Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Arco de virar réu", escrito pelo Antonio Cestaro e publicado pelo selo Tordesilhas da Editora Alaúde em 2016.
Eu recebi um e-mail da Editora Alaúde apresentando a obra e perguntando se eu gostaria de lê-la e resenhá-la. Aceitei, pois queria ler algo da editora e a capa, que sugeria a presença de elementos indígenas na trama, me chamou a atenção (li recentemente um outro livro com temática indígena, "Na esquina do mundo", e queria mais leituras com o tema). Para mim, "Arco de virar réu" é um livro bem difícil de resenhar, pois é daquele tipo de obra onde a interpretação do leitor faz toda a diferença, mas tentarei fazer o meu melhor.
"Tudo parecia se encaixar aos poucos na normalidade, à exceção do Pedro, que gradativamente se tornava mais reservado, arredio, cada vez menos disposto às atividades que incluíssem pessoas e espaços livres." (página 20)
A história é narrada em primeira pessoa, pelo protagonista a quem chamarei de Bristol. Ele tem um irmão mais novo chamado Pedro, que tem problemas mentais e fala constantemente sobre operações militares, soldados e guerras. Bristol tenta encontrar nas falas de Pedro alguma coisa que tenha conexão com a realidade, e talvez seja isso que lhe custe um alto preço, o preço da sua sanidade. O protagonista, que trabalha com pesquisas sobre a cultura indígena, passa a ter pesadelos constantes, que vão evoluindo cada vez mais até o desfecho.
"O Pedro não se dava conta de que, ao assumir aquele comportamento, estava se desarmando para a batalha de uma guerra que poderia durar por toda uma vida." (página 20)
Na maioria das vezes, eu não gosto de livros que não sejam totalmente claros ou que sejam narrados por um personagem insano, mas mesmo com uma linguagem um pouco mais elaborada (Antonio Cestaro conseguiu evitar ultrapassar uma tênue linha que poderia ter tornado seu texto enfadonho, algo que nem todo autor consegue) e não revelando os acontecimentos em sua totalidade, eu gostei de "Arco de virar réu". Consegui sentir empatia pelo protagonista, fui tocada pelo que lhe acontecia e pelo que ele sentia, gostei da forma como a história foi dividida em quatro partes, permitindo ao leitor acompanhar a degradação mental do personagem.
"Histórias distintas em mundos diversos, conflagrações que usam de forma oportunista os meus temores e os sobrepõe aos desvarios do Pedro. Que me fazem pagar por mim e por ele um preço para além da minha resistência." (página 67)
Na contracapa, há uma informação que eu não consegui identificar na leitura, mas que talvez em uma releitura me fique mais clara e me faça compreender melhor a relação do narrador com um determinado personagem, assim fica a sugestão para que se leia a contracapa antes de começar a leitura da obra.
Sobre a parte visual: quando tive o livro em mãos, fiquei pensando que a capa estava suja, e acho que se tivesse visto ele em uma livraria, acharia o mesmo e acabaria não o comprando. Foi uma escolha ousada da editora, mas que certamente já chamaria a atenção para a obra. Eu gostei da escolha das fontes e das cores, desse tom forte laranja que também está no interior da capa. As páginas são amareladas, as margens, a letra e o espaçamento são grandes, e a obra está muito bem revisada.
Enfim, "Arco de virar réu" é uma indicação para quem gosta de histórias que falem sobre (in)sanidade e para quem procura uma leitura (que pode ser) rápida. Agradeço a editora Alaúde por ter disponibilizado o livro para resenha. Por hoje é só, espero que tenham gostado. Me contem: já conheciam a obra? O que acharam da capa?
"O Pedro não se dava conta de que, ao assumir aquele comportamento, estava se desarmando para a batalha de uma guerra que poderia durar por toda uma vida." (página 20)
Na maioria das vezes, eu não gosto de livros que não sejam totalmente claros ou que sejam narrados por um personagem insano, mas mesmo com uma linguagem um pouco mais elaborada (Antonio Cestaro conseguiu evitar ultrapassar uma tênue linha que poderia ter tornado seu texto enfadonho, algo que nem todo autor consegue) e não revelando os acontecimentos em sua totalidade, eu gostei de "Arco de virar réu". Consegui sentir empatia pelo protagonista, fui tocada pelo que lhe acontecia e pelo que ele sentia, gostei da forma como a história foi dividida em quatro partes, permitindo ao leitor acompanhar a degradação mental do personagem.
"Histórias distintas em mundos diversos, conflagrações que usam de forma oportunista os meus temores e os sobrepõe aos desvarios do Pedro. Que me fazem pagar por mim e por ele um preço para além da minha resistência." (página 67)
Na contracapa, há uma informação que eu não consegui identificar na leitura, mas que talvez em uma releitura me fique mais clara e me faça compreender melhor a relação do narrador com um determinado personagem, assim fica a sugestão para que se leia a contracapa antes de começar a leitura da obra.
