que tudo o que ele fazia para chamar a atenção era numa tentativa de reencontrar Daisy.
"'Que estranha coincidência', comentei.
'Mas não foi coincidência alguma.'
'Por que não?'
'Gatsby só comprou essa casa por que Daisy estaria do outro lado da baía." (página 55)
"Catherine chegou mais perto e cochichou no meu ouvido: 'Eles não suportam a pessoa com quem se casaram.'" (página 28)
"'Que estranha coincidência', comentei.
'Mas não foi coincidência alguma.'
'Por que não?'
'Gatsby só comprou essa casa por que Daisy estaria do outro lado da baía." (página 55)
"Catherine chegou mais perto e cochichou no meu ouvido: 'Eles não suportam a pessoa com quem se casaram.'" (página 28)
A bela prima de Nick era casada com Tom Buchanan, um casamento que não andava muito bem, pelas constantes traições de Tom. Teriam Gatsby e Daisy uma segunda chance? O passado de Gatsby poderia esconder algum escândalo?
"Pois Daisy era jovem e seu mundo artificial tinha o aroma de orquídeas, do esnobismo alegre e das orquestras que determinavam o ritmo do ano e sintetizavam a tristeza e os aspectos do mundo em novas canções." (página 99)
"Pois Daisy era jovem e seu mundo artificial tinha o aroma de orquídeas, do esnobismo alegre e das orquestras que determinavam o ritmo do ano e sintetizavam a tristeza e os aspectos do mundo em novas canções." (página 99)
Quem acompanha o blog talvez se lembre que já comentei sobre "Incrível", um livro escrito pela Sara Benincasa, e que é uma releitura de "O Grande Gatsby", mas feita com adolescentes, com protagonismo feminino e ambientada nos dias atuais. E se lembre também que já vi a adaptação cinematográfica da obra de Fitzgerald (com Leonardo Dicaprio no elenco). Então, eu li o livro já tendo duas outras obras como base, sendo impossível para mim analisá-lo isoladamente.
O que posso dizer é que o filme complementa o livro, ainda que tenha algumas modificações, por exemplo: na obra escrita há destaque para mais personagens (incluindo alguns que nem são citados no filme) e o contexto da época através da narração de Nick; já na adaptação cinematográfica é o romance que domina. Talvez pela diferença de épocas da releitura e pela extrema beleza visual do filme, o livro não tenha tido todo o brilho que eu esperava encontrar, mas foi uma leitura que gostei bastante.
"Ele sorriu compreensivo – na verdade, foi muito mais do que isso. Foi um desses sorrisos raros, com uma qualidade de tranquilidade eterna, que você só encontra quatro ou cinco vezes em sua vida. Um sorriso que por um instante encarava o mundo todo – ou parecia encarar – e depois se concentrava em você com um irresistível preconceito a seu favor. Ele o compreendia na medida em que você desejava ser compreendido, acreditava em você como você mesmo gostaria de acreditar, e lhe assegurava que tinha de você exatamente a impressão que, na melhor das hipóteses, você gostaria de produzir. Precisamente nesse ponto, o sorriso se desvaneceu e encontrei-me diante de um jovem elegante e rude, de 30 e poucos anos, cuja elaborada formalidade ao falar era quase absurda. Pouco antes de se apresentar¸ eu tivera a impressão que ele escolhia as palavras com todo o cuidado." (página 37)
"Ele sorriu compreensivo – na verdade, foi muito mais do que isso. Foi um desses sorrisos raros, com uma qualidade de tranquilidade eterna, que você só encontra quatro ou cinco vezes em sua vida. Um sorriso que por um instante encarava o mundo todo – ou parecia encarar – e depois se concentrava em você com um irresistível preconceito a seu favor. Ele o compreendia na medida em que você desejava ser compreendido, acreditava em você como você mesmo gostaria de acreditar, e lhe assegurava que tinha de você exatamente a impressão que, na melhor das hipóteses, você gostaria de produzir. Precisamente nesse ponto, o sorriso se desvaneceu e encontrei-me diante de um jovem elegante e rude, de 30 e poucos anos, cuja elaborada formalidade ao falar era quase absurda. Pouco antes de se apresentar¸ eu tivera a impressão que ele escolhia as palavras com todo o cuidado." (página 37)
"O Grande Gatsby" é um livro pequeno, com pouco mais de cem páginas, e por isso pode ser lido rapidamente. Por ser uma obra traduzida, sinto que não posso fazer comentários definitivos sobre a escrita do autor, visto que já vi que em outras traduções a organização das palavras varia, ainda que o sentido seja o mesmo, mas essa edição não apresenta muitas palavras complicadas, como alguns temem em clássicos. Tenho vontade de ler uma outra edição com outra tradução para talvez captar melhor alguns significados, visto que o narrador nem sempre é direto e há muitos pensamentos e opiniões além de simples ações dos personagens.
