Olá pessoal, tudo bem com vocês? No post de hoje, venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro "Birman Flint e o mistério da pérola negra", escrito pelo Sergio Rossoni e publicado pela Chiado Editora em 2015.
A obra é um romance policial com animais fazendo os papéis que normalmente são representados por humanos, e não há humanos no mundo (idêntico ao nosso) em que a história se passa. O gato Birman Flint é um repórter investigativo, seu assistente é o rato Bazzou, e eles foram chamados para ajudar na investigação do assassinato de Karpof, um camundongo que trabalhava para o Czar Gatus Ronromanovich. Antes de morrer, Karpof conseguiu deixar uma mensagem escrita com sangue em seu caderno de anotações, uma mensagem que mencionava, entre outras coisas, uma tal pérola negra, e que poderia ajudar os investigadores a encontrarem o seu assassino e descobrir qual a ligação do crime com a família do Czar.
Foi super interessante ver animais interpretando a figura do detetive imortalizada por Sherlock Holmes, Poirot e Miss Marple, entre outros. E ver o mundo só com animais que falam também foi ótimo; ressalto que, durante todo o livro, os personagens continuaram mantendo suas características, agitando as asas (no caso do detetive Ponterroaux, que era um galo), dando miados (no caso de Birman), ou seja, a mistura entre suas características animais e o que se esperava dos cargos que ocupavam (jornalistas, chefes de estado, guardas, professores, etc.), além da escolha da função desempenhada por cada bicho, foi muito bem feita.
É necessário ter muita criatividade para criar uma história como a que Sergio Rossoni criou! E ele merece muitos elogios por isso! Eu fiquei encantada no momento em que ele inseriu aeroportos e viagens pelo céu com os animais. E preciso mencionar que estava bem curiosa para saber como um gato e um rato poderiam trabalhar em equipe, mas em nenhum momento Birman demonstrou ter interesse em se alimentar de roedores, o mesmo não se pode dizer dos salmões, pois aparentemente os peixes eram simplesmente alimento para os demais personagens.
Três coisas me incomodaram na obra: em diversos momentos um diálogo é interrompido para que se descreva as expressões ou pausas dos personagens, eu sei que isso pode ter sido feito para evitar parágrafos muito longos, mas acaba quebrando o ritmo de leitura e fazendo com que se demore bem mais do que o imaginado para concluí-la. Além disso, há um número grande de personagens, e em alguns momentos eu me perdia um pouco sobre quem era quem.
O terceiro ponto é o final; os romances policiais que costumo ler tem sim continuações, mas normalmente um caso é resolvido em cada livro, já em "Birman Flint e o mistério da pérola negra" o caso do assassinato de Karpof não é totalmente solucionado embora pareça que a história termina bem perto da resolução de todo o mistério. Me senti frustrada após ler 380 páginas e ainda não ter todas as peças do quebra-cabeças que compõe o mistério que ronda a família Ronromanovich. Até onde descobri, achei muito boa a trama articulada pelo autor e todos os enigmas que já foram revelados, mas e o quê ainda vai acontecer com os vilões e com os mocinhos?
"O gato repórter desviou do grupo de comerciantes fitando-o de maneira ofensiva, guardando o Webley antes que alguém resolvesse chamar a polícia local, já imaginando como seria custoso explicar o que um repórter estrangeiro fazia correndo pelas ruas de Moscóvia carregando uma arma.
Seu olhar desorientado vasculhando o mar de cores e aromas ao seu redor, notando do outro lado da rua o Ford modelo T saindo a toda.
Correu em seu encalço quando a rajada de balas disparada por uma metralhadora Maxim rugiu em sua direção, protegendo-se em meio à pilha de caixotes velhos numa esquina qualquer." (página 231)
Acho a capa desse livro muito bonitinha, assim como a ilustração presente nas primeiras páginas. A diagramação traz margens grandes, letras e espaçamento de bom tamanho. As páginas são amareladas e porosas, e há poucos erros de revisão.
Detalhes: 383 páginas, ISBN-13: 9789895138982, Skoob, página no Facebook, site do autor. Onde comprar online: loja da editora, Livraria Cultura.
Por hoje é só, espero que tenham gostado da resenha. Me contem: já conheciam o livro ou o autor? Já leram obras onde animais tinham funções normalmente humanas?
Olá, Maria.
ResponderExcluirNão conhecia esse livro ainda. Achei a edição e a capa bem caprichadas. O enredo é interessante, fiquei muito interessada quando você falou sobre os animais interpretando os nossos queridos detetives. Mas isso do caso não ser solucionado completamente nesse livro me deixou com um pé atras. isso é muito frustante. Mas acho que leria ele sim.
Blog Prefácio
Oie, muito criativo escrever um suspense policial onde os animais fazem de humanos.
ResponderExcluirÉ um modo bem original de contar a história.
Eu tenho muita curiosidade com esse livro e gostei bastante de conferir sua opinião sobre ele. Eu também acho a capa muito bonita
ResponderExcluirOlá, Mari.
ResponderExcluirJa conhecia o livro sim, e acho essa capa maravilhosa!
Pena que o mistério não é solucionado nesse primeiro livro, mas deveria, pela quantidade de páginas.
Um ponto que me chamou a atenção foi os personagens serem animais. Achei bem legal!
A dica ja está anotada!
Acho que o mais perto que cheguei de um livro todo protagonizado por animais foi lendo A Revolução dos Bichos e Holy Cow. Gostei bastante da premissa de Birman Flint, mas acho que o fato de o mistério não ser totalmente resolvido me irritaria bastante. Adorei sua resenha!!
ResponderExcluirDiferente mesmo, gosto muito de livros policiais e acredito que seja mesmo criativo a historia.
ResponderExcluirBeijos
Viviana
Gostei muito da ideia do livro, mas não me chamaria a atenção para ler.
ResponderExcluirApesar de ser gateira rs
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