Resenha: livro "O Duque e a Fugitiva", Sara Fidelis

 Olá pessoal, tudo bem? Na resenha de hoje, venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "O Duque e a Fugitiva", escrito pela Sara Fidelis e publicado em 2019. Ele é o 3° volume da série de romances de época Paixões Improváveis, e é protagonizado por um casal que já conhecemos nos livros anteriores.

 "Por que tamanha gentileza para com uma criada? O homem que a devolvera ao inferno não deveria ser gentil."

 No 1° livro da série, vimos Helen trabalhando na casa do marquês de Wheston (o protagonista do 1° livro). No 2°, Helen trabalhava para a senhorita Juliette Smith, cunhada do marquês de Wheston e protagonista do 2° livro. Também no 2° livro, conhecemos o Sebastian Cavendish, duque de Devonshire, e descobrimos que ele e a Helen já se conheciam. Mas de onde uma simples criada e um duque poderiam se conhecer? Por qual motivo Sebastian dizia que Helen era louca e por que ela fugia dele? As respostas nos serão dadas em "O Duque e a Fugitiva"!

 Descobriremos que o nome completo de Helen é Maryelen Lorena Somerset, que ela era filha do duque de Beaufort e cresceu sendo preparada para ser uma dama perfeita e, como outras ladys da época, fazer um casamento vantajoso para a família.

 Porém, tudo mudou cinco anos atrás, quando Maryelen conheceu Sebastian. Nasceu entre eles um amor puro, permeado por poemas e encontros secretos. Na época, ele era apenas o 2° filho do duque de Devonshire, e a falta de um título não ajudaria em nada a convencer o pai de Maryelen a aceitá-lo como pretendente da filha e desistir de casá-la com outro nobre que tinha idade para ser avô dela.

 Mas o pior de tudo será a crueldade a que Maryelen será submetida pela família, enquanto Sebastian nem desconfia que sua amada sofra violências terríveis por parte do pai e da madrasta. Juntamente com mal-entendidos, as coisas que Mayelen enfrenta em casa acabarão levando-a a fugir, adotando um novo nome, passando a trabalhar como uma criada e acreditando que Sebastian não era merecedor de sua confiança. Até que seu caminho se cruze novamente com o de Sebastian que, por anos, sofreu por não saber se o amor de sua vida estava viva ou morta.

 "O porão.

 Ainda não podia crer que seu pai realmente a atirara ali. Ela a trancafiara como uma prisioneira, deixando-a dormir no chão gélido."

 "A criada se aproximou com a água nas mãos e entregou à moça sentada no chão, acorrentada. A mesma lady que, dias antes, desfilara diante de todos como uma princesa." (ninguém imagina o que a Helen passava dentro de casa)

 "Ele sabia que todos o encaravam acreditando que enlouquecera, afinal, falava com um fantasma. E se fosse uma espécie de milagre e o que via fosse mesmo real? E se finalmente Deus houvesse se lembrado dele, que nunca havia sido um homem ruim, e decidira-se por cessar seu tormento pessoal?" (Sebastian ao reencontrar Helen)

 O mais legal desse livro é poder finalmente ter as respostas sobre o passado dos protagonistas. Descobrir a verdadeira identidade da Helen, o que causou a cicatriz que ela tem no rosto, ver como nasceu o seu amor por Sebastian e saber o que aconteceu com o irmão mais velho e o pai dele para que se tornasse o duque de Devonshire. E as revelações são muito surpreendentes! Tentei falar o mínimo possível aqui na resenha, pois não quero estragar as surpresas para vocês.

 Mas as revelações também são pesadas e dolorosas. Esse é o livro que mais tem cenas fortes entre os 3 da série. Helen passou por coisas horríveis nas mãos daqueles que deveriam amá-la, mas sabemos que, infelizmente, antigamente e ainda nos dias de hoje, muitos filhos são vítimas das maldades de pais e/ou responsáveis legais. Então, já fica o aviso para que preparem-se para cenas mais difíceis.

 O segundo livro da série continua sendo meu favorito, mas eu gostei muito de "O Duque e a Fugitiva", a escrita da autora continua maravilhosa e é uma história onde sempre está acontecendo alguma coisa, a trama não fica monótona em nenhum momento.