"Visualmente, ele já passara por dois estágios e entrava em um terceiro. Depois do seu constrangimento e da alegria ilógica, estava consumido pelo milagre de sua presença. Alimentara essa ideia durante tanto tempo, sonhara com ela em todos os seus detalhes, esperara com os dentes cerrados, por assim dizer, em um inconcebível grau de intensidade. Agora, sua reação era desandar como um relógio ao qual haviam dado corda demais." (página 63)
"Visualmente, ele já passara por dois estágios e entrava em um terceiro. Depois do seu constrangimento e da alegria ilógica, estava consumido pelo milagre de sua presença. Alimentara essa ideia durante tanto tempo, sonhara com ela em todos os seus detalhes, esperara com os dentes cerrados, por assim dizer, em um inconcebível grau de intensidade. Agora, sua reação era desandar como um relógio ao qual haviam dado corda demais." (página 63)
Me chamou bastante a atenção a forma como tantas pessoas compareciam nas grandiosas festas de Gatsby, mas eram raras as que estavam lá por ele e para ele, para o conhecerem de verdade. Chega a ser espantoso a forma como só se interessavam por seu dinheiro e como diziam as coisas mais absurdas sobre o anfitrião. A forma como Gatsby correu atrás de seus desejos, como amou cegamente e depositou todas as suas esperanças nesse amor também é tocante, mas não se pode colar um vidro que se parte nem fazer com que o tempo volte exatamente de onde queremos. E Daisy? Seria uma sedutora ou uma irresponsável? Acredito que ela era uma mulher produto da sociedade de sua época e da criação que teve, e não são todas as mulheres que abririam mão de sua segurança e estabilidade financeira. E o desprezível Tom Buchanan, que não aceitava perder?!
"Algo o fazia beliscar a margem de ideias já caducas, como se sua imensa vaidade física não mais nutrisse seu coração resoluto." (página 20, considerações de Nick sobre Tom Buchanan)
"Algo o fazia beliscar a margem de ideias já caducas, como se sua imensa vaidade física não mais nutrisse seu coração resoluto." (página 20, considerações de Nick sobre Tom Buchanan)
A edição traz uma sobrecapa inspirada no pôster do filme, com uma capa idêntica, páginas amareladas, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho, e apresenta alguns erros de revisão.
Detalhes: 240 páginas, ISBN-13: 9788580700114, Skoob. Clique e compre na Amazon (disponível em físico, e-book e também no Kindle Unlimited):
Detalhes: 240 páginas, ISBN-13: 9788580700114, Skoob. Clique e compre na Amazon (disponível em físico, e-book e também no Kindle Unlimited):
Foi complicado para mim fazer essa resenha com a presença da releitura e do filme ainda tão vivos em minha memória, mas espero que vocês tenham gostado. Fica a minha recomendação para que vocês leiam "O Grande Gatsby", um livro que fala sobre amor, correspondido e não correspondido, fala sobre esperanças e sobre sociedades que só se importam com a aparência.
"Gatsby acreditava na luz verde, no orgástico futuro que, ano a ano, recua diante de nós. Esse futuro nos iludiu então, mas isso não importa - amanhã correremos mais depressa, abriremos mais amplamente os nossos braços... E em uma belíssima manhã...
E, assim prosseguiremos, barcos contra a corrente, incessantemente atraídos para o passado." (página 117)
Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já leram esse clássico ou outra obra do autor? Já viram o filme?
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Até o próximo post!
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"mas não se pode colar um vidro que se parte nem fazer com que o tempo volte exatamente de onde queremos." Esse trecho da sua resenha me deixou mais melancólica do que eu já estava.kkkkkkkkk... Mas é uma pura verdade. A vida seria muito mais simples se pudéssemos consertar erros passado tendo uma chance de voltar no tempo. Desfazer certas coisas... Enfim...
ResponderExcluirEu ando lendo e adquirindo mais clássicos, todavia não tinha ficado tão, tão interessada nesse livro. Todavia, depois da sua resenha senti uma maior curiosidade. Apesar da futilidade dos personagens, acho que é uma história importante, capaz de fazer refletir. Porém, se eu ler será numa outra edição. Porque não gosto dessa editora.
Bjs!
Olá maria, tudo bem?
ResponderExcluirEu já tive a oportunidade de ler esse livro, mas ainda não assisti ao filme para saber se ele completa mesmo a história do livro. No entanto, diferente de você, essa leitura não foi rápida pra mim. eu fiz com uma amiga e demorei bastante tempo para ler.
Sua resenha me animou para tentar reler esse livro e assistir ao filme.
