Olá pessoal, tudo bem com vocês? No post de hoje venho comentar sobre minha experiência de leitura com o livro "A livraria mágica de Paris", escrito pela Nina George e publicado no Brasil pela Editora Record em 2016.
"- Com todo respeito, o que a senhora lê é mais importante, a longo prazo, do que o homem com quem se casará, ma chère Madame." (página 17, prepare-se para uma resenha cheia de citações, hein?!)
Nosso protagonista é Jean Perdu, um livreiro parisiense, que tem sua livraria em um barco. Não é só pela localização que sua livraria é especial, mas pela forma como Jean Perdu indica os livros para seus clientes: ele conversa um pouco com eles, e como se fosse um médico, lhes indica aquele livro que poderá ajudá-los na situação que estiverem passando: coração partido, preocupações, insônia, raiva, etc. Porém, aquele que ajuda tantos, não consegue se ajudar. Há vinte um anos, Jean foi abandonado pela mulher que amava. Desde que a bela Manon lhe deixou sem dar explicações, Perdu perdeu o gosto pela vida, ele passou a apenas sobreviver, não viver, impedindo-se de voltar a sentir.
Até que uma carta escrita quando Manon partiu, finalmente é lida, e Perdu decide que é hora de seguir viagem. Enquanto passa por boa parte da França em seu barco livraria, Jean vai, pouco a pouco, fazendo amigos (alguns improváveis) e acertando as contas com o seu passado. O que realmente aconteceu com Manon? E com Perdu, será que ainda lhe restará algo após 21 anos de sofrimento? Uma observação: eu não conseguiria ficar mais de duas décadas sem saber o que uma pessoa tinha escrito em uma carta para mim! Vocês conseguiriam?
"Assim, Jean se deixava embalar pelas ondas, que o erguiam e passavam. E começou aos poucos, devagar, infinitamente devagar, a confiar. Não no mar, de jeito nenhum, esse erro ninguém deveria cometer! Jean Perdu voltou a confiar em si mesmo." (página 239)
A primeira coisa que se deve ter em mente ao pegar "A livraria mágica de Paris" é que é um livro com personagens adultos, e confesso que a capa não me passava essa ideia. A escrita da autora é poética, e em alguns momentos eu me perguntava se pessoas poderiam mesmo falar daquela forma, se poderiam mesmo estar em lugares tão lindos ou ter sentimentos tão intensos. Aí eu pensava: e por que não? "A livraria mágica de Paris" traz os sentimentos humanos da forma mais bonita possível.
Enquanto eu passeava com Jean Perdu pelos cenários mais bonitos da França, enquanto me encantava pela forma como ele entendia o poder que a leitura tem de tocar as pessoas, também me compadecia de sua dor, do peso que ele carregava por ter perdido a mulher que amava. É um livro bem intenso, onde todos os personagens tem suas dores, mas também se superam na busca pela sua paz de espírito.
"Este era o único aspecto trágico dos livros: eles mudavam as pessoas. Mas não as realmente más." (página 63)
Jean Perdu, um homem na casa dos cinquenta anos, com um coração tão bom. Seu pai e sua mãe, separados e juntos ao mesmo tempo. Max Jordan, um jovem escritor carente de afeto familiar. Catherine, uma mulher abandonada pelo marido, e que recebeu indicações literárias de Perdu, mas acabou ajudando-o muito. Manon, aquela que queria quebrar as regras, mas sofria por isso. Cuneo, Samy e tantos outros personagens marcantes que encontrei nesse livro...
"- Com todo respeito, o que a senhora lê é mais importante, a longo prazo, do que o homem com quem se casará, ma chère Madame." (página 17, prepare-se para uma resenha cheia de citações, hein?!)
"A dor vinha sempre na hora de dormir e o assolava. Bem naquele momento em que estava relaxado, quase adormecendo, ela chegava. Ele ficava deitado na escuridão e chorava com amargura, e o mundo naquele momento ficava tão pequeno quanto o quarto, solitário e sem conforto nenhum. Nesses momentos, temia nunca mais conseguir sorrir e que uma dor como aquelas nunca poderia cessar. Nessas horas terríveis, carregava diversos 'o que aconteceria se...' no coração e na cabeça. (...) Tinha medo de que fosse passar a vida chorando por alguém que lhe era querido, tão querido.
Como suportaria tudo aquilo para sempre? Como alguém suportava aquilo?
