Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho comentar sobre a minha experiência de leitura com o livro "Dez Formas De Fazer Um Coração Se Derreter", o segundo da trilogia de romances de época "Os Números Do Amor" (cada um conta a história de um irmão e pode ser lido separadamente), escrito pela Sarah MacLean e publicado em 2016 pela Editora Arqueiro.
Não é segredo a minha paixão por romances de época, e como já li e resenhei o primeiro da trilogia, “Nove regras a ignorar antes de se apaixonar” que conta a história do Gabriel (o marquês de Ralston) e da Calpúrnia, corri para ler o segundo, protagonizado por Nicholas St. John, irmão gêmeo do Gabriel. Preciso mencionar que alguns personagens dessa trilogia reaparecem numa outra série da Sarah MacLean, "O Clube dos Canalhas", que foi lançada pela Editora Gutenberg (e que já li, mas ainda irei resenhar).
A história se passa em Londres, em 1823. Após o casamento de Gabriel, a publicação em uma revista feminina (a Pérolas e Peliças) de uma lista de maneiras de conquistar um marido e o fato de ter seu nome citado como um bom partido na publicação, a vida de Nicholas, que sempre foi mais reservado, virou um inferno. Ele não aguentava mais as moças se jogando em cima dele, testando as dicas da revista! Por isso, ele aceitou o pedido do arrogante duque de Leighton para que procurasse sua irmã, a jovem Georgina, que havia fugido de casa.
Nicholas já havia feito isso antes: anos atrás, ele era conhecido como o bulan, o caçador, capaz de encontrar qualquer pessoa, mas certos acontecimento, especialmente o fato de ter ficado preso na Grécia por causa de uma mulher, e só ter sido libertado após seu amigo (Rock) ter aparecido para resgatá-lo, fizeram com que ele desistisse desse "trabalho" e se tornasse apenas um antiquário.
Nicholas e Rock partiram seguindo o rastro de Georgina e foram parar em Yorkshire, onde morava Lady Isabel Townsend, a filha de um conde. Isabel não teve a vida de uma aristocrata, pois seu pai abandonou a ela, ao irmão caçula e a esposa em sua propriedade rural e foi para o mundo torrando todo o dinheiro que eles tinham, chegando ao ponto de apostar a própria filha várias vezes. Após a morte da mãe, que se entregou à tristeza por não conseguir fazer com que o marido a amasse como ela o amava, Isabel precisou cuidar da propriedade como podia, mesmo sem ter condições de pagar empregados.
"Seu pai. O homem que havia roubado a alegria de sua mãe. Que havia roubado de seu irmão – um bebê – um pai.
Se ele não os houvesse desertado, Isabel nunca teria assumido a responsabilidade pela propriedade. Ela se mostrara à altura do desafio, fazendo o melhor que podia para manter a casa de pé e colocar comida na mesa. Embora não fosse produtiva, a propriedade fora capaz de sustentar – ainda que
mal – seus habitantes e inquilinos, enquanto seu pai gastara até o último centavo da renda das terras em atividades escandalosas. (...)
Mas isso não a impedia de desejar que tudo tivesse sido diferente, que ela pudesse ter tido a chance de ser o que filhas de condes nasciam para ser, que tivesse sido criada sem nenhuma preocupação, com a certeza de que algum dia brilharia e seria cortejada adequadamente por um homem que se interessaria pelo que ela era, não por ser um espólio de jogos de azar.
Desejar não ser tão solitária.
Mas desejar nunca a tinha ajudado."
Isabel guardava um segredo: ela comandava a Casa de Minerva, um lugar para onde iam mulheres que precisavam de abrigo por algum motivo, na maioria das vezes, fugiam de cafetões, pais, irmãos ou maridos violentos. Em troca de refúgio, essas mulheres ajudavam a cuidar da propriedade, que se mantinha de forma precária, até que o pai de Isabel morreu e um novo administrador viria para o condado; com a chegada dele, a Casa de Minerva estaria ameaçada e Isabel precisava encontrar uma forma de conseguir dinheiro para comprar um novo lar para ela, o irmão e as mulheres que abrigava.
Talvez a única maneira fosse vender a sua coleção de esculturas, o único luxo que Isabel se permitia manter, pois eram uma lembrança de sua falecida mãe. E foi como se os céus lhe enviassem um sinal, ao se deparar com o nome de um antiquário na revista Pérolas e Peliças. E mais um sinal veio quando ela deu de cara com o tal antiquário em Yorkshire, por acaso. Nicholas estava lá, poderia avaliar sua coleção e ajudá-la a vender as estátuas, seria sua salvação!
