Olá pessoal, tudo bem? O livro da resenha de hoje é "Kinshi na Karada - O Corpo Proibido", escrito pela Josiane Veiga. Eu já havia lido outro livro da autora, "Esmeralda" (clique aqui para conferir a resenha), e após ler uma resenha maravilhosa de "Kinshi na Karada" no blog Eu insisto! fiquei curiosíssima para ler a obra, e quando a autora decidiu postá-la no Wattpad, eu fui correndo ler. Hoje, venho trazer meus comentários sobre o livro, que realmente merece os elogios que já recebeu!
Sobre o que fala a história: A história se passa no Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Aiko era o dono de um prostíbulo, a Casa Ai, ele tinha dois melhores amigos: o rico comerciante Ryo, e Shin, um militar que era parente do imperador. Era uma amizade improvável e que resistia desde a infância, apesar da diferença de classes sociais (que fazia com que Aiko nunca pudesse frequentar os mesmo ambientes que os outros dois) e do fato de Shin ser bissexual e de Aiko ser apaixonado por ele sem ser correspondido.
Imagem original |
De certa forma, talvez até mais do que a guerra, a chegada do jovem Shiro mudaria a vida do trio. Shiro perdeu os pais muito cedo, e a única coisa que tinha era sua beleza afeminada; prostituí-lo foi a forma que o irmão mais velho encontrou para conseguir algo de comer para os dois. Shiro passou por coisas terríveis até que Aiko aparecesse em sua vida e o comprasse, mas Aiko não era uma pessoa má e não queria submeter uma criança à exploração sexual, na Casa Ai o garoto trabalharia como dançarino, apresentando números e deixando a platéia impressionada com a beleza da suposta gueixa.
Ryo tinha premunições, e sabia que um dia se casaria com a mulher de suas visões. Imaginem a surpresa dele quando viu que a nova gueixa da Casa Ai era idêntica a mulher de suas visões! Agora imaginem o choque quando ele descobriu que ela não era ela, e sim Shiro! Mas como não é possível fugir do destino, ele ficou atraído por Shiro, o que tornou Ryo muito confuso, afinal, ele nunca havia se interessado sexualmente por homens, e essa confusão estava afetando sua vida, de forma que ele achava que precisava conseguir "experimentar" Shiro para poder tirá-lo da cabeça e seguir com sua vida. Shiro também se sentiu atraído por Ryo, mesmo após sofrer tantos abusos seu coração ainda era capaz de amar, mas ele não venderia mais seu corpo por mais que Ryo pudesse e quisesse comprar, Shiro queria uma vida nova.
Enquanto isso, surgiu na vida de Shin um outro homem: Saito, também militar, que lhe ensinaria como ser menos bruto, mas que acabaria se encantando por Aiko, formando uma espécie de triângulo amoroso, que faria com que Shin e Aiko tivessem que parar de esconder o que realmente sentiam um pelo outro. Mas havia um problema: Aiko guardava um segredo sobre seu passado que poderia colocar sua vida em risco, o que Shin faria quando descobrisse a verdade?
Sobre os personagens: Kinshi na Karada é um livro de anti-heróis! Ryo se aproveita da inocência de Shiro, não é totalmente sincero com ele, se finge de amigo para conseguir uma aproximação necessária para seduzir o garoto, é incapaz de esquecer o que ele foi obrigado a fazer e de vê-lo como ele é agora e não apenas como um brinquedo ou algo que seu dinheiro pode comprar, uma prova que relacionamentos abusivos não acontecem só entre homens e mulheres. Talvez o leitor continue lendo só para ver Ryo quebrar a cara e se dar mal para ver se deixa de ser tão orgulhoso, dá vontade de entrar no livro e bater nele! Embora ele não seja de todo mal e faça algumas coisas boas as vezes.
Shiro é um personagem adorável, que aprendeu com seu passado sofrido a valorizar o que a vida lhe dá de bom: a amizade de Aiko, que é como um irmão para ele e a companhia de Nana, uma senhora que mora na Casa Ai e sempre tem um bom conselho para dar. Aiko também é um personagem por quem senti afeição, faz o que pode por Shiro, mas acaba se debilitando por seu amor por Shin, ficando cego por esse amor.
“- Nem sempre comida e teto bastam para nos fazer feliz, Shiro.