Queria poder se deixar ficar em algum lugar, parado como uma vassoura até a dor passar." (página 239)
Nosso protagonista é Jean Perdu, um livreiro parisiense, que tem sua livraria em um barco. Não é só pela localização que sua livraria é especial, mas pela forma como Jean Perdu indica os livros para seus clientes: ele conversa um pouco com eles, e como se fosse um médico, lhes indica aquele livro que poderá ajudá-los na situação que estiverem passando: coração partido, preocupações, insônia, raiva, etc. Porém, aquele que ajuda tantos, não consegue se ajudar. Há vinte um anos, Jean foi abandonado pela mulher que amava. Desde que a bela Manon lhe deixou sem dar explicações, Perdu perdeu o gosto pela vida, ele passou a apenas sobreviver, não viver, impedindo-se de voltar a sentir.
"'O medo muda seu corpo como um escultor desastrado altera uma pedra perfeita', Perdu ouviu a voz de Vijaya dentro de si. Só que você é esculpido por dentro, e ninguém vê quantas lascas e camadas foram tiradas. No íntimo, fica cada vez mais fino e instável, até o menor sentimento chateá-lo. Alguém te dá um abraço e você pensa que vai quebrar e se perder.'
Se Jordan alguma vez precisasse de um conselho paternal, Perdu lhe diria: 'Nunca ouça o medo! O medo emburrece.'" (página 108)
Até que uma carta escrita quando Manon partiu, finalmente é lida, e Perdu decide que é hora de seguir viagem. Enquanto passa por boa parte da França em seu barco livraria, Jean vai, pouco a pouco, fazendo amigos (alguns improváveis) e acertando as contas com o seu passado. O que realmente aconteceu com Manon? E com Perdu, será que ainda lhe restará algo após 21 anos de sofrimento? Uma observação: eu não conseguiria ficar mais de duas décadas sem saber o que uma pessoa tinha escrito em uma carta para mim! Vocês conseguiriam?
"Assim, Jean se deixava embalar pelas ondas, que o erguiam e passavam. E começou aos poucos, devagar, infinitamente devagar, a confiar. Não no mar, de jeito nenhum, esse erro ninguém deveria cometer! Jean Perdu voltou a confiar em si mesmo." (página 239)
A primeira coisa que se deve ter em mente ao pegar "A livraria mágica de Paris" é que é um livro com personagens adultos, e confesso que a capa não me passava essa ideia. A escrita da autora é poética, e em alguns momentos eu me perguntava se pessoas poderiam mesmo falar daquela forma, se poderiam mesmo estar em lugares tão lindos ou ter sentimentos tão intensos. Aí eu pensava: e por que não? "A livraria mágica de Paris" traz os sentimentos humanos da forma mais bonita possível.
Enquanto eu passeava com Jean Perdu pelos cenários mais bonitos da França, enquanto me encantava pela forma como ele entendia o poder que a leitura tem de tocar as pessoas, também me compadecia de sua dor, do peso que ele carregava por ter perdido a mulher que amava. É um livro bem intenso, onde todos os personagens tem suas dores, mas também se superam na busca pela sua paz de espírito.
"Este era o único aspecto trágico dos livros: eles mudavam as pessoas. Mas não as realmente más." (página 63)
Jean Perdu, um homem na casa dos cinquenta anos, com um coração tão bom. Seu pai e sua mãe, separados e juntos ao mesmo tempo. Max Jordan, um jovem escritor carente de afeto familiar. Catherine, uma mulher abandonada pelo marido, e que recebeu indicações literárias de Perdu, mas acabou ajudando-o muito. Manon, aquela que queria quebrar as regras, mas sofria por isso. Cuneo, Samy e tantos outros personagens marcantes que encontrei nesse livro...
"-É a filha de Javier - sussurrou Cuneo. - Desde criança luta contra o câncer. Fico feliz que ainda esteja vencendo. (...)
Seu olhar pairou pelo jardim, na direção de Elaia. Max soltou uma versão acelerada de 'Hit the road, Jack' para a filha muito doente de Javier e Zelda. Zelda devia estar exausta, pensou Perdu, exausta porque a morte morava com eles naquela casa maravilhosa havia tanto tempo." (páginas 172 e 173)
Falando sobre a edição: capa linda, páginas amareladas, letras, margens e espaçamento de bom tamanho e boa revisão. No lado de dentro da capa há um mapa mostrando os lugares por onde Perdu passa, mas confesso que ele não me foi de grande ajuda.