Seria, se Nicholas, o bulan, não tivesse seus próprios motivos para ter ido até lá, se Isabel não precisasse esconder seu segredo, se Nicholas não fosse do tipo que não resiste a salvar uma mulher em perigo e se Isabel não estivesse sempre se colocando em perigo (ao menos na visão dele) e se não surgisse uma enorme atração entre eles, mesmo com pouco tempo de convivência (questão de dias, mas durante a leitura parecia que havia se passado muito mais tempo). Nicholas, que já foi ferido uma vez; Isabel, que não via o amor como algo bom e que não queria terminar como a mãe, amando sozinha. Como vai acabar a história deses dois todo mundo já sabe, afinal, os romances de época normalmente tem um final feliz, mas não é possível prever tudo o que vai acontecer até esse "the end", só lendo para descobrir.
Sarah MacLean tem uma ótima escrita, proporcionando uma leitura bem fluida. A autora constrói personagens interessantes e que cativam o leitor, mas tem o hábito de deixar partes da história a cargo da nossa imaginação, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por manter a curiosidade sobre o que virá a seguir e nos fazer sentir como o personagem se sente, mas ruim para leitores que, como eu, gostam que todos os episódios sejam contados (fiquei curiosíssima para saber como foi o primeiro encontro entre Isabel e a família de Nicholas).
Assim como no livro anterior, senti falta de ver um pouco mais de interação entre os St. John (mas já estou ansiosíssima para o próximo volume da trilogia, que vai contar a história da Juliana, irmã do Gabriel e do Nicholas), embora isso tenha sido compensado pelas tramas paralelas, como a situação da Georgina (amei saber mais sobre ela, que é a protagonista de "Nunca julgue uma dama pela aparência", último volume da série "O Clube dos Canalhas"), o romance da prima da Isabel, a Lara, com o Rock, um homem que sofria um certo preconceito por ser turco (acho que os dois mereciam um livro só deles) e o pequeno James, o irmão caçula da protagonista, o futuro conde de apenas dez anos.
Não sei dizer qual dos dois livros é meu favorito, gostei de ambos! Vamos ver se o terceiro mudará esse panorama. Já li algumas resenhas onde criticavam a Isabel por "demorar" a assumir seu amor, mas os motivos dela eram compreensíveis, assim como os do Gabriel no primeiro volume, e nem por isso vi leitores criticando as escolhas dele, talvez por ser um homem e, ao que me parece, as pessoas tendem a julgar muito mais as protagonistas femininas, infelizmente.
Sobre edição: padrão Arqueiro de romances de época! Capa bonita (não linda), boa diagramação e revisão.
Detalhes: 352 páginas, ISBN-13: 9788580415292, Skoob, leia um trecho. Onde comprar online: Americanas, Submarino.
Enfim, leitura super recomendada para os fãs de romances de época, para quem gosta de leituras divertidas (garanto que vocês vão dar boas risadas, especialmente com os primeiros capítulos) e de protagonistas fortes, determinadas e que vão à luta, inspiradoras e imperfeitas como Isabel.
A história se passa em Londres, em 1823. Após o casamento de Gabriel, a publicação em uma revista feminina (a Pérolas e Peliças) de uma lista de maneiras de conquistar um marido e o fato de ter seu nome citado como um bom partido na publicação, a vida de Nicholas, que sempre foi mais reservado, virou um inferno. Ele não aguentava mais as moças se jogando em cima dele, testando as dicas da revista! Por isso, ele aceitou o pedido do arrogante duque de Leighton para que procurasse sua irmã, a jovem Georgina, que havia fugido de casa.
Nicholas já havia feito isso antes: anos atrás, ele era conhecido como o bulan, o caçador, capaz de encontrar qualquer pessoa, mas certos acontecimento, especialmente o fato de ter ficado preso na Grécia por causa de uma mulher, e só ter sido libertado após seu amigo (Rock) ter aparecido para resgatá-lo, fizeram com que ele desistisse desse "trabalho" e se tornasse apenas um antiquário.