- Oh, para mim bastam - afirmou. - Só chora por outras coisas quem nunca teve que dormir sob as estrelas, sentindo a barriga doer de fome.”
Shin é detestável no começo da história, mas talvez ele seja o personagem que mais evolui ao longo dela, mas claro: sem perder seu jeitinho (a criatura acha que cortar a cabeça de alguém que agrediu seu amado é uma prova de amor). Quando Shin sai da bolha em que vivia, de seu mundo perfeito onde nada de mal poderia lhe acontecer por ser parente do imperador, e encontra o mundo real onde a guerra está matando pessoas e o nazismo está cometendo atrocidades, ele acorda para a vida e passa a tentar fazer algo de bom, do seu jeito peculiar como mencionei anteriormente. E é como se Saito estivesse ali para compensar a existência de Ryo e Shin, é uma pessoa admirável embora também carregue sua carga de sofrimentos. Como vocês podem perceber, a maioria dos personagens é masculina, cabendo às mulheres papéis secundários na obra, talvez por elas não serem muito respeitadas e valorizadas no meio em que a trama se passa.
Creio que por mais que eu diga, só lendo para que vocês compreendam como é um bom livro. Confesso que no início, tive um pouco de dificuldade com a alternância entre o uso do nome e do sobrenome dos personagens, mas é daquele tipo de história que vai nos cativando pouco a pouco, até que começamos a torcer e a sofrer por um ou outro personagem e, no caso do Wattpad, torcendo para que o próximo capítulo saia logo. Há cenas bem pesadas e há outras muito delicadas. O que eu tenho certeza é que não dá para ficar indiferente ao longo da leitura, alguma coisa você vai sentir: admiração, revolta, contentamento... Além de personagens bem construídos, a ambientação foi muito bem feita, provavelmente fruto de um bom trabalho de pesquisa feito pela autora. Com o desenrolar da guerra, a vida dos personagens vai se tornando mais perigosa e difícil, e se não bastasse as besteiras que eles podem cometer (no caso, os que mais fazem besteira são Ryo e Shin), há também o medo de que no próximo capítulo eles estejam na hora errada e no lugar errado e sejam fatalmente vitimados pela guerra.
Como esse livro ainda não foi publicado por nenhuma editora? Algumas pessoas podem ter receio por ser uma obra que traz personagens homossexuais, mas é um romance como qualquer outro (embora haja o preconceito da sociedade da época), tem umas cenas mais quentes, tem desentendimentos, tem todo o caminho que uma relação precisa percorrer, e é convincente. Quero acreditar que esse não seja um empecilho para que Kinshi na Karada possa ser publicado por uma grande editora, afinal: é uma história bem construída, com uma narrativa fluida e uma temática interessante, mas talvez o fato de ser um livro longo (cerca de 600 páginas) seja o que realmente dificulte essa publicação (pelo pouco que já li a respeito, me parece que editoras não gostam de apostar em publicações de livros grandes de autores não muito conhecidos). Há um livro dois, que, se não me engano, começa logo após o final do livro um (mas no qual os personagens já estão mais maduros em relação ao primeiro e a guerra já está em seu fim), e talvez se, ao invés de uma duologia fosse uma trilogia, ou talvez optando por uma diagramação que possibilitasse um número menor de páginas a publicação fosse possível (fica a dica para as editoras).
É uma resenha difícil de fazer, tanto que precisei estruturá-la de uma forma diferente, por se tratar de um livro longo, mas que fiz por achar que é uma leitura válida de ser feita, não só para quem se interessa por histórias com personagens homossexuais, mas também para quem gosta de ler sobre a Segunda Guerra Mundial (no caso, pelo ponto de vista dos japoneses, coisa que eu ainda não tinha lido) ou de tramas com personagens diferentes: tem aqueles que amamos odiar (Ryo, Shin), os que nos surpreendem por sua evolução (Shin, Shiro), sua bondade (Aiko, Saito) ou sua determinação (Shiro).
O livro dois (Jiyuu na Karada - O Corpo Liberto) já está sendo postado no Wattpad, e talvez por isso eu não tenha ficado incomodada com a forma que o livro um termina, mas para leitores que tiveram que esperar a continuação sair deve ter sido sofrido. Creio que só continuem disponíveis alguns capítulos do livro um no Wattpad, que vocês podem ler clicando aqui, mas ele pode ser adquirido em formado impresso no Clube de Autores ou em e-book na Amazon (gratuito para quem tem Kindle unlimited). O livro também está no Skoob. Obrigada a você que leu até aquie se leu só uns pedaços saiba que isso é feio e desrespeitoso! Me contem: o que acharam do livro pela resenha?