"Sophie aconselhava, no caso de dor de amor, a guardar um mês de luto para cada ano passado juntos. No caso de amizades desfeitas, dois meses para cada ano de amizade. E para queles que se foram para sempre, para os mortos, tire, por favor, a vida toda. Pois os mortos que amamos no passado, vamos amar para sempre. Sua falta nos acompanhará até nosso último dia.'" (página 116)
Enfim, "A livraria mágica de Paris" foi uma leitura diferente do que eu imaginava, com um ritmo mais calmo, mas muito gostosa de ser feita. É uma obra que indico para quem gosta de livros que falem sobre livros ou escritores, pois tenho certeza que, assim como eu, vocês também devem anotar vários títulos citados (como os que mostrei nesse post) para ler depois (ou, pelo menos, encontrar várias citações para marcar). Também é uma boa indicação para quem gosta de culinária, visto que há no final algumas sugestões de receitas mencionadas no decorrer dos capítulos. Quem já conhece um pouco e quer saber mais da França certamente apreciará a viagem de Perdu. E repito que "A livraria mágica de Paris" é um livro sobre sentimentos humanos, sobre o amor, sobre a dor, sobre perdas, sobre amizade, sobre a vida, e talvez seja necessário já ter experimentado situações semelhantes as dos personagens para conseguir se identificar mais com o livro.
"Ler é uma viagem sem fim. Uma viagem longa, até mesmo eterna, no qual nos tornarmos mais brandos, mais carinhosos e mais humanos.
Max havia começado essa viagem. A cada livro traria para si mais do mundo, das coisas e das pessoas." (página 116)
Uma das capas estrangeiras |
Detalhes: 308 páginas, ISBN-13: 9788501107619, Skoob. Onde comprar online: Submarino, Americanas . Clique e confira também a resenha do outro livro da autora: O maravilhoso bistrô francês. Comparando livros: "A livraria mágica de Paris" x "O maravilhoso bistrô francês", Nina George.
"- Livros não são como ovos. Só porque um livro tem alguns anos nas costas não significa que esteja podre. - Monsieur Perdu também elevou o tom de voz. - E o que há de errado em ser velho? Velhice não é doença. Todos envelhecemos, e os livros também." (página 17, quem concorda?)
Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam o livro ou a autora? Gostaram e concordam com as citações? O que acharam da capa?
"-Livros nos protegem da burrice. De falsas esperanças. De homens vaidosos." (página 18)
Até o próximo post!
Olá,gostei muito da resenha. E não conhecia esse livro.Mas achei muito interessante!
ResponderExcluirFiquei aqui imaginando uma livraria em um barco,e ainda velejando pelos lugares lindos da França.
Pena que o livreiro Jean Perdu que ajuda tantas pessoas por onde passa, é tão infeliz.
E eu se estivesse no lugar dele,não conseguiria ficar nem por uma hora sem ler a carta.
Me parece que essa história é muito linda!
Ótima dica! :)
Eu não conhecia esse livro, mas é permitido dizer que eu já estou apaixonada?
ResponderExcluirAmo livros que se passam em Paris, pois mesmo com a bagunça de lá, é um dos meus lugares preferidos. Junto com livros então...
A história parece ser bem tocante e profunda, por mais que você tenha dito que a leitura foi leve. Acho que a moral que ela carrega é profunda, certo?
Vou adicioná-lo agora na minha lista de leituras ^^
xoxo
Fora do Contexto
Tenho muita curiosidade para ler esse livro, presenteei uma pessoa com ele e me disseram que é muuuuito bom! E nunca tinha lido nenhuma resenha sobre ele, a sua é a primeira e amei demais!
ResponderExcluirOi, tudo bem? Eu não conhecia o livro e nem a autora. Confesso que não conseguiria ficar mais do que 10 anos sem saber o que escreveram para mim porque sou bem curiosa.
ResponderExcluirGostei muito do livro, capa maravilhosa, amei o mapa e sua resenha. Parabéns pela resenha e pelo blog. Muito lindo. bEIJOS
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia este livro, mas já me encantei pela forma que você falou dele. Quero muito lê-lo. E que fotos lindas. Parabéns pelo blog. Tudo muito lindo.
Ah, amei os quotes que você citou, eles me conquistaram é assim que ler este livro venho aqui comentar.
Beijos
Cássia Pires
Olá!
ResponderExcluirQue resenha encantadora e pela capa eu tinha outra ideia do livro e amei as citações me deu muita vontade de ler, eu sei que não tem nada a ver mas enquanto lia sua resenha me lembrei do cemitério dos livros esquecido lugar que existe nos livros de Zafón (A sombra do Vento).
Já vai para listinha. Bjs
Desde que esse livro foi lançado que fiquei mega curiosa para ler. Resultado: comprei toda feliz, mas leitura que é bom? NADA!
ResponderExcluirO que me atraiu, de imediato, foi o fato do protagonista ter uma livraria bem "peculiar". Eu iria amar conhecer um local assim, com uma pessoa tão sensível e agradável como dono.
