Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro "A Montanha", escrito pela Lori Lansens e lançado no Brasil pela Editora Bertrand em 2017.
"Querido Daniel,
Uma pessoa precisa ter vivido um tanto para apreciar uma história de sobrevivência. É o que eu sempre disse. Prometi a mim mesmo que, assim que tivesse idade suficiente, eu lhe contaria a minha. Não é uma história para crianças, mas você já não é mais uma. Já é mais velho do que eu era quando me perdi na floresta da montanha.
Cinco dias no frio congelante sem comida, água ou abrigo. Essa parte você já sabe, além de que estive lá com três desconhecidas e que nem todas sobreviveram. O que aconteceu ali mudou a minha vida, Danny. Ouvir essa história mudará a sua." (página 07)
Assim começa o livro, com Wilfred Truly finalmente contanto para seu filho Daniel, que está prestes a entrar na faculdade, uma história que Danny sempre quis saber: a história da montanha.
"Para entender o que aconteceu na montanha, você precisa saber do que veio antes." (página 07)
Wilfred, ou Wolf, como gostava de ser chamado, perdeu a mãe de forma trágica aos quatro anos de idade. Quando Wolf tinha 13 anos, seu pai, Frankie, disse que eles se mudariam do frio Michigan para a ensolarada Califórnia, para uma cidade (fictícia) chamada Santa Sophia, perto de Palm Spring, onde morava a tia Kriket.
"Eu passava muito tempo na Biblioteca Pública de Mercury quando era pequeno. Frankie me mandava pegar livros ali como se o lugar fosse uma espécie de babá grátis." (página 14)
Porém, quando chegaram lá, Wolf descobriu que iria morar na Vila de Lata, praticamente uma favela de trailers, numa casa já superlotada. E Frankie, que nunca havia sido muito próximo do filho, acabaria levando uma vida ainda mais desregrada. Mas nem tudo foi ruim, pois em Santa Sophia, Wolf conheceu Byrd, um garoto um ano mais velho que ele. Os dois faziam aniversário no mesmo dia. Rapidamente se tornaram melhores amigos.
Uma das coisas que Wolf e Byrd mais gostavam de fazer era ir à Montanha. Depois de subir de teleférico, os dois exploravam o quanto podiam a região, achando lugares secretos e que não estavam nas trilhas oficiais (por terem que ser protegidos ou por serem perigosos). Era fantástico sair do calor desidratante de Santa Sophia e, em pouco tempo, encontrar a neve no topo da montanha.
Mas Byrd sofreu um acidente, Frankie foi preso, junte a isso uma desilusão amorosa, e foi demais para Wolf. Sem mãe, sem pai, sem amigos, sem amor. No seu aniversário de dezoito anos, Wolf decidiu acabar com a própria vida. Ele subiria a Montanha, iria até um local perigoso e pularia do penhasco.
Ele estava quase lá, quando encontrou três mulheres: uma viúva de cerca de sessenta anos chamada Nola, uma mulher na faixa dos quarenta anos cujo nome era Bridget, e Vonn, uma garota mais ou menos da idade de Wolf, meio rebelde. Sem conseguir se esconder delas, ele teve que adiar seu plano por algum tempo, porém, por causa da neblina, eles acabaram não encontrando o caminho de volta e se perderam na Montanha. Aí começa uma jornada pela sobrevivência, de onde nenhum dos quatro sairá da mesma forma. Se é Wolf quem escreve para o filho, sabemos que ele sai vivo dessa, mas nas primeiras linhas ele já avisa que alguém não conseguiu sobreviver. Quem foi? Para descobrir isso e todas as questões que esses personagens tão cativantes guardam, é preciso ler essa história, e eu amaria que vocês fizessem isso!
Eu estava bem em dúvida sobre qual livro solicitar da parceria com o Grupo Editorial Record. Como já tinha solicitado dois livros escritos por homens, decidi solicitar esse por ser de autoria feminina, e também pelo fato de a sinopse me parecer interessante, já que me identifico com personagens deprimidos. E foi a melhor escolha que eu poderia ter feito!
A escrita da autora já me cativou desde as primeiras linhas, eu conseguia ver o que ela contava, eu conseguia sentir a história, eu estava presa ao livro na ânsia de descobrir tudo sobre aqueles personagens.
