Resenha: livro “Não há tempo a perder”, Amyr Klink, em depoimento a Isa Pessoa

 Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro “Não há tempo a perder”, um depoimento de Amyr Klink a Isa Pessoa, publicado em 2016 pelo Selo Foz da Editora Tordesilhas.

Resenha: livro “Não há tempo a perder”, Amyr Klink, em depoimento a Isa Pessoa

 “Mesmo as ideias mais absurdas podem se tornar factíveis se você se compromete a destrinchar cada pedaço do caminho.” (página 82)

 Como gosto de histórias que tenham o mar como tema ou cenário, e por já ter ouvido falar sobre o Amyr Klink em programas de TV sobre suas viagens marítimas, decidi ler “Não há tempo a perder”.

 Na obra, ficamos sabendo um pouco sobre a vida do navegador, filho de pai libanês e mãe sueca, e da visão (nem sempre positiva) dele sobre o Brasil e os brasileiros; sobre como foi cursar Economia, quando na verdade ele nasceu para o mar; sobre o quanto de preparação há para cada uma de suas viagens (chamar essas viagens de aventura não parece certo depois de conhecer o extenso planejamento que cada uma teve). Conhecemos também casos que se tornaram importantes para a área da navegação, histórias de homens que se arriscaram para chegar onde ninguém tinha chegado antes, e de como a tecnologia dos centros de pesquisa e a sabedoria de quem trabalha diariamente no mar tem seus saberes e importância.

 “Num barco a velas, o normal é você ajustar a área velica à intensidade do vento e à velocidade. Se o vento aumenta, você diminui a área da vela. Puxa os cabos, desce a vela. Só que os canoeiros usavam o princípio da permeabilidade do tecido – que é um método muito mais sofisticado. Por isso, sempre havia na embarcação uma cuia enorme, para que pudessem jogar água na vela. Se eles queriam andar mais rápido, tornavam o tecido mais impermeável, molhando o pano com a cuia para acelerar. Não existe tecnologia hoje que imprimia essas duas qualidades em um mesmo tecido – permeabilidade e impermeabilidade. Você precisa trocar de pano para escolher um ou outro atributo. É genial – os mestres maranhenses conseguiram tornar a vela permeável e impermeável, de forma simultânea, administrando o uso da água no tecido em função do vento. Uma sabedoria e tanto.” (página 112)

 É não ficção, mas não é uma biográfica. Como está na capa, é uma espécie de depoimento do Amyr, sobre a forma como ele vê o mundo e o seu trabalho, para a Isa Pessoa; há também trechos de depoimentos de conhecidos do Amyr sobre ele e sobre a convivência com ele. 

 Como o Amyr também é palestrante, o livro, em certos momentos, tem um ar de palestra. Eu ainda não tinha lido nenhuma obra nesse estilo, e no início o ritmo extremamente rápido, parecido com um monólogo, como se realmente não houvesse tempo a perder situando o leitor sobre quem eram os “personagens” e sobre qual era o “cenário da história”, me causou alguma estranheza, mas conforme fui lendo, tornou-se uma leitura interessante. Acredito que quem já tiver lido algum outro livro do Amyr certamente vai aproveitar melhor a leitura. Reforço o aviso: não espere uma biografia, espere conhecer um pouco da visão que o Amyr Klink tem da vida. Uma visão que, em muitos momentos, é totalmente diferente da minha.

Capa, livro, Não-há-tempo-a-perder, Amyr-Klink, Isa-Pessoa, Tordesilhas, resenha, opiniao, critica, fotos, trechos
Capa, livro, Não-há-tempo-a-perder, Amyr-Klink, Isa-Pessoa, Tordesilhas, resenha, opiniao, critica, fotos, trechos
livro, Não-há-tempo-a-perder, Amyr-Klink, Isa-Pessoa, Tordesilhas, fotos
livro, Não-há-tempo-a-perder, Amyr-Klink, Isa-Pessoa, Tordesilhas, fotos
livro, Não-há-tempo-a-perder, Amyr-Klink, Isa-Pessoa, Tordesilhas, fotos

 A edição tem uma capa chamativa, com o nome da obra em relevo (ou seria verniz localizado?). As páginas são amareladas. A revisão está boa. Há muitas fotos em preto e branco. As margens, a letra e o espaçamento entre uma linha e outra são relativamente grandes, o que contribui para uma leitura rápida, especialmente por não ser um livro longo.

