Resenha: livro "A segunda morte de Suellen Rocha", Cláudia Lemes

  Olá, pessoal! Como estão? Na resenha de hoje, venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "A segunda morte de Suellen Rocha", escrito pela Cláudia Lemes e publicado pela Editora Avec em 2020.



 "Havia esperança para a herdeira, Dafne, e a menina disposta a ser a primeira médica negra da cidade, Cacau, e talvez até para a adolescente que nunca mais se sentiria limpa, Mariana.

 Mas não para Suellen."

 Jepiri era uma cidade pequena, próxima da rodovia Fernão Dias, onde as chuvas de verão faziam estragos todo ano. Nessa cidade, o corpo de uma mulher foi encontrado com sinais de violência. A vítima era Suellen Rocha, morta dentro de casa.

 "— Que horror. Prenderam o cara? O que ele disse?

 — Prenderam o cara? Em Jepiri? Você tem que parar de assistir CSI. Eles não têm a mínima ideia de quem fez isso. Pelo menos é o que diz o artigo no site. — Escrito pelo Reno. Ela fez a cara que precisava fazer e escolheu o tom certo de voz. Não podia errar. — Preciso ir pra lá, para o enterro."

 Ao saber do crime, Dafne Copler sentiu que precisava ir ao enterro, o que significava sair de São Paulo e retornar à cidade onde cresceu. Dafne e Suellen haviam sido melhores amigas na adolescência, juntamente com Mariana e Cacau. As quatro eram inseparáveis, até que, vinte anos atrás, algo aconteceu e fez com que as amigas se distanciassem.

 Na parede da casa, o assassino deixou uma mensagem que dizia: "Assassinas". Talvez, o assassinato de Suellen estivesse relacionado com o ocorrido em 1996, com o que levou as quatro amigas a se separarem. É o que descobriremos ao longo da leitura.

 Da Cláudia Lemes, eu já havia lido um conto, que me despertou a curiosidade para ler outras obras dela. Gostei muito da escrita da autora no livro, ela conseguiu me envolver na história, me prendendo da primeira à última página. Li "A segunda morte de Suellen Rocha" num momento onde nenhum outro livro realmente me prendia, e o enredo da Cláudia fez ressurgir o meu prazer de ler, aquela sensação de ser enfeitiçado pelas palavras. Foi um dos melhores livros que li esse ano.

 O ambiente foi muito bem construído, era como se as chuvas e a floresta fossem personagens também. Eu temia as chuvas, imaginando se elas poderiam trazer alguma tragédia, e era possível sentir o clima sombrio da floresta, que foi local de bons e maus momentos para as garotas.

 "Mariana não tinha medo das chuvas de janeiro, mas tinha medo do marido."

 O que mais gostei no livro, foi como a amizade das quatro personagens, lá em 1996, me parecia verdadeira e real, mesmo que as protagonistas da história viessem de famílias bem diferentes uma das outras. Me trouxe aquela nostalgia da minha própria adolescência.

 Sobre os personagens, o delegado Gustavo Caldas é detestável e tem crenças horríveis, mas sabemos que, infelizmente, há pessoas como ele, inclusive na polícia. Ainda na área policial, temos o investigador André Peralta, que foi uma incógnita para mim durante boa parte da leitura, alguém mais difícil de desvendar. E há o repórter Reno, antigo amor de Mariana, um personagem de quem gostei bastante. Era meio difícil de aceitar que a Mariana tivesse se submetido a um relacionamento abusivo depois do seu romance com o Reno e de como ela era na adolescência.

 "Odiava saber que nunca se considerara medrosa até casar com Gustavo, que ele mudou algo nela que ela sempre amara: sua coragem.

 E você passou tanto tempo esperando aquelas sirenes, aquela batida na porta... e nada aconteceu, Mariana. Então encontrou sua prisão nos braços daquele homem para se punir pelo que fez."

 Suspeitei bem no começo sobre quem era o assassino e minha suspeita realmente estava certa, mas tinha muito mais por trás da morte de Suellen, e mesmo que não houvessem essas coisas a mais, a história ainda seria uma trama investigativa das boas.

 Fica a minha recomendação para que leiam "A segunda morte de Suellen Rocha", um suspense nacional com uma narrativa cativante e personagens interessantes, uma das minhas melhores leituras do ano. Mas, fica o aviso de que há cenas de violência sexual, física e doméstica.

 Detalhes: 304 páginas, ISBN-13: 9786586099003, Skoob. Achei a capa do livro muito bonita, e a edição apresenta poucos erros de revisão. Clique para comprar na Amazon ou pegar no Kindle Unlimited:


 Mais algumas citações:

 "Só existem duas formas de vencer na vida se você é de uma cidade pequena: fugir dela ou comandá-la." (moro numa cidade pequena e discordo um pouco disso)

 "Suellen parecia estar testemunhando a morte de tudo o que ela poderia ser. Estava horrorizada com a própria vida."

 "Olhou para as duas amigas abraçadas e pensou que no final aquilo acabava sendo a história de todas as mulheres. Abraçadas, tingindo os tecidos umas das outras com sangue e lágrimas." (não deveria ser assim, deveríamos ter o direito de viver sem medo)

 "— Mas a igreja dela, lá o bicho pega de verdade. Toda essa merda Neopentecostal, Reno, isso é tudo uma empresa. Os caras que financiam, treinam e botam esses pastores para trabalhar, para convencer o povo de que é só investir dez por cento que eles têm direito de exigir de Deus uma vida boa, esses caras não brincam em serviço e nenhum deles acredita no que está vendendo. Tenho um cara que pode me passar informação sobre o que pegava lá dentro com sua amiga gorducha. Mas Reno...— ele olhou pela janela suja por um tempo, e a voz saiu mais baixa —, não dá para entrar nessa com dúvida, entende? Igreja é coisa de gente rica aqui, gente com segredo sujo e escrúpulo zero. Tem certeza que quer saber?"

 "Quando Mariana não fez objeção alguma ao plano, Dafne percebeu que ela realmente não tinha medo de ser pega. E aquilo a assustou. Mariana não tinha o perfil da pessoa que não tinha nada a perder. Estava apaixonada, tinha uma família quase normal, era boa aluna, tinha amigos e tinha planos de ir morar no exterior. Nada daquilo parecia importar agora."

 "— Mas é a Suellen. E só tem uma pessoa nesse mundo com motivo para ter feito aquilo.

 — Meu Deus, do que você tá falando?"

 "Mas jornalistas adoram fofocas, porque muitas vezes elas são como caminhos ladeados por mentiras que conduzem às únicas verdades que importam: aquelas sobre o que as pessoas fazem entre quatro paredes."

 "Às vezes, tenho a impressão de que outras coisas já aconteceram aqui, coisas que algumas pessoas sabem, mas ninguém diz. Não me sinto segura. E tem uma coisa que confessei, anos e anos atrás, para o Emanuel, uma coisa do meu passado. Uma coisa horrível que eu fiz."

 "É muito mais fácil falar para um criminoso que o que ele fez não é culpa dele, e sim do Satanás, do que exigir que ele se arrependa do que fez."


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Até o próximo post!
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Um comentário

  1. Olá, suspense é um meus gêneros favoritos, depois de ler a sua resenha, acredito que esse seja bem cativante.Se desejar visitar meu blog, fica o convite será um prazer. se gostar siga e comente.https://livrospassoapasso.blogspot.com/

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