O que dizer de Wolf? Se eu tivesse passado por tudo o que ele passou, com a mãe, com o pai, com o amigo... Até que ponto eu aguentaria? O que eu disse na resenha é só um pouquinho do que ele passa, vocês não imaginam como essas tragédias na vida dele realmente aconteceram! Mas aí ele se vê perdido, com outras três mulheres, e ele não quer mais morrer, pela mãe, pelo amigo, por aquelas mulheres. Ele precisa tentar salvá-los, mesmo que pareça impossível. Cinco dias sem água, sem comida, com frio, com os perigos que os cercam. Imagine que você tem um ferimento e não tem medicamentos nem como fazer um curativo, e há urubus lhe rondando, só esperando que você sucumba ao frio e à fome, seria terrível, não?!
A capa traz uma imagem de ampulheta condizente com o cenário da história, com a parte de baixo sendo a areia de Santa Sophia e a parte de cima representando a Montanha, mas achei a capa da edição canadense (aí ao lado) muito mais bonita, com o cantil amarelo que faz parte da trama. A diagramação é simples, com letras, margens e espaçamento de bom tamanho, e encontrei poucos erros de revisão.
Eu amei "A Montanha", amei cada segundo em que estive com o livro nas mãos, e pretendo relê-lo assim que puder. É uma daquelas história que vai crescendo a cada página. Para vocês terem uma ideia, a história termina na página 315, e até na 312 há uma revelação bombástica. Algumas vezes me peguei pensando se aquilo era realmente possível, mas aí a genialidade da autora brilhou novamente, pois está tudo conectado, da primeira à última linha. Leiam "A Montanha", no livro vocês encontrarão um pouco de tudo: amor, horror, humor, natureza, amizade, família, e talvez encontrem até o que não estavam procurando, como Wolf encontrou, como eu encontrei. Obrigada, Lori Lansens, seus cinco anos de dedicação à escrita dessa obra valeu a pena! Quero escrever como você quando crescer!
Detalhes: 322 páginas, Skoob. Compre online: Amazon, Saraiva. Curiosidade: uma das músicas citadas na obra é "Against the Wind" do Bob Seger (que poderia ser a música do Frankie), fica o convite para que ouçam-na clicando aqui.
Por hoje é só, espero que tenham gostado da indicação de leitura. Me contem: já conheciam a autora ou o livro? Arriscam um palpite sobre como e com quem Wolf escapará da montanha? Ah, hoje não teve vídeo no canal, mas logo ele será atualizado, já se inscreveu, né?! Aguentem firme, pois "haverá oscilações" (página 09).
Me acompanhe nas redes sociais:
"Querido Daniel,
Uma pessoa precisa ter vivido um tanto para apreciar uma história de sobrevivência. É o que eu sempre disse. Prometi a mim mesmo que, assim que tivesse idade suficiente, eu lhe contaria a minha. Não é uma história para crianças, mas você já não é mais uma. Já é mais velho do que eu era quando me perdi na floresta da montanha.
Cinco dias no frio congelante sem comida, água ou abrigo. Essa parte você já sabe, além de que estive lá com três desconhecidas e que nem todas sobreviveram. O que aconteceu ali mudou a minha vida, Danny. Ouvir essa história mudará a sua." (página 07)
Assim começa o livro, com Wilfred Truly finalmente contanto para seu filho Daniel, que está prestes a entrar na faculdade, uma história que Danny sempre quis saber: a história da montanha.
"Para entender o que aconteceu na montanha, você precisa saber do que veio antes." (página 07)
Wilfred, ou Wolf, como gostava de ser chamado, perdeu a mãe de forma trágica aos quatro anos de idade. Quando Wolf tinha 13 anos, seu pai, Frankie, disse que eles se mudariam do frio Michigan para a ensolarada Califórnia, para uma cidade (fictícia) chamada Santa Sophia, perto de Palm Spring, onde morava a tia Kriket.
"Eu passava muito tempo na Biblioteca Pública de Mercury quando era pequeno. Frankie me mandava pegar livros ali como se o lugar fosse uma espécie de babá grátis." (página 14)
Porém, quando chegaram lá, Wolf descobriu que iria morar na Vila de Lata, praticamente uma favela de trailers, numa casa já superlotada. E Frankie, que nunca havia sido muito próximo do filho, acabaria levando uma vida ainda mais desregrada. Mas nem tudo foi ruim, pois em Santa Sophia, Wolf conheceu Byrd, um garoto um ano mais velho que ele. Os dois faziam aniversário no mesmo dia. Rapidamente se tornaram melhores amigos.