Beijos
Já li algumas resenhas desse livro e, mesmo sendo um clássico, nunca tinha me chamado tanta a atenção. Tenho uma curiosidade mórbida por ele, mas nada muito "ávido". Em todo o caso, ele está na minha lista de TBR já faz um tempo, acho que é um bom momento de tirá-lo dessa lista e ler finalmente.
ResponderExcluirBjos
Lucy - Por essas páginas
Eu tenho outra edição e essa tambem, posso dizer com toda a certeza como a tradução compromete a leitura, de verdade, se tiver a oportunidade, leia a obra em outra edição, sua perspectiva vai melhorar ainda mais, esse é um clássico que amo demais e sempre sinto saudades de reler.
ResponderExcluirEu sou quase uma porta quando se trata de livros classicos... Quero muito mudar isso e começar a ler mais coisas assim, mas são sempre tão caros... Enfim, não conhecia esse livro, mas o enredo me chamou atenção, apesar de não fazer meu estilo. Amei a resenha!
ResponderExcluirBeijos <3
https://porvarioslugares.blogspot.com/
Li este livro em 2013 e na época gostei bastante, mas ainda não conferi o filme e já não lembro muita coisa do enredo, por isso sua resenha despertou em mim o desejo de ler o livro novamente.
ResponderExcluirBeijos
Olá
ResponderExcluirLendo alguns comentários estou me sentindo a verdadeira mulher das cavernas, por que eu não conhecia o livro e muito menos o filme. Para ser bem sincera não senti muita tração pela premissa do livro. Única coisa que realmente me chamou atenção foi a capa que tenho que confessar que está maravilhosa.
Vou deixar a dica passar.
beijos.
Olá,
ResponderExcluirnunca assisti ao filme e nem li nenhuma obra relacionada a esta história, mas como a maioria da população mundial já ouvi falar nem que seja um pouquinho a respeito. O fato é que esta leitura não chega a me chamar a atenção mas por se tratar de uma obra tão curtinha não ouso descartar a leitura caso a oportunidade surja. Gostei de ler suas impressões ainda mais em se tratando de um texto tão vasto.
Abraços!
Nosso Mundo Literário
Olá!
ResponderExcluirInfelizmente não consigo gostar desse livro, nem o filme conseguiu me agradar.
Mesmo que seja um dos grandes clássicos e sempre repleto de referências entre os leitores, tenho certeza que essa é uma trama que não tenho mesmo vontade de dar nova chance.
Mas gostei de conferir suas impressões.
Beijos!
Camila de Moraes
Olá Mari!!!
ResponderExcluirEu gosto de certa forma das obras da Landmark acho que porque os livros que tenho da mesma são muito bem traduzidos.
Eu ainda não havia ouvido falar desse livro e apesar de ser um clássico não faz muito meu estilo, mas é interessante notar a sociedade de uma época como essa e como o dinheiro é subvalorizado.
Adorei sua resenha e um conselho espera as histórias que você tem base dar uma esfriada e depois tenta ler de novo ;)
lereliterario.blogspot.com
Oii eu simplesmente admiro e fico encantada com as pessoas que leem classicos, eu queria muito ser assim, mas infelizmente eu nao consigo... nao sei explicar o pq. Ja assisti o filme e gostei bastante, achei a capa linda e digna, sua resnha está impecável, mas infelizmente, o livro não é pra mim
ResponderExcluirbeijos,
Mayara
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirEu ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, o filme já assisti e adorei, acredito que o livro seja melhor, normalmente é o que ocorre. Adorei a sua resenha, dica anotada!
Abraço!
Ola lindona faz muito tempo que não leio um clássico, e gostei muito de sua dica, por se tratar de um livro pequeno a leitura será rápida, e ainda há o bônus do filme. Dica mais que anotada. beijos
ResponderExcluirJoyce
Livros Encantos
Olá, tudo bom?
ResponderExcluirLi este livro ano passado e apesar de não ter entrado para minha lista de clássicos favoritos, foi uma leitura bem interessante! Adorei esse retrato que o autor fez dos novos ricos americanos no século XX e a forma como o amor é explorado em diversas formas, até mesmo em sua falta. Enfim! É uma leitura bem interessante que de fato é complementada pelo filme. Adorei a resenha ♥
Beijos!
Oi Maria,
ResponderExcluirTenho a sensação de que quanto mais eu leio, mais livros faltam ler. Digo isso porque ainda não li O Grande Gatsby, assim como muitos outros clássicos. Preciso corrigir esse erro. Só fui ler Orgulho e Preconceito neste ano e gostei muuuito, então, acho que devo gostar!
Uma amiga minha não é muito fá das traduções da editora Landmark.
Beijos,
André | Garotos Perdidos