Nicholas e Rock partiram seguindo o rastro de Georgina e foram parar em Yorkshire, onde morava Lady Isabel Townsend, a filha de um conde. Isabel não teve a vida de uma aristocrata, pois seu pai abandonou a ela, ao irmão caçula e a esposa em sua propriedade rural e foi para o mundo torrando todo o dinheiro que eles tinham, chegando ao ponto de apostar a própria filha várias vezes. Após a morte da mãe, que se entregou à tristeza por não conseguir fazer com que o marido a amasse como ela o amava, Isabel precisou cuidar da propriedade como podia, mesmo sem ter condições de pagar empregados.
"Seu pai. O homem que havia roubado a alegria de sua mãe. Que havia roubado de seu irmão – um bebê – um pai.
Se ele não os houvesse desertado, Isabel nunca teria assumido a responsabilidade pela propriedade. Ela se mostrara à altura do desafio, fazendo o melhor que podia para manter a casa de pé e colocar comida na mesa. Embora não fosse produtiva, a propriedade fora capaz de sustentar – ainda que
mal – seus habitantes e inquilinos, enquanto seu pai gastara até o último centavo da renda das terras em atividades escandalosas. (...)
Mas isso não a impedia de desejar que tudo tivesse sido diferente, que ela pudesse ter tido a chance de ser o que filhas de condes nasciam para ser, que tivesse sido criada sem nenhuma preocupação, com a certeza de que algum dia brilharia e seria cortejada adequadamente por um homem que se interessaria pelo que ela era, não por ser um espólio de jogos de azar.
Desejar não ser tão solitária.
Mas desejar nunca a tinha ajudado."
Isabel guardava um segredo: ela comandava a Casa de Minerva, um lugar para onde iam mulheres que precisavam de abrigo por algum motivo, na maioria das vezes, fugiam de cafetões, pais, irmãos ou maridos violentos. Em troca de refúgio, essas mulheres ajudavam a cuidar da propriedade, que se mantinha de forma precária, até que o pai de Isabel morreu e um novo administrador viria para o condado; com a chegada dele, a Casa de Minerva estaria ameaçada e Isabel precisava encontrar uma forma de conseguir dinheiro para comprar um novo lar para ela, o irmão e as mulheres que abrigava.
Talvez a única maneira fosse vender a sua coleção de esculturas, o único luxo que Isabel se permitia manter, pois eram uma lembrança de sua falecida mãe. E foi como se os céus lhe enviassem um sinal, ao se deparar com o nome de um antiquário na revista Pérolas e Peliças. E mais um sinal veio quando ela deu de cara com o tal antiquário em Yorkshire, por acaso. Nicholas estava lá, poderia avaliar sua coleção e ajudá-la a vender as estátuas, seria sua salvação!
Seria, se Nicholas, o bulan, não tivesse seus próprios motivos para ter ido até lá, se Isabel não precisasse esconder seu segredo, se Nicholas não fosse do tipo que não resiste a salvar uma mulher em perigo e se Isabel não estivesse sempre se colocando em perigo (ao menos na visão dele) e se não surgisse uma enorme atração entre eles, mesmo com pouco tempo de convivência (questão de dias, mas durante a leitura parecia que havia se passado muito mais tempo). Nicholas, que já foi ferido uma vez; Isabel, que não via o amor como algo bom e que não queria terminar como a mãe, amando sozinha. Como vai acabar a história deses dois todo mundo já sabe, afinal, os romances de época normalmente tem um final feliz, mas não é possível prever tudo o que vai acontecer até esse "the end", só lendo para descobrir.
Sarah MacLean tem uma ótima escrita, proporcionando uma leitura bem fluida. A autora constrói personagens interessantes e que cativam o leitor, mas tem o hábito de deixar partes da história a cargo da nossa imaginação, o que é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom por manter a curiosidade sobre o que virá a seguir e nos fazer sentir como o personagem se sente, mas ruim para leitores que, como eu, gostam que todos os episódios sejam contados (fiquei curiosíssima para saber como foi o primeiro encontro entre Isabel e a família de Nicholas).
Assim como no livro anterior, senti falta de ver um pouco mais de interação entre os St. John (mas já estou ansiosíssima para o próximo volume da trilogia, que vai contar a história da Juliana, irmã do Gabriel e do Nicholas), embora isso tenha sido compensado pelas tramas paralelas, como a situação da Georgina (amei saber mais sobre ela, que é a protagonista de "Nunca julgue uma dama pela aparência", último volume da série "O Clube dos Canalhas"), o romance da prima da Isabel, a Lara, com o Rock, um homem que sofria um certo preconceito por ser turco (acho que os dois mereciam um livro só deles) e o pequeno James, o irmão caçula da protagonista, o futuro conde de apenas dez anos.