Uma das coisas que Wolf e Byrd mais gostavam de fazer era ir à Montanha. Depois de subir de teleférico, os dois exploravam o quanto podiam a região, achando lugares secretos e que não estavam nas trilhas oficiais (por terem que ser protegidos ou por serem perigosos). Era fantástico sair do calor desidratante de Santa Sophia e, em pouco tempo, encontrar a neve no topo da montanha.
Mas Byrd sofreu um acidente, Frankie foi preso, junte a isso uma desilusão amorosa, e foi demais para Wolf. Sem mãe, sem pai, sem amigos, sem amor. No seu aniversário de dezoito anos, Wolf decidiu acabar com a própria vida. Ele subiria a Montanha, iria até um local perigoso e pularia do penhasco.
Ele estava quase lá, quando encontrou três mulheres: uma viúva de cerca de sessenta anos chamada Nola, uma mulher na faixa dos quarenta anos cujo nome era Bridget, e Vonn, uma garota mais ou menos da idade de Wolf, meio rebelde. Sem conseguir se esconder delas, ele teve que adiar seu plano por algum tempo, porém, por causa da neblina, eles acabaram não encontrando o caminho de volta e se perderam na Montanha. Aí começa uma jornada pela sobrevivência, de onde nenhum dos quatro sairá da mesma forma. Se é Wolf quem escreve para o filho, sabemos que ele sai vivo dessa, mas nas primeiras linhas ele já avisa que alguém não conseguiu sobreviver. Quem foi? Para descobrir isso e todas as questões que esses personagens tão cativantes guardam, é preciso ler essa história, e eu amaria que vocês fizessem isso!
Eu estava bem em dúvida sobre qual livro solicitar da parceria com o Grupo Editorial Record. Como já tinha solicitado dois livros escritos por homens, decidi solicitar esse por ser de autoria feminina, e também pelo fato de a sinopse me parecer interessante, já que me identifico com personagens deprimidos. E foi a melhor escolha que eu poderia ter feito!
A escrita da autora já me cativou desde as primeiras linhas, eu conseguia ver o que ela contava, eu conseguia sentir a história, eu estava presa ao livro na ânsia de descobrir tudo sobre aqueles personagens.
O que dizer de Wolf? Se eu tivesse passado por tudo o que ele passou, com a mãe, com o pai, com o amigo... Até que ponto eu aguentaria? O que eu disse na resenha é só um pouquinho do que ele passa, vocês não imaginam como essas tragédias na vida dele realmente aconteceram! Mas aí ele se vê perdido, com outras três mulheres, e ele não quer mais morrer, pela mãe, pelo amigo, por aquelas mulheres. Ele precisa tentar salvá-los, mesmo que pareça impossível. Cinco dias sem água, sem comida, com frio, com os perigos que os cercam. Imagine que você tem um ferimento e não tem medicamentos nem como fazer um curativo, e há urubus lhe rondando, só esperando que você sucumba ao frio e à fome, seria terrível, não?!
Eu amei "A Montanha", amei cada segundo em que estive com o livro nas mãos, e pretendo relê-lo assim que puder. É uma daquelas história que vai crescendo a cada página. Para vocês terem uma ideia, a história termina na página 315, e até na 312 há uma revelação bombástica. Algumas vezes me peguei pensando se aquilo era realmente possível, mas aí a genialidade da autora brilhou novamente, pois está tudo conectado, da primeira à última linha. Leiam "A Montanha", no livro vocês encontrarão um pouco de tudo: amor, horror, humor, natureza, amizade, família, e talvez encontrem até o que não estavam procurando, como Wolf encontrou, como eu encontrei. Obrigada, Lori Lansens, seus cinco anos de dedicação à escrita dessa obra valeu a pena! Quero escrever como você quando crescer!
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Participe do TOP COMENTARISTA de Julho, clique aqui para saber como participar e concorrer aos livros "O Casal que mora ao lado" e "Paris para um e outros contos".
Até o próximo post!
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Olá !
ResponderExcluirNão conhecia a autora mas adorei a indicação. .