Sobre a parte visual: quando tive o livro em mãos, fiquei pensando que a capa estava suja, e acho que se tivesse visto ele em uma livraria, acharia o mesmo e acabaria não o comprando. Foi uma escolha ousada da editora, mas que certamente já chamaria a atenção para a obra. Eu gostei da escolha das fontes e das cores, desse tom forte laranja que também está no interior da capa. As páginas são amareladas, as margens, a letra e o espaçamento são grandes, e a obra está muito bem revisada.
Enfim, "Arco de virar réu" é uma indicação para quem gosta de histórias que falem sobre (in)sanidade e para quem procura uma leitura (que pode ser) rápida. Agradeço a editora Alaúde por ter disponibilizado o livro para resenha. Por hoje é só, espero que tenham gostado. Me contem: já conheciam a obra? O que acharam da capa?
"Sei que pertenço ao outro mundo, aquele onde um travesseiro apoia a minha cabeça, mas não estou totalmente seguro. Sou um pacote de incertezas transitando entre o subconsciente e uma realidade que, para ser razoável, não tenho clareza se é tão real." (página 70)
Detalhes: 152 páginas, ISBN-13: 9788584190355, Skoob, curta a Tordesilhas no Facebook, confira uma entrevista com o autor no Youtube ou no Facebook. Onde comprar online: Saraiva, loja da editora.
Detalhes: 152 páginas, ISBN-13: 9788584190355, Skoob, curta a Tordesilhas no Facebook, confira uma entrevista com o autor no Youtube ou no Facebook. Onde comprar online: Saraiva, loja da editora.
Até o próximo post!
Oi, tudo bem? Gostei da sua resenha, mas não sei se é o livro certo pra mim no momento, pois ando naquela época que estamos chatas pra leitura sabe? Mas achei o livro interessante e vou deixar ele anotado no Skoob pra não esquecer dele futuramente.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, mas realmente histórias indígenas tem voltado com tudo na lista de leitura das pessoas. Achei esse livro um pouco complicado e no momento não leria, mas com certeza vou anotar para outra ocasião. Ah e excelente resenha a sua.
Abraços
Oii!
ResponderExcluirO livro não chama muito atenção de primeira, mas a história parece ser muito interessante! Principalmente por ter a ver com cultura indiana!
Vitória, www.vicio-de-leitura.com
Oi Mari.
ResponderExcluirGostei da sua resenha.
Mas definitivamente esse não é o tipo de leitura para mim. Não me atraiu muito.
Beijos
http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/
Não é bem o meu tipo de leitura, mas eu não conheço o autor e acho que é sempre bom dar uma chance antes de julgar não é?
ResponderExcluirhttp://laoliphant.com.br/
Oi. Eu amo os títulos da editora, raro um que eu leia e não goste.
ResponderExcluirEssa capa está linda, né? Esses livros difíceis de resenhar, para mim, geralmente são os melhores, pois meche com a gente :D
Esse é o tipo de livro que curto, espero que logo tenha a oportunidade de lê-lo.
Oie
ResponderExcluirmuito legal sua resenha e não conhecia o livro ainda, espero poder ler em breve pois curti bastante o enredo, é bem diferente do que estou acostumada
Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Sua resenha está ótima e vale mesmo conhecer novas histórias, mas não é o tipo de livro que pegaria para ler.
ResponderExcluirOlá, parabéns pela resenha, já tinha visto esse livro em uma livraria, mas confesso que não sabia sobre o que se tratava.
ResponderExcluirAbraços
Olá!
ResponderExcluirInteressante este livro, parece ser bem tocante. Não o conhecia, mas nada como uma boa resenha pra nos apresentar a boas obras né?
em uma outra oportunidade, quem sabe eu leia este livro. ^^
abs
Ni
Cia do Leitor
Oii
ResponderExcluirO livro até que parece ser interessante, mas não chamou a minha atenção.A capa é bem diferente!
Bjus
Olá! Que bacana essa temática, acho que nunca li nada de tema indígena e fiquei interessada, ainda mais por ter um personagem com problemas mentais na trama. Esse tipo de história me fascina, mesmo sendo uma leitura complexa. Amei a capa, mas concordo com você que parece mesmo estar suja, à primeira vista.
ResponderExcluirBeijos!
Karla Samira
http://pacoteliterario.blogspot.com.br/
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas o achei realmente desafiador. Acredito que deve exigir muito do leitor para interpretar a real intenção (ou não) do autor e por isso possa ser uma leitura bastante difícil de ser concluída. Acredito que eu gostaria de me aventurar com esta obra.
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirNunca li nenhuma obra com essa temática. Achei tudo muito interessante e de certa forma até ousado. Se eu leria? com certeza!
Uau, um livro que parece bem profundo, que nos permite acompanhar pelo que o personagem passa e tal. Leria, com certeza! ^^ Curti³ a resenha! :D
ResponderExcluirBeijos