 “A tendência é que a pessoa que ascende a uma posição de liderança se torne prepotente. Esse talvez seja o maior risco. Por mais habilidades intrínsecas que você tenha para comandar processos, trabalhar em igualdade é uma virtude ainda rara. Demonstrar uma dose importante de humildade – cedendo, ouvindo mais do que mandando, decidindo a partir do que ouve, conhecendo o processo da esfera de quem reclama – pode tornar o líder mais habilidoso e eficaz.” (página 50)

 Detalhes: 216 páginas, ISBN-13: 9788584190461, Skoob. Onde comprar online: loja da editora, Submarino.

 Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado post. Fica meu agradecimento à editora Tordesilhas por ter enviado um exemplar para resenha. Me contem: já conheciam o Amyr Klink?

Até o próximo post!

Me acompanhem nas redes sociais:
 twitterfacebook | G+SkoobInstagramYouTube| Snapchat: marijleite_pdl

6 comentários

  1. Oii! Sua resenha está ótima mas não é um livro que me atraiu :(

    Oii!
    Gostei da sua resenha! Nunca li um romance de época então não sei dizer se eu gostaria ou não. Vou deixar o sorteio pra quem gosta mesmo!

    Beijos,
    Natália.

    www.doprefacioaoepilogo.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Olá, Maria.
    Eu conhecia o nome, mas não sabia de quem se tratava. Acho que não leria esse livro porque prefiro ler ficção. Mas vou repassar a dica para uma amiga que ama esse tipo de livro. Não lembro de ter lido algum livro assim, com esse tipo de narrativa também não.

    Prefácio

    ResponderExcluir
  3. Oi, Maria...
    Apesar de conhecer sobre a história de Amyr, nunca me interessei de fato em me aprofundar nela...
    Mas achei interessante a maneira como o livro foi estruturado, mais parecendo um depoimento...
    Bjs...

    ResponderExcluir
  4. Oiê, biografias não são meu gênero favorito (sei que você falou que esse livro nao é exatamente uma biografia haha). Mas, as vezes, eu até me rendo a elas, quando se trata de uma pessoa que eu admire ou que tenha vivido em uma época conturbada como a segunda GM. Mas, não me interessei muito pela historia do Amyr, acho que não curtiria muito o livro.
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Nunca havia lido um livro do Amyr, e somente o conhecia pelo que via na televisão ocasionalmente. Ontem, participei de uma palestra com ele, e tudo mudou. Na minha opinião, todos deveriam ler este livro ou assistir a uma palestra do Amyr. A maneira com que ele enxerga a nossa vida (especialmente a vida em sociedade) é simples, humilde e desapegada. Ele nos faz refletir sobre o que é realmente importate na nossa vida, indo além das preocupações fúteis do dia-a-dia, e nos mostra que não devemos perder tempo, que é preciso ter coragem para atingir objetivos que possam parecer impossíveis, e que somos melhores com menos. O importante, de fato, é SER, e não ter. Uma história de vida marcada pela superação, por uma mente aberta, pela aceitação das dificuldades como parte do processo de aprendizado, e por descobertas que vão além do que estamos acostumados a chamar de "sucesso". Excelente.

    ResponderExcluir

Obrigada por comentar :)!!! Sua opinião é muito importante para mim. Tem um blog? Deixe seu link que visitarei sempre que possível.
*comentários ofensivos serão apagados

Topo