Sobre os personagens: Kinshi na Karada é um livro de anti-heróis! Ryo se aproveita da inocência de Shiro, não é totalmente sincero com ele, se finge de amigo para conseguir uma aproximação necessária para seduzir o garoto, é incapaz de esquecer o que ele foi obrigado a fazer e de vê-lo como ele é agora e não apenas como um brinquedo ou algo que seu dinheiro pode comprar, uma prova que relacionamentos abusivos não acontecem só entre homens e mulheres. Talvez o leitor continue lendo só para ver Ryo quebrar a cara e se dar mal para ver se deixa de ser tão orgulhoso, dá vontade de entrar no livro e bater nele! Embora ele não seja de todo mal e faça algumas coisas boas as vezes.
Shiro é um personagem adorável, que aprendeu com seu passado sofrido a valorizar o que a vida lhe dá de bom: a amizade de Aiko, que é como um irmão para ele e a companhia de Nana, uma senhora que mora na Casa Ai e sempre tem um bom conselho para dar. Aiko também é um personagem por quem senti afeição, faz o que pode por Shiro, mas acaba se debilitando por seu amor por Shin, ficando cego por esse amor.
“- Nem sempre comida e teto bastam para nos fazer feliz, Shiro.
- Oh, para mim bastam - afirmou. - Só chora por outras coisas quem nunca teve que dormir sob as estrelas, sentindo a barriga doer de fome.”
Creio que por mais que eu diga, só lendo para que vocês compreendam como é um bom livro. Confesso que no início, tive um pouco de dificuldade com a alternância entre o uso do nome e do sobrenome dos personagens, mas é daquele tipo de história que vai nos cativando pouco a pouco, até que começamos a torcer e a sofrer por um ou outro personagem e, no caso do Wattpad, torcendo para que o próximo capítulo saia logo. Há cenas bem pesadas e há outras muito delicadas. O que eu tenho certeza é que não dá para ficar indiferente ao longo da leitura, alguma coisa você vai sentir: admiração, revolta, contentamento... Além de personagens bem construídos, a ambientação foi muito bem feita, provavelmente fruto de um bom trabalho de pesquisa feito pela autora. Com o desenrolar da guerra, a vida dos personagens vai se tornando mais perigosa e difícil, e se não bastasse as besteiras que eles podem cometer (no caso, os que mais fazem besteira são Ryo e Shin), há também o medo de que no próximo capítulo eles estejam na hora errada e no lugar errado e sejam fatalmente vitimados pela guerra.
Como esse livro ainda não foi publicado por nenhuma editora? Algumas pessoas podem ter receio por ser uma obra que traz personagens homossexuais, mas é um romance como qualquer outro (embora haja o preconceito da sociedade da época), tem umas cenas mais quentes, tem desentendimentos, tem todo o caminho que uma relação precisa percorrer, e é convincente. Quero acreditar que esse não seja um empecilho para que Kinshi na Karada possa ser publicado por uma grande editora, afinal: é uma história bem construída, com uma narrativa fluida e uma temática interessante, mas talvez o fato de ser um livro longo (cerca de 600 páginas) seja o que realmente dificulte essa publicação (pelo pouco que já li a respeito, me parece que editoras não gostam de apostar em publicações de livros grandes de autores não muito conhecidos). Há um livro dois, que, se não me engano, começa logo após o final do livro um (mas no qual os personagens já estão mais maduros em relação ao primeiro e a guerra já está em seu fim), e talvez se, ao invés de uma duologia fosse uma trilogia, ou talvez optando por uma diagramação que possibilitasse um número menor de páginas a publicação fosse possível (fica a dica para as editoras).