Não sei dizer qual dos dois livros é meu favorito, gostei de ambos! Vamos ver se o terceiro mudará esse panorama. Já li algumas resenhas onde criticavam a Isabel por "demorar" a assumir seu amor, mas os motivos dela eram compreensíveis, assim como os do Gabriel no primeiro volume, e nem por isso vi leitores criticando as escolhas dele, talvez por ser um homem e, ao que me parece, as pessoas tendem a julgar muito mais as protagonistas femininas, infelizmente.
Sobre edição: padrão Arqueiro de romances de época! Capa bonita (não linda), boa diagramação e revisão.
Detalhes: 352 páginas, ISBN-13: 9788580415292, Skoob, leia um trecho. Onde comprar online: Americanas, Submarino.
Enfim, leitura super recomendada para os fãs de romances de época, para quem gosta de leituras divertidas (garanto que vocês vão dar boas risadas, especialmente com os primeiros capítulos) e de protagonistas fortes, determinadas e que vão à luta, inspiradoras e imperfeitas como Isabel.
Até o próximo post!
Eu adoro livros de época! Fiquei mega com vontade de ler esse e adorei o fato de, apesar de fazer parte de uma série, poder ser lido de forma independente. Bah, já ouvi falar nessa autora, mas nunca li nada dela, porém já a coloquei na lista de leitura.
ResponderExcluirBeijo!
Olá,
ResponderExcluirGosto bastante de romances de época, mas ainda não iniciei a leitura dessa série.
Adorei saber suas impressões e fico feliz que tenha gostado de ambos os livros, não conseguindo escolher um como favorito. Isso me deixa ainda mais animada. E também o fato de ser uma leitura bem divertida me chama muito a atenção.
http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/
Olá! Tenho muita vontade de ler os livros da autora, sempre apresenta sinopses bem interessantes e esse não foi diferente. Achei legal a ideia da casa de Minerva, espero que ela consiga mante-la. Fiquei curiosa para saber o desenrolar da história. Beijos!
ResponderExcluirEntre Livros e Pergaminhos
Olá Mari.
ResponderExcluirEu já li os dois livros e amei a escrita da Sarah. Também sou apaixonada por romances de época e quase todos da arqueiro eu já conferi. Não sei qual gosto mais também e estou ansiosa pelo lançamento do próximo livro e a história da Juliana.
Essa série lançada pela Gutenberg eu ainda não tive oportunidade de ler e não sabia que elas se entrelaçavam com alguns personagens, vou dar um jeito de comprar logo hehehe
Valeu pela dica, ótima resenha.
Beijos
http://aventurandosenoslivros.blogspot.com.br/
Eu estou pegando cada vez mais apreço à romances de época. Gostei da resenha e a obra parece ser mesmo interessante. Romances ambientados em Londres do século XIX são os melhores rsrs.
ResponderExcluirUm dos comentários que você faz me deixou aqui pensando... como é engraçado como a maioria dos leitores julga muito mais as personagens femininas (e eu me coloco no meio, embora não seja sempre que faço isso).
ResponderExcluirEu comecei a ler o primeiro livro - e estou curtindo a narrativa da autora - então é meio que garantido que irei curtir esse também, agora todas as resenhas que li desse e que me deixaram achando que ele não seria tão bom falavam sobre a Isabel e tal, e não lembro disso sobre o Gabriel nas resenhas do primeiro livro.... É uma ótima questão... E se os leitores julgam tanto uma protagonista feminina, como não esperar que a sociedade de maneira geral julgue tanto as mulheres?
Beijinhos,
Lica
Amores e Livros
Eu tô lendo uma outra série dessa autora, mas já estou de olho nesse livro. Eu gosto da construção de personagem da Sarah e de como ela consegue ir além do enredo.
ResponderExcluirhttp://laoliphant.com.br/
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu estou amando os livros da Sarah!
Gostei bastante desse, mas gostei mais ainda do primeiro e também estou bem ansiosa para o próximo, pena que só sai em maio :/
Bjs
Olá!
ResponderExcluirAhhhh eu adoro os livros dessa mulher... são maravilhosos e muito divertidos!!
bjss