Resenha: "O Pessegueiro", Sarah Addison Allen

Oi leitores e leitoras do "Pétalas de Liberdade" estou aqui trazendo minha segunda resenha na colaboração para o Blog da minha amiga Maria. Esse é bem diferente do "Alma?", minha primeira participação aqui... É um romance contemporâneo. Essa é uma autora pouco conhecida e pouco publicada no Brasil, então foi uma surpresa feliz esse livro ter parado nas minhas mãos. 

 Confiram aí e espero que gostem!


O Pessegueiro
Sarah Addison Allen
Editora Planeta
256 páginas

***  Nem romance, nem drama, nem magia, nem mistério - disso tudo um pouco ***


Amei esse livro.

Cheguei a ele sem muitas expectativas. Uma amiga me emprestou dizendo que não tinha gostado muito. No começo fiquei desanimada com os capítulos longos e nada de aparecer o tal do "O Pessegueiro". Era apenas uma história de duas mulheres insatisfeitas com suas vidas e que não admitiam isso a si mesmas, e uma trama que nem ao menos eu sabia de que gênero seria, até tudo mudar e o livro me conquistar de verdade.  

Willa Jackson tem uma loja "metade artigos esportivos-metade cafeteria". Depois da morte de seu pai, voltou a morar na cidade dele e fez tudo que achou que ele esperava dela, levando uma vida sem nenhuma emoção forte. Paxton Osgood, a segunda protagonista, pareceu chatinha no começo. Ela mora numa casa anexa à mansão principal de seus pais, e acata todas ordens de sua mãe, mesmo tendo 30 anos! Para melhorar sua infelicidade, ela vive de aparênciasnão tem amigos de verdade e é apaixonada pelo seu amigo gay

Não parece ser um livro muito animador, mas tudo muda quando Colin, irmão gêmeo de Paxton, resolve substituir o Pessegueiro por outra árvore (não compreendi exatamente porquê disso, mas vá lá...) ao fazer paisagismo da Mansão Blue Ridge Madam. Sob a árvore, um corpo, uma mala e alguns pertences antigos são encontrados e muitas histórias das avós da moças (que em sua juventude moraram lá) são desenterrados, fazendo Willa e Paxton interagirem.
Colin é um personagem secundário mas que se torna importante ao desenrolar da trama. Além de ser o responsável pelo paisagismo da mansão, ele traz um romancinho para a trama, entre ele e a Willa. 

Ambas as protagonistas precisam fazer as pazes consigo mesmas e com seu passado, e para isso, vão em busca de informações com a avó de Paxton, Agatha que está numa casa de repouso.


O livro é rico em detalhes que vão se intrincando e formando uma história que se tornou tão querida para mim, que acho que não estou conseguindo me expressar sem dar spoilers, coisa que odeio fazer. 


Há um flerte com algo de magia, mas isso fica sem explicação e acho que foi a única coisa que eu não gostei de toda história: ou colocava uma explicação mais elaborada ou não precisava ter colocado. Acho que fico com a segunda opção. 


No desenvolver do livro, uma amizade real vai surgindo entre Willa e Paxton. Adoro livros que falam sobre amizades verdadeiras, isso sempre me faz chorar. Outra parte que me tocou profundamente foi o autodescobrimento de Paxton, a sua libertação. Acho que ela estava precisando disso e eu, desse tipo de história.

Durante a leitura colhi também algumas citações lindas:

"O destino nunca lhe conta nada de cara. Nem sempre lhe é mostrado o caminho da vida que você deve seguir. Mas se havia uma coisa que Willa aprendera nas últimas semanas era que, quando você realmente tem sorte, encontra alguém com o mapa."

"Ela não tinha certeza de quando isso acontecera, mas, em algum momento ao longo desses últimos dez anos, ela descobrira que se sentia melhor quando fazia os outros infelizes como ela".

 "Ela nunca achou que fosse boa em fazer amizades. Mas talvez apenas estivesse tentando fazer amizade com as pessoas erradas".

Não são boas citações? Expressaram muito bem sentimentos que percebo em mim e percebo em pessoas ao meu redor (essa segunda citação, tem muita gente por aí que parece agir desse modo). Tem várias outras passagens legais, vale muito a pena dar uma chance para esse livro.

Recomendo muito a leitura. É um livro leve, porém com uma história profunda. Não faz parte de nenhuma série, até onde eu sei, apesar de ter ouvido algo sobre outros livros dessa autora se passarem na mesma cidade desse, então nunca se sabe...

Assim como um pêssego de casca bonita, sempre podemos nos surpreender com o seu interior. E esse livro, tinha um sabor tão gostoso que fiquei com gostinho de quero mais. 



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