É uma resenha difícil de fazer, tanto que precisei estruturá-la de uma forma diferente, por se tratar de um livro longo, mas que fiz por achar que é uma leitura válida de ser feita, não só para quem se interessa por histórias com personagens homossexuais, mas também para quem gosta de ler sobre a Segunda Guerra Mundial (no caso, pelo ponto de vista dos japoneses, coisa que eu ainda não tinha lido) ou de tramas com personagens diferentes: tem aqueles que amamos odiar (Ryo, Shin), os que nos surpreendem por sua evolução (Shin, Shiro), sua bondade (Aiko, Saito) ou sua determinação (Shiro).
O livro dois (Jiyuu na Karada - O Corpo Liberto) já está sendo postado no Wattpad, e talvez por isso eu não tenha ficado incomodada com a forma que o livro um termina, mas para leitores que tiveram que esperar a continuação sair deve ter sido sofrido. Creio que só continuem disponíveis alguns capítulos do livro um no Wattpad, que vocês podem ler clicando aqui, mas ele pode ser adquirido em formado impresso no Clube de Autores ou em e-book na Amazon (gratuito para quem tem Kindle unlimited). O livro também está no Skoob. Obrigada a você que leu até aqui
Até o próximo post!
Fiquei muito comovida com a resenha. Muitoooooooooo obrigadaaaaa
ResponderExcluirAlguns pontos queria destacar que foram os que mais me chamaram a atenção ♥
A performace feminina em segundo plano no livro 1 é proposital. Eu precisava que assim o fosse - apesar de Nana ter chamado muito a atenção - para que Miya conseguisse brilhar sem ninguém a lhe roubar o papel. Com certeza, tudo que faltou em relação a feminilidade no livro 1, sobra no livro 2. Gosto de ver Miya como a protagonista de Jiyuu, apesar de ela ser criança. Penso que poucos livros desse tipo conseguem dar destaque infantil tão firmamente ♥
Sobre editoras, recebi convites. Foram vários, mas eu realmente, depois de três anos em contrato com uma editora, prefiro gerenciar a minha carreira sozinha. Pela primeira vez na vida eu posso viver de literatura. Isso é algo extremamente raro no meio, e eu acho q poucos autores conseguem isso. Hoje eu pensaria muito antes de aceitar um convite e a proposta teria que ser muito boa.
Fiquei mto feliz por você ter gostado de Kinshi. Nem preciso dizer que é meu livro favorito. Não é um livro para todos, isso eu sei. Mas, os que leem e conseguem entender as nuances da obra, acredito, se aproveitam muito de toda a pesquisa e de todo coração que pus nela ♥
Eu não conhecia o livro, mas o enredo parece ser muito bom mesmo. Concordo contigo, quem ficou esperando pela continuação sempre fica mais ansioso. Espero que a continuação esteja tão bom quanto este volume.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Gente, achei tão linda esta capa!
ResponderExcluirQuando a história tem mais de um livro, gosto de ler quando já tenho todos, afinal como você disse, a espera pela continuação nos deixa sempre mais ansiosos pela leitura.
Parece ser uma leitura e tanto. òtimo tema.
Beijinhos...
http://estantedalullys.blogspot.com.br/
Oi, Lullys, os dois livros da duologia podem ser adquiridos na Amazon.
ExcluirOi Mari.
ResponderExcluirA história parece ser bem interessante e emocionante! Provavelmente eu leria, mas por ter continuação, prefiro aguardar até todos os livros serem lançados sabe.
Torço para que o livro seja lançado por alguma editora.
Beijos
http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/
Oi, Carolina, os dois livros da duologia podem ser adquiridos na Amazon.
ExcluirOi, que capa linda e que história mais densa e profunda e ainda por cima, passando no Japão na época da Segunda Guerra Mundial, fiquei muito curiosa para lê-lo e confesso que fiquei bem instigada com a história e quero logo saber o que acontece com esses personagens cativantes. Amei a resenha e com certeza esse livro entrará na minha lista de proximos livros a serem lidos.
ResponderExcluirbjus
Olá, estou babando nessa capa, linda!
ResponderExcluirGostei da premissa, sua resenha ficou ótima. Não conhecia a obra e já despertou minha curiosidade.
Abraços
Uauu, parece ser mesmo bem interessante a obra, acredito que seja um obra, você colocou detalhes em sua resenha, se tratando de um assunto tão bonito como romance, tem o drama do preconceito em uma sociedade bem regrada como no Japão e mais ainda se tratando da Segunda Guerra Mundial.
ResponderExcluirRica em detalhes.
Parabéns pela resenha.
Viviana