Que livro maravilhoso e intrigante ..
Estou muito curiosa para saber quem não conseguiu voltar da Montanha !!!!
Adorei !
Já está na lista de desejados !
Oi Mari :)
ResponderExcluirAdorei a indicação. Não tinha visto essa livro ainda e gostei da premissa. Senti tristeza pelo Wolf. A vida dele realmente não foi fácil. Fiquei curiosa pra saber que não sobreviveu dos quatro que estavam na montanha.
Abc
Olá, não sei ao certo mas acho que o livro conta com várias metáforas, como o caso de Wolf fugir da montanha, algo que me chamou bastante atenção. Beijos.
ResponderExcluirQue livro incrível, ótima indicação. Gosto dessas histórias que posso descobrir o que ela pretende e o que eu nem esperava também.
ResponderExcluirhttp://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/?m=1
UAU! Wolf não tem uma vida nada fácil hein?
ResponderExcluirA questão da família, do amigo e ainda mais quando se perde com as mulheres.
Fiquei realmente intrigada com essa história e gostaria muito de saber o desfecho disso tudo.
Essa Montanha tem o que falar né? Fiquei curiosa!
Beijos
Caroline Garcia
Olá!
ResponderExcluirGostei muito da resenha. Ainda não conhecia o livro.
Gostei bastante e vou anotar a indicação, fiquei curiosa para saber mais sobre o desenrolar da história do Wolf que sofreu muito :/
Beijos
Mari!
ResponderExcluirTão bom quando escolhemos um livro e a leitura sai melhor do que imaginamos.
O que achei mais importante, foi a questão da sobrevivência, o quanto isso deve ter impactado na vida dos protagonistas que viveram a agonia do nevoeiro na montanha e sair de lá vivo.
“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.” (Augusto Cury)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
Olá tudo bem?
ResponderExcluirNão conhecia o livro mas sua resenha me deixou super afim de saber mais sobre ele mesmo não sendo meu gênero literário irei anotar a dica.
Beijos
Ah que maravilha de opinião Maria, fico muito feliz que tenha amado tãoo fortemente esse livro, só demonstra o quanto ele é bom e viciante, fiquei bem curiosa igual a personagem para saber a história da montanha, essa capa está linda!
ResponderExcluirBeijinhos
Não conhecia esse livro, mas adorei a indicação. Só por vc ter gostado tanto já dá vontade de comprar e ler hahaha é bem o meu estilo de livro, a capa da edição brasileira é bem linda.
ResponderExcluirAdorei a resenha, beijos <3
Páginas Empoeiradas
Já vi o livro em alguns blogs, e apesar da escrita envolvente, crível e instigante da autora, a premissa não me interessou, não consegui ficar curiosa com a proposta, talvez por não estar num momento para histórias com muitas tragédias.
ResponderExcluirBeijos
Eu não conhecia a autora nem o livro, mas a capa já me chamou atenção. Eu achei a sua resenha bem completa e fiquei curiosa com o livro, acredito que eu gostaria bastante da leitura.
ResponderExcluirOi! Adoro livros cheio de surpresas e reviravoltas, e a premissa me cativou bastante. Concordo que a capa original é mais bonita, mas a edição brasileira também tem seu charme :)
ResponderExcluirDica anotada!
Adorei a dica, parece um livro bem intenso por lidar com sentimentos, também me identifico com personagens mais tristes! <3 Espero conseguir ler algum dia!
ResponderExcluirOlá, tudo bem? Confesso que não conhecia a obra, mas gostei muito do enrendo. Sua resenha está ótima e já deu para perceber que é um livro repleto de reviravoltas. Adorei a dica!
ResponderExcluirBeijos,
www.paginasincriveis.blogspot.com.br/
Olá Maria ;)
ResponderExcluirConfesso que o que me chamou primeiro a atenção foi essa capa, achei ela linda demais e parece combinar com a história. Mas adorei sua resenha, ela que me deixou interessada em ler o livro!
Também sou dessas que sempre se identifica com personagens deprimidos, e o Wolf parece um personagem muito forte!
E que legal que você gostou da escrita da Lori Lansens, mais um motivo para eu me animar com a leitura ;)
Bjos
Uma resenha tão apaixonada assim faz com que a gente tenha vontade de lê-lo também.
ResponderExcluirAmei!
Bjs