Parece ser uma leitura bem gostosa, com uma trama bem delicada. Não coloquei ele na minha meta de 2017, mas acho que preciso fazer isso logo pra matar essa curiosidade que me consome.
Beijos
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas achei a proposta muito interessante. Parece uma leitura reflexiva, delicada e com uma bonita mensagem.
Depois de ler sua ótima resenha, fiquei bem motivada para conferir essa leitura.
Beijos.
Mari!
ResponderExcluirAlém de gostar de livros que falam de livros e de livreiros e podermos ter várias dicas de outros livros importantes, a premissa de que a leitura pode curar os males é sui generis e bem interessante.
Bom feriado!
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!
Caramba, eu vi esse livro essa semana na Saraiva e fiquei bem curiosa. Que bom poder ler uma resenha dele. Adoro histórias que tem livrarias, bibliotecas e livros como pano de fundo, pois a história sempre se torna muito rica. Adorei a resenha. Bjs
ResponderExcluirOi.
ResponderExcluirAdoro livros que falam sobre escritores, principalmente quando abordam a parte de criação e estruturação de seus enredos(mas não encontrei nada na resenha sobre isso). No entanto, gosto de histórias ambientadas em Paris, geralmente são cheiss de intensidade.
Não conhecia a livraria mágica de Paris, mas já está na lista de desejados.
Até mais!!
Leituras da Paty
Olá! Comprei o livro ontem e estou louca para ler.
ResponderExcluirSua resenha ficou ótima!
Beijos
Olá! Pela capa eu já leria, é linda, gostei mto do enredo tbm, a leitura parece bacana, vai pra lista!
ResponderExcluirBjs!
Oii, tudo bem?
ResponderExcluirEsse livro está na minha lista há um bom tempo e estou loucaaaaa pra ler! Pelo visto o protagonista tem uma livraria um tanto quanto exótica, haha. Também achei legal o fato dele levar a livraria a vários lugares de Paris. Adorei saber disso, pois ainda não conhecia a história a fundo.
Obrigada pela dica.
Olá!
ResponderExcluirEu já li algumas resenhas sobre esse livro e fiquei interessada demais. Talvez por agora não esteja numa fase pra lê-lo mas certamente farei ainda esse ano.
Beijos!
Camila de Moraes.
Uau! Que resenha! Gosto muito de quotes,pois a gente tem uma noção da escrita do autor, adorei a premissa desse livro, vou anotar o nome. Bjs
ResponderExcluirUau! Que resenha! Gosto muito de quotes,pois a gente tem uma noção da escrita do autor, adorei a premissa desse livro, vou anotar o nome. Bjs
ResponderExcluirOii, tudo bem?
ResponderExcluirEu adorei a sua resenha! Ainda não conhecia o livro e confesso que ao ler a sinopse fiquei bem animada pois amo livro com esse tema, e assim como você quando o ler irei anotar todos os livros que são citados rsrs.
Olá, adorei a resenha.
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas sua resenha despertou muito o meu interesse,
um beijo.
Oie amore,
ResponderExcluirGosto dessas coisas de top comentaristas, ainda não fiz no meu blog... mas penso em fazer futuramente.
Quanto ao livro, confesso que só de ver Paris já anotei a dica por aqui. Que resenha linda, e que fotos perfeitas... já anotei a dica por aqui.
Beijokas!
Oiii Maria tudo bem?
ResponderExcluirMenina eu fiquei bastante interessada por essa indicação da vez, esse é um livro que sempre vi para comprar aqui perto de casa e fiquei querendo mais e mais, creio que seja um leitura bem envolvente e tocante!
Abraços
Olá.
ResponderExcluirJá ouvi falar bastante desse livro e fiquei interessada logo de cara, afinal, gosto de livros que falam sobre o amor pela leitura porque me identifico muito.
Também gostei das citações que você destacou.
Abraços.
Olá, tudo bem? Nossa, agora conhecendo o livro de uma maneira que não conhecia, fiquei bem surpresa com o que esperar pois agora ele me chamou atenção. Gostei do que ele está propondo, e por isso dica anotada!
ResponderExcluirBeijos,
diariasleituras.blogspot.com.br
Olá!
ResponderExcluirAcho a proposta desse livro muito legal! Para um livro bem reflexivo, mas realmente olhando a capa não parece tão maduro, acho que combinado ao titulo passa um ar de fantasia né?!
Beijos
Eu acho a capa desse livro linda mas não sei se a leitura me agradaria. Eu tenho curiosidade com ele desde o lançamento e espero ler algum dia.
ResponderExcluirAdorei a resenha o livro já me conquistou pela capa linda e a história!! Sem dúvida esse livro está com uma edição fantástica!!
ResponderExcluirBeijoss