 Acredito que seja possível ler esse livro sem ter lido os anteriores, mas se você ler em ordem vai ser muito melhor, pois poderá conhecer mais dos personagens e já ir formulando suas teorias sobre o passado da Helen e do Sebastian.

 Falando em personagens, a trama conta com a participação dos personagens dos livros anteriores que acabaram tornando-se amigos da Helen, temos aparições das super divertidas Caroline e Cecília (da família do marquês de Wheston do 1° livro, também vemos pelas colunas de fofoca como o Wheston ganhou a fama de ogro). Dos novos personagens, temos a detestável família da Helen (pai, madrasta e filha da madrasta), mas temos também a Elaine que vai ajudar muito a Helen, a família do Sebastian que é adorável, especialmente o Charles. Quanto aos principais, Helen manteve seus sonhos românticos mas fez o que foi preciso para sobreviver; e o Sebastian me surpreendeu muito, continuou apaixonado por poesia enquanto fazia o possível para ajudar pessoas desejando que alguém também tivesse ajudado Helen quando ela precisou.

 "Sebastian Cavendish retornava a Londres outra pessoa; não era mais aquele menino tolo que permitira que a felicidade escorresse por entre seus dedos, pensando em recato, normas e regras de etiqueta."

 "Helen correu os olhos pelas notícias outra vez.

 — Oh! Lorde Wheston expulsou mais uma governanta!

 A senhora Sulivan gargalhou.

 — Ah, Helen, eu adoro aquele homem! Tão mal-humorado e bonito. — Um suspiro escapou pelos lábios da velha senhora. — Queria eu governar a vida dele.

 — Senhora Sulivan! — Helen admoestou, mesmo que não fosse sua função.

 — Menina, quantos anos tem? Precisa aprender algumas coisas. A vida não é essa coisa chata que os nobres ensinam às filhas. Precisa conhecer as coisas boas que ela oferece… Achar um bom rapaz e se casar, alguém que te mostre o que acontece entre um marido e sua mulher.

 Helen se calou."

 "— A morte é ruim quando inesperada, Helen. Ou quando se teve uma vida ruim e ainda se pretende fazer algo de bom que legitime sua existência vã. Não é o caso, pois tive uma vida estupenda ao lado do homem que amei, que escolhi. Ele me deu o mundo. Para mim, a morte é a esperança de me unir ao meu amado Sulivan." (a senhora Sulivan foi patroa da Helen antes de Wheston)

 Li o livro no formato de e-book pelo Kindle Unlimited e achei a edição muito boa, com uma capa bonita e que combina com os anteriores, diagramação com boa escolha de fontes e detalhes e boa revisão. A Constelação Editorial tem publicado os livros da Sara em formato físico, então logo devemos ter a edição impressa de "O Duque e a Fugitiva".

 Fica a minha recomendação para que leiam "O Duque e a Fugitiva" e os livros anteriores da série. É um romance de época com todas as belezas que esperamos do gênero: amor, bailes, cenas divertidas, mas também cheio de mistérios e com algumas partes mais fortes (para quem não curte muito hot, tem poucas cenas do tipo).

 Detalhes: 430 páginas, ISBN: B07ZYCB3R3, Skoob, leia alguns capítulos no Wattpad. Acompanhe a autora pelas redes sociais: Instagram, Facebook. Clique para ler as resenhas dos livros anteriores: "O Ogro e a Louca", "O Highlander e a Devassa".

 Curiosidades: antes, a autora assinava seus livros como S.G. Fidelis; além de romances de época, ela também escreve romances contemporâneos; "Paixões Improváveis era para ser apenas uma trilogia, mas vai ter alguns spin-offs (espero de todo o coração que o próximo livro, sobre o Ian - irmão do protagonista do 2° livro - seja bem levinho e divertido para compensar os sofrimentos de "O Duque e a Fugitiva").

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 Por hoje é só, espero que tenham gostado do post. Me contem: já conheciam o livro ou autora? Gostam de histórias cheias de mistérios? 

Até o próximo post!

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